domingo, 29 de maio de 2005

Hi, Ibra!

Que me perdoem os que não dominam a língua, mas vou escrever um post mais pessoal em inglês...

In the last days I had for a little time this blog's name in MSN. One of my friends here, Ibrahim from Turkey, said me he was trying to read my post, altough they were in Portuguese. He was using an online translator and trying to make sense of what he was getting. And I was very happy to know that.
Ibrahim has the same age as I and he's a lawyer as I could be. Altough having different religions and life experiences, we share many values and we had very interesting conversations during this year. I think that unfortunately I'm a bit less pure of heart than him, and that's one of the reasons why I regard him as a good influence.
Last term we walked every day to the school and studied together, but now he's staying at the hall so we don't have so much time in common, only during meals.
Next week he will have his 3 exames, and a few days later he goes back to Turkey. I will really miss the good times we had here, but I'm sure we'll meet again soon.
Ibrahim (if you're still coming here), I wish you very good luck in the exams! And I promise I'll translate you some of my previous posts...

sábado, 28 de maio de 2005

Marrão



Assim têm sido os meus dias: 7 horas de sono, 1h20 (4x20 minutos) a andar pé, 1h30 a comer, e o restante sentado em frente aos livros e ao computador na biblioteca. O que dará umas 13 ou 14 horas!
Claro que desse tempo todo, apenas metade ou dois terços será tempo de grande concentração, o resto é perdido em pensamentos vários, revista de imprensa e de blogues. Mas é de longe o meu record de estudo! Será que me estou a tornar um marrão, uma dessas criaturas que sempre olhei com algum desdém, por não conseguirem conciliar um perído de estudo com um mínimo de vida normal?
O problema é ter muito para ler, vontade de fazer boa figura e algum medo de que escrever em inglês num tempo escasso me possa atraiçoar. Até estou a achar interessante as coisas que estou a estudar, e são variadas: saúde, educação, pensões, pobreza... E as facilidades que hoje temos em procurar na internet informação adicional sobre tudo ajudam a que o estudo se torne um pouco menos monótono.
Ainda assim, já começo a estar um bocado farto. Esta fotografia do último encontro latino atesta o meu último momento de pura descontracção, e já foi há uma semana! Houve também o lanche do study group, mas esse foi mesmo à porta da biblioteca, por isso não conta! E como todos os outros estão a estudar, cada um no seu sítio, não há tantos momentos de convívio como nos meses anteriores, tirando as refeições. Mas também há que sofrer um pouco, não podia ser sempre boa vida!
Daqui a 23 dias já terei os 6 exames despachados e aí vou poder voltar a ter vida própria...

quinta-feira, 26 de maio de 2005

Arraial



Foi ontem à noite, em Lisboa. Enquanto eu marrava na biblioteca, boa parte dos meus amigos bailava ao som de música pimba, no Largo do Carmo. O arraial foi organizado pelo MSV e por outros grupos de jovens católicos betinhos (desculpam a generalização, mas nela me incluo e acreditem que não a vejo como pejorativa), e segundo hoje me constou estava lá toda a gente. Pela net, chegaram-me as fotografias e algumas novidades.
Posso estar longe, mas felizmente sempre bem informado!

