sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Ponto da situação

Porque é que ainda não tás a trabalhar?, perguntam vocês.
A carta de referência do meu professor já chegou. A carta do MSV foi mandada na segunda em correio azul e ainda não chegou. Normalmente demora 2 dias, em correio normal. Estou com azar. Se não tiver chegado na segunda, vou pedir para a enviarem de novo. Ou por fax.
Assim que eles cá recebam essa carta, posso começar logo a seguir. Está quase!

Isto não é o da Joana!

Cada vez a blogosfera se torna mais rica!
Saúdo o nascimento do Isto não é o da Joana, escrito por duas boas amigas.
A Joana Haderer foi da minha turma entre o 7º e o 12º ano. Ambos tínhamos a ambição de ser jornalista, mas eu optei por um caminho menos direito (o Direito), de tal maneira que acabei por me desviar (até um dia, quem sabe). Ela estudou Ciências da Comunicação na Nova e hoje é uma promissora jornalista da Lusa. Pelo que lhe conheço, não tenho dúvidas que vai ter um brilhante percurso!
A Joana Mota é minha amiga desde os 6 anos! Da 1ª classe ao 12º fomos sempre da mesma turma, ou pelo menos da mesma escola. Moramos a dois passos de distância e já partilhámos inúmeros programas, lanches e jantares, idas à praia, férias, natação, compras de prendas para os amigos, etc etc. É hoje consultora informática na Deloitte, mas cheira-me que em breve vai dar o salto para o estrangeiro.
Agora escrevem as duas, "sobre tudo e sobre nada", e eu vou ser um leitor assíduo!

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

Vou à Colômbia!

Ainda não comecei a trabalhar mas já tenho destino de férias para Julho de 2006: Colômbia, ou quem sabe Colômbia + Guatemala.
Isto porque acabei de saber que a minha amiga Catalina vai casar nessa altura, em Bogotá. E claro que nós temos de estar presentes! E de preferência chegar a tempo de fazer uma última "festa do queijo e vinho", em versão despedida de solteira.
O nosso grupo tinha feito uma aposta sobre a data do casamento, e a Natália foi quem mais se aproximou. O mais afastado foi o Eduardo, que por isso vai ter que pagar a todos algumas rodadas de aguardente colombiana.
E a julgar pela dança e animação das festas colombianas aqui em Londres, imagino como será um casamento!

Se eu fosse uma figura do Principezinho...

terça-feira, 25 de outubro de 2005

"Casamento arranjado"

Na Índia, ainda hoje é comum a prática dos casamentos arranjados pelas famílias. Mas já não é tanto aquela história de estar decidido desde a infância que X vai casar com Y. O que acontece é que, quando uma pessoa passa dos 25 anos e ainda está solteira, a família começa a pressionar para que se case, e colabora activamente na busca do parceiro.
No caso da Nayan, que até vem de uma família instruída e "descontraída", essa é uma das razões para querer cá ficar mais uns tempos. Para além de poder arranjar cá um trabalho melhor, sabe que quando voltar para Bombaim o casamento vai estar na ordem do dia.
Ora, acontece que eu fui apanhado no meio desta novela. Como ainda não estou a trabalhar, de vez em quando tenho saído a passear com o pai dela, que está cá de visita. Vamos caminhando pela cidade, e há sempre um momento em que ele me convida a tomar uma cerveja. E assim temos tido óptimas conversas, sobre culturas, religiões, negócios e... amor.
Pai zeloso, o senhor Pankaj encontrou em mim um bom partido para a filha, e por isso a cada passo sai-se com uma pergunta mais directa, tipo quantos filhos eu quero ter ou o que faria se me casasse com uma estrangeira. E eu faço-me de desentendido e mudo de assunto...
Em primeiro lugar, embora ela seja gira e inteligente, e nos estejamos a dar muito bem, não estou para ali virado: não tenho feeling e há uma série de barreiras culturais pelo meio. Ainda que estivesse, não precisava de intermediários para tratar de um assunto deste nível.
Mas sempre nos vamos divertindo, o Eduardo e eu, com algumas indirectas pouco subtis que o senhor me vai mandando. Como ainda hoje, à mesa: if you like good food, you should marry a Indian woman!

domingo, 23 de outubro de 2005

Fim-de-semana

Enquanto não começo a trabalhar, só vos posso contar como é um fim-de-semana normal por estas bandas:

