sexta-feira, 19 de maio de 2006

A galinha da vizinha nem sempre é melhor que a minha


Todos os portugueses gostam de dizer mal do seu País. Claro que altura do futebol todos pomos a bandeira à janela (mérito para o Scolari), mas no geral gostamos de nos lamentar, perante alguma das nossas fraquezas, que "isto nunca aconteceria num país civilizado".
Eu, que estou a viver num dos tais países, reparei esta semana em dois casos que me fizeram sorrir e pensar: "Se isto fosse em Portugal, não faltaria..."
O primeiro tem a ver com o fornecimento de água. Todos os dias tem aparecido no noticiário que a Inglaterra pode enfrentar uma situação de grande seca (não percebo como, com tanta chuva...) e que é preciso poupar ao máximo. Mas por muito que se sensibilizem as pessoas, a tarefa torna-se bem mais difícil quando as companhias das água (ou pelo menos a principal de Londres) não cobram aos seus clientes conforme o consumo. Não faço ideia como calculam o que cada um deve pagar, devem ter em conta pelo menos o tamanho da casa, mas a conta é igual quer a casa tenha estado vazia, quer as torneiras tenham estado abertas todo o ano - as casas não têm contador!
A segunda situação foi numa formação que tive noutro dos nossos escritórios. Inglaterra é o país das regulações - tudo tem de estar conforme uma infinitude de regras de Health & Safety, Equality & Diversity, etc etc. Mas isso não impediu que este edifício, construído há um ano apenas e com um ar todo sofisticado, tivesse uma casa-de-banho para deficientes (muito bem apetrechada!) ao cimo das escadas, num primeiro andar sem elevador...

3 comentários:

daqui disse...

Este tema dava, obviamente, pano para mangas.... mas pela minha experiência não acho que os bancos aqui em Inglaterra funcionem assim tão mal. Já os comboios...! E há pouco tempo tive em minha casa um problema com a banda larga da BT, que pura e simplesmente não funcionava por mais de 10 minutos seguidos. Depois de uma longa carta de reclamações que apanhava queixas de problemas antigos que se foram acumulando, e depois de reencaminhar esta carta para uma associação protectora do consumidor, a BT tratou do problema que eu tinha com rapidez e eficiência, e acabou por oferecer o modem para eu passar para o sistema sem fios como pretendia.
Por outro lado, será justo contar o caso British Gas do ano passado: queriam mudar o contador e enviaram uma carta em nome da minha senhoria a marcar a data. A senhoria não abriu a carta e não fazia ideia do que acabava de ser combinado. De modo que no dia e à hora (a meio da manhã de um dia de semana) que eles marcaram ninguém estava em casa. Acontece que não fez mal nenhum porque eles mesmos também não apareceram - aliás eu só descobri tudo isto quando abri outra carta onde pediam desculpa por terem faltado ao compromisso, facto pelo qual iam dar-nos um crédito de 25 libras. E um parágrafo mais à frente diziam que davam ainda outras 25 por também não terem avisado com antecedência que iam faltar ao dito compromisso. A mim pareceu-me que era esta consideração pelo cliente era inacreditável - para além de irónica, dado que nem nós nem a senhoria sabíamos de combinação nenhuma (será que se tivessem vindo teríamos de lhes ter pago 25 libras por não estar ninguém em casa?)- mas repeti muitas vezes nessa semana "isto nunca aconteceria em Portugal!".

DM em Caracas disse...

E de qual das sobrinhas é o desenho?

Maffa disse...

ai o que eu me lembro do meu portugalinho quando sempre que tenho de ir lavar roupa, tenho de descer à cave, andar uns 5 minutos, ver se a máquina está disponível, senao marcar para outra hora... e voltar a descer a andar com as roupas e carregada.
Aqui ter máquina em casa é um luxo desnecessário e normalmente nao há espaço p a ter :-(