Corpus Christi

Hoje é feriado em Portugal, mas muitos não devem saber porquê. Eu explico.
As bases essenciais da fé católica são as seguintes:
1. Existe há um Deus, que é ao mesmo tempo Pai criador, Filho e Espírito Santo;
2. Há 2000 anos, Deus tornou-se presente no mundo através de Jesus Cristo, que nasceu, morreu e ressuscitou;
3. Na Última Ceia, Jesus instituiu a Igreja e deixou-lhe os sacramentos, dos quais o mais importante é a Eucaristia (vulgo comunhão), onde o pão e o vinho se transformam no Corpo e Sangue de Cristo, para serem tomados pelos homens.
É nisto que um cristão acredita, e nisto baseia o amor ao próximo e toda a moralidade. Por exemplo, para receber a comunhão uma pessoa deve estar em comunhão com Deus, ou seja, sem nenhum pecado grave que o afaste de Deus.
E é este legado de Cristo à humanidade, do Seu Corpo e Sangue, que hoje se celebra. Nalguns lugares, como na Baixa de Lisboa (e aqui, no domingo), sairão procissões; em todos os lugares, os crentes reunir-se-ão para a missa.
A simbologia é fácil de entender: tal como a comida (proteínas, vitaminas...) faz o nosso corpo funcionar, a comunhão (também física) faz a nossa alma aproximar-se de Deus. Mas acreditar verdadeiramente nisto não é tão imediato, mesmo para os crentes, por isso mesmo pedimos: "meu Deus, eu creio, mas aumenta a minha Fé".

terça-feira, 24 de maio de 2005

Study Group



Tenho-me reunido uma vez por semana com algumas colegas do meu curso. Cada um prepara alguns temas, depois trocamos apontamentos e dúvidas, e assim todos vamos melhorando.
Mas hoje foi mais giro. No final do meeting, a Nina, sul-africana, presenteou-nos com um doce e vinho rosé do seu país (beber vinho a meio da tarde com raparigas implicou que as letras do meu computador ganhassem alguma vida, depois...), e aproveitámos para registar algumas imagens para a posteridade.
Ao meu lado na fotografia está a Rachel, uma nova-iorquina que não podia ser mais típica, nas expressões e na pastilha elástica sempre presente. Depois, a Pauline, de Hong Kong, um pouco demorada a articular o inglês mas muito organizada nos estudos. À direita, a Nina, casada, de extrema delicadeza e bom sentido de humor. Sentada, a Mi Young, da Coreia do Sul, que costuma estar aqui por perto na biblioteca.
Estas são as minhas colegas de curso mais próximas. Aos restantes raramente vejo. E mesmo com estas, não passo assim tanto tempo, mas é sempre bom partilhar momentos simples como o desta tarde.

segunda-feira, 23 de maio de 2005

E agora, quem os atura?

Uma vantagem de estar aqui em Londres foi não ter adormecido ao som de buzinas e do "Glorioso SLB..." (que estou mais habituado a ouvir noutra versão). Ouvi o jogo pela TSF, na esperança que o Porto ainda lá chegasse (sede de vingança da semana passada). Aqui comigo, a Sara e a Joana torciam pelo Benfica das suas caras-metades; o marido da Sara estava até a assistir ao jogo no Bessa. Mais tarde, ainda tive a visita do Hugo e do Jorge, vindos de um café português onde o dono tinha oferecido aos clientes muitas rodadas de cerveja.
Sejamos francos. Este campeonato foi muito mau em qualidade, com os três grandes em sucessivos altos e baixos de forma, a somarem derrotas impensáveis com equipas ditas menores e péssimas exibições. Mas por outro lado foi um campeonato muito bom em emoção, com o primeiro lugar ao alcance de quatro equipas quase até ao fim. E isso para mim vale mais!
Parabéns ao Benfica, que foi o menos mau. E a todos os meus amigos benfiquistas, que já mereciam comemorar um Campeonato depois de 11 anos. Eu sei bem o que custa esperar...
E como dizia a Joana, é um feito bom para o País: há (supostamente) 6 milhões de portugueses que se vão sentir mais felizes e confiantes, e isso pode ter boas repercussões na economia nacional. E diminuir os níveis de violência doméstica. Mas claro que hoje muitos vão trabalhar com olheiras até ao queixo...

domingo, 22 de maio de 2005

Prueba superada!