  • lida da casa - limpar a fundo as casas de banho (tarefa que, dada a minha desenvoltura, me demorou tanto como ao Eduardo limpar todo o andar de baixo), lavar a loiça, passar a ferro;
  • vida social - jantar cá em casa com um casal de chilenos na sexta, ir tomar um copo a um bar mexicano em Angel no sábado;
  • cultura - ver o filme Cidade de Deus pela terceira vez;
  • turismo - passeio junto ao rio, do lado sul - Vauxhall, London Eye, Waterloo;
  • gastronomia - sandes de atum, tostas de milho e cogumelos, pasta com queijo e ovo, muitos snacks indianos;
  • espiritualidade - missa na Newman House, a residência católica;
  • actividades físicas - introdução ao ioga, por Nayan e Pankaj Parekh (já deu para perceber que elasticidade não é comigo!).

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Só um pedido...

Que Cavaco ganhe logo à primeira volta, porque isto de ir a Portugal votar sai caro! Claro que é um bom pretexto para encontrar a família e os amigos, mas quando acontece 2 semanas depois das férias de Natal, nem dá tempo para ganhar saudades...
A alternativa era passar os meus registos para cá, basicamente o BI, e depois recensear-me no Consulado, mas como a estadia vai ser curta acho que não vale a pena. E é sempre giro voltar à escola primária para votar.
Cavaco terá o meu voto. Cresci a ir aos seus comícios na Cidade Universitária e na Fonte Luminosa, em 87 e 91, embora na altura dissesse ser do CDS, para ser do contra. Reconheço que Cavaco foi um óptimo primeiro-ministro, honesto e determinado, embora às vezes arrogante. É uma pessoa com competência profissional reconhecida, muito para lá da política. Além disso, está mais próximo dos meus valores que qualquer dos candidatos maçons do PS.

Coisas para fazer durante as "férias"

Passear pela cidade e descobrir novas lugares
Arrumar o quarto
Ler
Escrever para o Brasil
Preparar o programa da visita dos meus pais
Fazer lista de prendas de Natal e ir espreitando as lojas
Actualizar o site da família
Ir assistir a um debate no Parlamento (amanhã!) ou um julgamento
Procurar receitas de cozinha

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Em resposta à Joana...

A cerimónia é mesmo à americana, pelo menos na roupa! Tenho de alugar (por cerca de 50€) uma toga preta, chapéu quadrado preto e um colar preto e amarelo. A cerimónia demora 1 hora e tem uns discursos, ao que se segue a leitura do nome dos que completaram o curso. Na minha cerimónia devem estar uns 500 alunos de Master, por isso não pode ir cada um buscar o seu diploma, apenas dizem os nossos nomes. No fim há comes e bebes para todos.

Quanto à "pergunta do momento", telefonaram-me agora mesmo. Pelos vistos o processo de conferir as minhas referências demora um pouco mais do que eu pensava, porque é feito por escrito (carta pra lá, carta pra cá). Por isso a rapariga da agência disse que eu devia começar dentro de algumas semanas. Suponho que duas, não deve ser mais que isso. Espero!

Pais a caminho!

Estou muito contente!
Reservei ontem a passagem para os meus Pais virem cá em Dezembro. Vêm para a minha cerimónia de entrega de diplomas (dia 15) e aproveitam para conhecer Londres nessa semana, de 10 a 18.

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

De Bombaim para Londres

Ontem à noite foi tempo de celebrar, com queijos vindos de Portugal e vinho verde vindo do Sainsburys. Acho lindo ler na conta do supermercado eggs, milk, bread... e depois, na nossa língua: vinho verde!
Connosco temos o pai da Nayan, que vai cá estar 3 semanas. Além de ser muito simpático, trouxe um carregamento de snacks indianos muito bons mesmo! E ainda vários CDs orientais, que agora fazem de música ambiente na casa, e um Monopólio!
Ontem a conversa foi sobre casamentos. Se em Portugal já é uma grande festa com custos inflaccionados, na Índia pode durar até 5 dias e os convidados podem subir até aos milhares.
Hoje de manhã, enquanto tomávamos o pequeno-almoço sentados no chão da sala, conversávamos sobre as nossas religiões. Eles seguem o jainismo, a mesma religião de Gandhi. Parece muito baseado na auto-consciência, um bocado mais virado para dentro do nós próprios e não tanto para Deus, e acredita na reincarnação. Mas há alguma coisa neles de espiritual que transparece e me incita a cuidar melhor dos meus momentos de silêncio e meditação. E ambos, pai e filha, me pediram para os levar comigo à missa no próximo domingo.
Foi mais uma ocasião em que senti o privilégio que é estar aqui a "beber" deste encontro de culturas, aprender com a novidade e consolidar os meus valores. E experimentar novos sabores também não é nada mau!!

