terça-feira, 25 de outubro de 2005

"Casamento arranjado"

Na Índia, ainda hoje é comum a prática dos casamentos arranjados pelas famílias. Mas já não é tanto aquela história de estar decidido desde a infância que X vai casar com Y. O que acontece é que, quando uma pessoa passa dos 25 anos e ainda está solteira, a família começa a pressionar para que se case, e colabora activamente na busca do parceiro.
No caso da Nayan, que até vem de uma família instruída e "descontraída", essa é uma das razões para querer cá ficar mais uns tempos. Para além de poder arranjar cá um trabalho melhor, sabe que quando voltar para Bombaim o casamento vai estar na ordem do dia.
Ora, acontece que eu fui apanhado no meio desta novela. Como ainda não estou a trabalhar, de vez em quando tenho saído a passear com o pai dela, que está cá de visita. Vamos caminhando pela cidade, e há sempre um momento em que ele me convida a tomar uma cerveja. E assim temos tido óptimas conversas, sobre culturas, religiões, negócios e... amor.
Pai zeloso, o senhor Pankaj encontrou em mim um bom partido para a filha, e por isso a cada passo sai-se com uma pergunta mais directa, tipo quantos filhos eu quero ter ou o que faria se me casasse com uma estrangeira. E eu faço-me de desentendido e mudo de assunto...
Em primeiro lugar, embora ela seja gira e inteligente, e nos estejamos a dar muito bem, não estou para ali virado: não tenho feeling e há uma série de barreiras culturais pelo meio. Ainda que estivesse, não precisava de intermediários para tratar de um assunto deste nível.
Mas sempre nos vamos divertindo, o Eduardo e eu, com algumas indirectas pouco subtis que o senhor me vai mandando. Como ainda hoje, à mesa: if you like good food, you should marry a Indian woman!

1 comentário:

Maffa disse...

fogo... eu cá ficava com medo :-) E se o pai da tua amiga é um Marajá influente que mexe os seus cordelinhos para te envolver na família...