...à London Eye!
Pode parecer mais um exercício de masoquismo, mas a verdade é que eu gosto de ir a estes sítios. A London Eye é uma roda gigante, com 135 metros de altura, contruída por ocasião da passagem do milénio, mesmo em frente ao Big Ben.
Há muito que queria ir, e aproveitei para ir agora com as minhas visitas.
Desculpem se esta não é a melhor fotografia, mas não me consegui aproximar mais do vidro. Passei a viagem quase toda (meia hora!) sentado no banco que estava a meio da cápsula, enquanto vários miúdos se divertiam a pendurar-se contra o vidro... só de lembrar fico com as mãos a suar!
Lá de cima, a vista é espectacular, e como o céu estava descoberto dava para ver bastante longe. Mas vou ter de esperar pelas fotografias da Joana para poder gozar melhor. Para mim, foi mais o gozo de poder dizer mais uma vez: prueba superada!

Joana e Sara



São as minhas visitas deste fim-de-semana! A Joana, minha amiga desde a primeira classe, e a sua irmã Sara (tb conhecida por Sariiita!). Estamos os 3 no espaço exíguo do meu quarto. Chegaram na sexta e vão embora hoje à noite.
Trouxeram-me queijos, moscatel, lombo fumado (obrigado Mãe!), biscoitos (obrigado Mafalda!) e queijadas da Graciosa (obrigado Pedro!). Graças a elas, pudemos fazer ontem a V Festa do Queijo e do Vinho, com os "amigos de Paris".
Durante o dia, têm andado a calcorrear Londres de uma ponta à outra, enquanto eu fico a estudar. E juntamo-nos ao fim da tarde, como ontem quando fomos...

sexta-feira, 20 de maio de 2005

Olha quem é ele!



O Presidente da Comissão Europeira, José Manuel Barroso já não é um durão. Não só no apelido, que deixou "cair" para facilitar a vida aos estrangeiros (realmente, ainda estou para descobrir um que consiga dizer ão), mas na postura. Longe vão os tempos em que tinha de pôr cara feia para obrigar os portugueses a apertar o cinto, para tentar que o país deixasse de andar de tanga.
O Barroso que foi hoje falar à LSE é um homem simpático e bem disposto, que por várias vezes fez rir a audiência e a todos parece ter agradado. O tema principal era o compromisso da Europa em apoiar África no seu desenvolvimento, mas na parte final, dedicada às perguntas da audiência, não se poupou a responder aos estudantes e jornalistas que lá estavam: o que acontecia se o "não" à Constituição Europeia vencesse em França («não tenho um plano B»), ou como vai reagir à moção de censura no Parlamento Europeu.
Mas a pergunta mais engraçada foi a de um aluno: "sendo o senhor, actualmente, o segundo português mais conhecido por aqui, o que pensa de José Mourinho?" Ao que Durão respondeu: "eu não diria que ele é um português típico... porque os portugueses, em geral, costumam ser pessoas modestas!"

quinta-feira, 19 de maio de 2005

...

A Casa de Sporting estava mais uma vez cheia. Durante a primeira parte, cantámos várias vezes "só eu sei porque não fico em casa"; até o meu amigo Roberto, da Guatemala, já sabia a letra!
Mas depois foi-se o sonho e veio a desilusão. Morrer na praia, como no Euro.
Para o ano há mais...

(e não é que o gajo que está ao meu lado, aqui na biblioteca, tem uma T-shirt da Aeroflot/Soviet Airlines?!?!)

quarta-feira, 18 de maio de 2005

A esperança é verde!


Hoje é o dia da grande final!
Depois de termos perdido o Euro 2004 em casa, não podemos deixar fugir este troféu.
Força, Sporting!

terça-feira, 17 de maio de 2005

Admirável mundo novo - parte II

Notícia do Expresso, de 14 de Maio

Em exercício de 50 minutos, destinado a turmas do 5.º e do 6.º ano, propõe que, durante a aula, os professores ponham os alunos de 10 a 12 anos a pensarem no maior número possível de sinónimos para palavras como testículos, pénis, vagina ou relação sexual. De acordo com os manuais para os professores é «normal e aceitável utilizar expressões consideradas menos adequadas» e que podem mesmo «causar embaraço ou tornar-se desagradáveis». No final, e esgotadas todas as hipóteses, os estudantes devem afixar num «placard» o resultado deste trabalho.
Este é um dos exemplos das tarefas propostas para o ensino de Educação Sexual, uma matéria transversal, isto é, que pode ser dada por qualquer professor e em qualquer disciplina entre o 1.º e os 12.º anos de escolaridade.