Inspiração

Acredito que não foi coincidência a proposta de emprego ter vindo no dia 13 de Outubro, dia em que se lembra a última aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos em Fátima. Na vigília de dia 12, sei que tive várias pessoas, em Fátima e não só, a rezar por mim, e a todos agradeço.
Ontem, quando caminhava pela cidade, encontrei uma igreja escondida entre uns prédios e entrei. Era uma igreja muito antiga, e todas as luzes estavam apagadas, por isso sobressaía o sacrário iluminado e os vitrais lindos. Não estava mais ninguém na igreja além de mim e do "Jesus escondido". Foi a ocasião ideal para Lhe agradecer tudo o que me tem dado nesta experiência internacional e entregar-Lhe a fase que agora vai começar.

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Consegui!!!

É oficial: não sou mais desempregado!!!
Pelos vistos eles ontem gostaram muito da minha entrevista e querem que eu comece a trabalhar logo que possível.
Sou portanto, a partir deste momento, o Policy Officer da Toynbee Housing Association.
Vou tentar explicar-vos o que isto significa, mas até para mim ainda é um bocado confuso...
Uma housing association é uma organização sem fins lucrativos que gere um conjunto de casas arrendadas a preços acessíveis a pessoas com necessidades especiais (sem-abrigo, deficientes, idosos, jovens...), sem capacidade económica para arrendar casa no mercado normal.
Eu vou ter de avaliar os serviços que a associação presta, compará-los com os standards requeridos pelas leis do Governo e dos organismos reguladores da área, propor melhoramentos nos serviços e fazer com que sejam cumpridos. Isto vai implicar não só trabalho de computador, mas também ir falar com os moradores e com os outros membros do staff.
A sede da associação é em Stratford, no nordeste de Londres. Para lá chegar, tenho de caminhar 10 minutos até à estação de Camden Town, depois andar 20 minutos de comboio até Stratford e depois andar mais 5-10 minutos a pé. Não é muito perto, mas no fundo é o mesmo tempo que eu demorava para ir da Costa para a escola em Almada ou para a universidade em Lisboa.
O contrato é de 18 meses, um pouco mais do que eu esperava cá ficar, mas com as poupanças posso fazer algumas visitas a Portugal...
Estou ansioso por começar! Mas agora vou festejar! Passear um bocado pela cidade, porque há muito tempo que tenho andado agarrado ao computador a preencher formulários de candidaturas...

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

Entrevista

A minha primeira entrevista de trabalho (da vida) afinal até não custou muito. Tinha andado preocupado nos últimos dias em saber muito sobre habitação social, mas acabaram por não me perguntar muita coisa sobre isso.
Primeiro deram-me 1 hora para preparar uma apresentação de 10 minutos sobre um projecto que eu tivesse liderado, e eu falei sobre a campanha de recolha de fundos para o MSV. O objectivo era mesmo testarem a minha capacidade de comunicação, por isso achei melhor falar sobre algo que eu dominasse bem - mesmo que vender T-shirts não tenha muito a ver com política social - do que pôr-me a inventar.
Depois foram-me fazendo perguntas sobre a minha experiência passada, e o que eu faria para resolver este ou aquele problema. E eu fui inventando, tentando dar as respostas politicamente correctas. Eram 2 pessoas, uma senhora e o senhor que vai ser o meu chefe, caso eu fique com o lugar. E amanhã já me dão a resposta, por isso vão ser umas horas de nervoso miudinho...
Os outros 2 candidatos (como eu era o do meio, deu para os ver) eram bem mais velhos que eu, por isso é natural que tenham mais experiência, mas isso pode não querer dizer nada. É esperar para ver!

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Parabéns a você (na Costa)

Sábado à noite, praia de São João... Obrigado a todos!!!

sábado, 8 de outubro de 2005

Parabéns a você (em Londres)

Meia noite em Londres. Happy birthday to you...













...e as primeiras prendas, oferecidas pelos meus flatmates.

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Amanhã...