Para Manuela Calheiros, psicóloga e professora universitária, «o exercício proposto é ridículo». Mas esse não é o maior problema deste projecto educativo. Com efeito, por não ser «testado, por não ser feita formação de professores e avaliados os resultados», há aqui «uma falha gravíssima», tanto mais que ninguém sabe «quem é responsável» pelas eventuais falhas cometidas. Manuela Calheiros vai mais longe: «não há contexto emocional» em todos os conteúdos programáticos sobre sexualidade, tal como ausentes estão «as famílias, o próprio envolvimento cultural e, mais grave, a possibilidade de qualquer pessoa dizer ‘não’». Para a psicóloga, mais importante do que enumerar e enunciar os actos sexuais - sejam eles quais forem - «é formar os alunos para sentimentos positivos e negativos» e, nesse processo, «aprender a conhecer-se e reconhecer que pode recusar situações ou atitudes que não aceite».

Outra proposta de trabalho apresentada nos manuais de apoio aos professores, tendo como destinatários crianças de 10 e 11 anos, consiste em pôr os alunos a colorir uma figura (masculina ou feminina), para depois assinalarem «as partes do corpo que elas gostam, ou não, que sejam tocadas. Estes desenhos podem ser recolhidos de forma a constituírem informação para o professor». Outra sugestão passa por pedir aos alunos que façam «uma lista com todas as manifestações sexuais que venham à ideia, colocando à frente de cada um o tipo de sensações presentes». Como exemplos sugeridos aos professores são elencados: «manipulação dos órgãos genitais, beijos entre namorados, relação sexual».

O conteúdo desta «disciplina» está longe de ser consensual. Uma professora do 3.º ciclo recusou-se mesmo a seguir os manuais propostos, mas foi advertida pela direcção da escola «de que não podia fazer objecção de consciência» e corre o risco de ser punida disciplinarmente se não acatar a ordem.

Albino Almeida, presidente da Confederação das Associações de Pais (Confap), é pessoalmente adepto da educação sexual nas escolas. Mas admite que a actual orientação tem «lacunas e alguns temas estão desadaptados» às faixas etárias a que se destinam. Os vários tipos de família apresentados, por exemplo, «deviam surgir como vários tipos de união».

Paula Vilariça, pedopsiquiatra do Hospital Dona Estefânia, considera mesmo a desadequação etária um dos problemas mais graves deste programa. Além disso, os conteúdos apresentados «não são esclarecedores» e podem mesmo «ser perturbadores, agressivos e até traumáticos para alguns alunos».
Defendendo uma estratégia mais informativa para estas aulas, a médica rejeita este projecto nos termos em que está apresentado, por o considerar «um atentado à fantasia e à inocência».

Albino Almeida sustenta esta ideia ao referir que a maior lacuna do projecto «é a não inclusão das doenças sexualmente transmissíveis». Em vez de informar, «o programa diverte-se com conteúdos desfasados, esquecendo as doenças que são parte fulcral em matéria de sexualidade», conclui.

A grande responsável pela actual filosofia orientadora da educação sexual nas escolas é a Associação para o Planeamento da Família (APF) - filial de uma das maiores ONG mundiais - que participou na produção das «Linhas Orientadoras», fez vários manuais, formou e continua a formar professores no âmbito de protocolos com o Ministério da Educação.
Um dos livros aconselhados - «Educação Sexual na Escola», de Júlio Machado Vaz e Duarte Vilar, da APF - propõe como conteúdos para o pré-escolar e o 1.º ciclo: aprender a realizar a masturbação, se existir, na privacidade; conhecer diferentes tipos de família; adquirir um papel de género flexível e reconhecer comportamentos sexuais como carícias, beijos e relações coitais.



1. Concordo absolutamente com a necessidade de Educação Sexual nas escolas, fundada numa concepção global de sexualidade, que desmistifique os impulsos mas promova antes os afectos, e ensine que tão (ou mais) importante que saber dizer "sim" quando é chegada a altura (a noção de altura certa varia consoante as concepções morais de cada um, e aí não cabe ao ensino público defender uma ou outra visão) é dizer "não" quando as pessoas não se sentem preparadas. Não tenho certezas absolutas em matérias tão complicadas como a homossexualidade, mas acho que uma coisa é o direito à não discriminação e outra bem distinta é dizer que um casal homossexual é uma família.

2. Acho que, no mínimo, deveria ser dada aos pais a possibilidade de escolherem se os seus filhos devem ou não ser educados segundo esta visão do mundo.

3. Tendo sido aprovado em 2000 pelo Governo PS, não se percebe como o governo PP/PSD ignorou esta questão durante o seu mandato. Se estou certo que uma grande parte dos portugueses não se revê neste programa, afinal quem o representa?

4. Convido aqueles que partilhem o desacordo com este programa deturpado a assinar esta petição aqui.

segunda-feira, 16 de maio de 2005

Admirável mundo novo



Paro o estudo sobre o efeito das mudanças demográficas (maior esperança de vida, menos nascimentos) no financiamento da segurança social, para fazer uma rápida revista de imprensa.
Um jornal inglês revela que em 2003 fizeram-se 181 582 abortos em Inglaterra e Gales, um valor 3,2% superior ao do ano anterior e 15% superior a 1993. Para quem acha que a liberalização não aumenta o número de abortos, está aqui a resposta.
Um terço dos abortos refere-se a mulheres que já fizeram um aborto anteriormente, e cada vez mais mulheres o fazem por razões de "lifestyle". Não estamos, portanto, a falar de situações de grave carência económica, mas de alturas em que não dá jeito ter um filho.
Apenas 1% dos abortos se deveram a problemas do feto, e é cada vez mais difícil encontrar situações clínicas em que a gravidez ponha em causa a saúde física da mãe.
A Inglaterra é o país europeu com um prazo mais alargado para o aborto legal. A lei britânica permite o aborto até às 24 semanas (quando o bebé tem a figura que se pode ver na fotografia acima), bastando que 2 médicos digam que a gravidez representa uma ameaça para a saúde física e mental da mulher "maior do que se a gravidez for levada até ao fim". No mundo ocidental, a única lei mais permissiva é a dos Estados Unidos, que deixa ao critério de cada Estado o limite legal para o aborto a pedido, entre um mínimo de 26 semanas e um máximo de 9 meses.
É por aqui que queremos ir?

Home sweet home



Apesar de estar a 1600 quilómetros de casa e concentrado no estudo, tenho esta imagem (que tirei do avião, à chegada dos Açores) como fundo do meu portátil, para me lembrar que there's no place like home...
A praia, a Costa e Lisboa, o rio e a ponte, o céu sempre tão azul! E as pessoas que por aí estão, claro!

domingo, 15 de maio de 2005

Bocas



No meio do estudo, continuo com as minhas sessões de "TV Nostalgia".
Hoje vi um episódio do Bocas! Esse simpático boi que pôs as crianças do meu tempo a cantar um genérico onde as únicas palavras que se conseguiam reproduzir eram "bush bush". Descobri agora que a série era holandesa, de 1987; claro que já o poderia ter deduzido há mais tempo, pelos tamancos do bicho...
E redescobri que estes desenhos animados eram pérolas de bom humor, absoluto nonsense no reino dos animais! Como quando o Bocas está a tentar rachar um tronco com um machado, falha o alvo e acerta no chão, abre-se uma racha, que vai alastrando pelas montanhas fora até que se vê uma imagem espacial do mundo a rachar-se ao meio! Um mimo!
E a voz era do recentemente falecido Canto e Castro, recordista em dobragens de desenhos animados.
Como podem ver, por estas bandas não me tem feito muita falta a RTP Memória...