Amanhã festejo um quarto de século!
É verdade, já lá vão 25 aninhos desde o glorioso ano de 1980.
Nesse tempo, a televisão era a preto e branco, as fraldas eram de pano e ninguém tinha computador.
Portugal tinha Eanes como Presidente, Sá Carneiro como primeiro-ministro, Cavaco Silva como Ministro das Finanças e Mário Soares como líder da oposição. Como mudaram os tempos e os protagonistas! Bem, nem todos...
Nesse ano em que o Sporting foi campeão, a minha mãe ficou grávida pela terceira vez, e às 18h30 do dia 8 de Outubro resolvi espreitar a luz do dia, com 53cm e 3,800kgs.

9131 dias, 120 centímetros e 77 kilos mais tarde, achei por bem interromper a minha vida de emigrante desempregado em Londres e voar até ao nosso querido Portugal, para celebrar esta ocasião com os bons amigos que fui fazendo na escola, na universidade, na igreja, no MSV, na vida em geral...
A festa vai ser no Bicho d'Água, um bar na praia de São João. O espaço é muito simpático, com almofadas e puffs, e vai estar um DJ a pôr música para dançarmos ólnailongue!

Ao que parece, em Portugal ainda é Verão, e a temperatura à noite deve andar pelos 20ºC (mais do que aqui em Londres faz de dia).
Espera-se portanto uma festa de arromba!!!

Quem vê caras...

Quando vi no jornal o anúncio para esta casa, tudo parecia perfeito: a localização, o tamanho das divisões e o jardim. Telefonei à senhoria e marcámos uma visita para 4 ou 5 dias depois. Nesse espaço de tempo, calhou passar aqui e vim espreitar como era a casa por fora. O prédio não era especialmente giro, quando comparado com algumas casas tipicamente inglesas que tínhamos andado a ver, mas o pior era mesmo a porta, de plástico e vidro fosco, muito feia e insegura. Pior ainda por se situar numa urbanização social (ai os preconceitos...).
Pensei em desmarcar a visita, e só não o fiz por esquecimento. Na véspera da visita, mandei um mandei um mail à Nayan que dizia o seguinte:

I forgot to cancel the visit in Mornington Crescent... The maisonette in the council block with a plastic and glass door... But as it's not so far away from here I think I can go there, and maybe I can get a surprise behind the door...


Vim então ver a casa, foi amor à primeira vista e 2 horas depois estávamos a pagar o sinal.
Hoje estamos felizes e contentes por cá estar, e vimos sempre para casa com um sorriso nos lábios. Mesmo quando entramos por aquela porta.
Isto para dizer que muitas vezes quem vê caras não vê corações...

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Para a posteridade

Sempre a comer...

Eu no fundo sei perfeitamente que tenho de perder algum peso, mas acreditem que com tanta tentação é uma tarefa sempre adiada. Passo a explicar.
Domingo passado a casa voltou a encher-se de chilenos. A Mariela (na foto), também chilena, era do curso do Eduardo e da Nayan, e a mãe dela estava cá de visita e ofereceu-se para cozinhar empanadas, uma espécie de pastéis de massa tenra (que saudades do Frutalmeidas!) mas ainda melhores! E como a senhora ainda demorou um bocado a prepará-las, e a malta tinha fome, lá tivemos de fazer um churrasco no quintal enquanto esperávamos...

Na segunda, já com a Inês e a Francisca regressadas de Norwich, a Ana Magalhães convidou-nos para ir conhecer a sua nova casa e fez-nos um jantar tailandês, com legumes e camarão, que estava uma maravilha! Mas estão a ver, eu e as meninas que comem pouco, e eu que tenho sempre aquela mania de "não vai sobrar aquele bocadinho"...

E ontem tivemos cá uma amiga indiana para jantar e a Nayan lá teve de fazer "aquele prato especial" e eu fiz crepes para a sobremesa, e hoje mais outro amigo americano e aquela carne especial...
E a barriga, essa pula de alegria!

domingo, 2 de outubro de 2005

Até na missa!

Já algumas vezes dei aqui conta da paranóia que os ingleses têm com os incêndios, aqui fica mais um episódio dessa novela:
Hoje de manhã fui à missa à Newman House, uma residência universitária católica. Por ser o início do ano lectivo, era uma missa mais solene com todos os capelães das várias universidades e um bispo. E com direito a incenso...
Aí é que a porca torce o rabo! Entra o cortejo fumegante, e poucos segundos volvidos começa a tocar bem alto o alarme de incêndio. Gargalhada geral, claro está, e alguém correu a desligá-lo. Antes que viessem os bombeiros e nos obrigassem a evacuar a missa...