É a vida...

Numa Casa do Sporting completamente cheia, não só de sportinguistas mas também de muitos benfiquistas, assisti a um jogo morno que acabou com a derrota do Sporting.
Não há crise... Umas vezes ganha-se, outras perde-se. Já valeu a pena a expectativa e o entusiasmo da disputa até ao fim.
Agora as atenções concentram-se na próxima quarta-feira. Aí a oportunidade é mais singular, e não podemos mesmo perder!

E passar um domingo cheio de sol fechado numa biblioteca? Também é a vida...

sábado, 14 de maio de 2005

Efeméride



14 de Maio de 2000. Há precisamente 5 anos.
Era domingo, um dia depois de João Paulo II ter estado pela última vez no nosso País.
Uma semana antes, o Benfica tinha ido estragar a festa a Alvalade, com um golo de Sabry. O Vasco e eu aparecemos na televisão, no fim do jogo, com as caras pintadas de verde e a dizer impropérios, reflexo do desalento que nesse dia se vivera.
Mas no campo do Salgueiros o Sporting não falhou e ganhou por 4-0, golos de André Cruz (2), Duscher e Ayew. Nesse ano, as vedetas eram Beto Acosta e Peter Smeichel. Dos que ainda estão no Sporting, apenas Beto e Rui Jorge.
Vi o jogo em casa do Vasco, e no final partimos para fazer a festa em Lisboa. A coisa não era para menos, tínhamos quebrado um jejum de 18 anos!
O primeiro ponto de paragem foi em casa do meu avô, para celebrar com ele, o culpado por esta minha doença. Depois seguimos para Alvalade, onde estava o estádio cheio à espera que a equipa chegasse do Porto. Já a noite ia alta quando os jogadores apareceram finalmente no relvado, sendo interrompidos por uma invasão do campo (começada, vim a saber depois, por dois Joões que se viriam a tornar meus amigos, o Raposo e o Ascensão).
O Marquês vestiu um cachecol verde e branco por uns dias, muitos saíram de cachecol para o trabalho no dia seguinte, e eu fui para a universidade com o cabelo pintado de verde!
Será que hoje vamos ter uma festa semelhante?...

sexta-feira, 13 de maio de 2005

Fátima




A treze de Maio
Na Cova da Iria
Apareceu brilhando
A Virgem Maria
Avé, avé, avé Maria
Avé, avé, avé Maria

Neste dia, em 1917, três crianças que apascentavam ovelhas foram surpreendidas pela visita de uma "Senhora mais brilhante que o Sol".
Esse encontro mudou completamente as suas vidas: passaram a rezar o terço todos os dias, a visitar frequentemente a igreja e a fazer sacrifícios pela conversão dos pecadores.
Francisco morreu passados 2 anos e Jacinta pouco tempo depois, serenos e confiantes que o Céu os esperava. Lúcia ficou cá até há poucos meses.
Não se trata de um dogma de fé, no qual todos os católicos tenham de acreditar. A Revelação da fé cristã está toda nos Evangelhos, nada mais há a acrescentar. Mas esta e outras aparições são fenómenos espirituais que nos lembram da importância da oração e da conversão do nosso coração a Deus, e isso é mesmo o mais importante.

Há muitos anos que não faltava a um 13 de Maio em Fátima, mas anima-me saber que tenho lá várias pessoas a rezar por mim. Nos últimos cinco anos tinha ido em peregrinação a pé, uma experiência que aconselho vivamente; percorrer fisicamente aquele caminho abre-nos aos caminhos do espírito.
É também o primeiro 13 de Maio depois da morte de João Paulo II. Ele que sofreu um atentado em Roma, a 13 de Maio de 1981. Um atirador profissional disparou a uma distância de 2 metros, mas a bala não atingiu os órgãos vitais por milímetros.
Alguns anos mais tarde, o Papa ofereceu a bala ao Santuário de Fátima, em reconhecimento pela Graça recebida. Para que a bala ficasse visível ao público, os responsáveis do Santuário tiveram a ideia de a incrustar entre as pedras preciosas da coroa da imagem de Nossa Senhor, que havia sido oferecida pelas mulheres portuguesas no final da década de 40, em agradecimento por o nosso País ter sido poupado à guerra. Depois de dar muitas voltas à procura do melhor lugar na coroa para proceder a tão complicada adaptação, o ourives descobriu-lhe um buraco por baixo. Um buraco onde a bala está encaixada, até hoje, sem sequer ter precisado de cola.
Pode-se dizer que são coincidências. Eu prefiro chamar-lhe sinais.

quinta-feira, 12 de maio de 2005

Verão Azul



Quem da minha geração não se lembra de ver os episódios de Verano Azul, a série da TVE que passava nas tardes do Agora, Escolha ("778214, 778337 e 778289, da rede de Lisboa - não se esqueçam de marcar o indicativo 01 -, ou 7110908, 7110907, da rede do Porto, e o indicativo é o 02. Agora tenho aqui uns desenhos dos telespectadores..."). Pelo menos serão capazes de assobiar o genérico!
As aventuras do marinheiro Chanquete, da pintora Julia e dos jovens Bea, Desi, Pancho, Quique, Javi, Tito e Piraña, numa praia do sul de Espanha faziam as delícias de qualquer criança dos 80s, e todos aprendemos a falar um pouco de espanhol nessa altura!
Pois bem, graças às maravilhas da internet estou a conseguir agora todos os episódios dessa série, e ontem à noite pude ver o primeiro. Eu sei que é o meu lado kitsh e revivalista a falar mais alto, e que se virmos à luz do século XXI a série tecnicamente é uma porcaria, mas foi uma emoção recuar uns 15 ou 20 anos, para os tempos em que todos tínhamos encontro marcado, a seguir ao almoço, com a saudosa Vera Roquette.

quarta-feira, 11 de maio de 2005

Missa internacional



Estive agora na última missa do ano celebrada aqui na LSE. Todas as quartas, à uma da tarde, nos encontrávamos para ouvir as leituras e renovar o sacramento que Jesus instituiu na Última Ceia. Numa sala simples, só com altar e cadeiras, velas e um pequeno ícone da Santíssima Trindade (na mesma sala da capelania reunem-se também protestantes noutro dia).
E o que mais me tocou ao longo do ano era hoje por demais evidente: num pequeno grupo de 15 pessoas, estavam representadas 13 nacionalidades, da Europa (Inglaterra, Portugal, Espanha, França e Holanda), América (EUA, México, Colômbia, República Dominicana, Granada), África (Camarões e Zimbabwe) e Ásia (Malásia). Culturas e sensibilidades diferentes, unidos pelo amor a Cristo e a pertença à Sua Igreja.
"Católico" significa "universal", e é bom constatar que 2 mil anos depois da vinda de Cristo ao mundo a Igreja chega cada vez a todos os cantos do mundo. Em parte devemo-lo também ao zelo pastoral de João Paulo II, o Papa viajante.

Estreou ontem na BBC2 um programa chamado The Monastery (O Mosteiro). O desafio era fazer com que cinco homens, com uma vida profissional de sucesso mas com pouco tempo (ou vontade) para parar, participassem durante 40 dias na vida de um mosteiro de beneditinos. O projecto surgiu de uma ideia do canal, mas foi depois adaptado pelos próprios monges, como contou um deles na missa a que fui no passado domingo.
Entre 250 candidatos, cinco foram escolhidos para entrar no mosteiro de Worth Abbey, a sul de Londres, onde viveram uma experiência de oração, obediência e humildade. Neste reality show diferente, o objectivo não era que todas as semanas um deles fosse expulso pelos outros, mas que cada um ajudasse os outros a chegar ao fim.
Nenhum deles tinha qualquer relação anterior com a Igreja; claro que nenhum deles resolveu ficar na comunidade depois do programa, nem sequer se terão transformado em "beatos" da noite para o dia, mas provavelmente todos ganharam a percepção de que a vida espiritual, no mínimo, merece ser experimentada. Podem ler o testemunho de um dos participantes aqui.
Para os participantes, foi uma oportunidade de conhecer outra forma de vida; para os monges, uma maneira de darem a conhecer ao mundo o que fazem; para os espectadores, espero que seja um convite a reflectir sobre o lugar da fé na nossa vida. Pelo menos, há que a buscar.

terça-feira, 10 de maio de 2005

Época de exames

Sempre foi assim, eu é que já não me lembrava - já lá vão 2 anos desde que acabei o curso, parece uma eternidade.
Gosto mais de estudar para os exames do que do resto do ano lectivo (claro que as férias estão muitos furos acima!). É certo que quando se aproxima o momento da verdade a coisa aperta um bocado, e não é muito agradável saber que a avaliação de todo um ano se joga em duas horas de escrita. Mas o que eu gosto mesmo é de perceber que finalmente estou a aprender! Agora sim, começo a relacionar as coisas, a perceber porque era importante saber as teorias para lhes poder dar forma com exemplos. Claro que já podia ter sentido isso antes, mas já se sabe como isto funciona: uma pessoa só começa a estudar a sério quando é posta à prova.
E também gosto deste ritmo, de acordar cedo, ler e debater durante o dia, e à noite desanuviar.
Fui agora almoçar com uma colega coreana, que faz parte de um "study group" que criámos: com mais duas raparigas, uma japonesa e outra de Hong Kong, cada um prepara alguns tópicos durante a semana e reunimo-nos aos domingos para trocar ideias. Estava-lhe a explicar uma parte da matéria, depois fomos relacionando isso com experiências de Inglaterra e dos nossos países, e tudo me estava a parecer muito mais claro e interessante (não me recordo de alguma vez ter discutido coisas do Direito). E é também por esta partilha sobre as políticas e a sociedade de cada país que vale muito a pena estar aqui, para além do que vou aprendendo nas outras conversas (muito mais interessantes ainda) sobre cultura, gastronomia e costumes...

O meu caminho de todos os dias



Todos os dias faço este caminho (podem clicar em cima do mapa para verem maior) nas duas direcções. Podia apanhar um autocarro, mas assim faço exercício e poupo 1,2€ para cada lado. E posso observar melhor os sítios por onde vou passando:
- o jardim da Tavistock Square, com uma estátua do Ghandi;
- o prédio onde viveu Charles Dickens, onde hoje funciona a British Medical Association;
- o jardim da Russell Square, com pequenos lagos e esplanada, rodeado de hotéis;
- restaurantes de muitas nacionalidades (italiano, grego, chinês, japonês, indiano) e vários pubs;
- uma loja de livros com desconto, como há muitas por aqui;
- um Tesco e um Sainsbury's, supermercados que seriam equivalentes ao Dia e ao Modelo, em Portugal;
- a Holborn Street, por onde passam os autocarros de dois andares mais antigos, abertos atrás para as pessoas poderem sair onde quiserem, em direcção à Oxford Street;
- várias lojas de souvenirs, roupa, electrónica, vinhos, cartões...
- uma faculdade de artes, onde vejo a nata das personagens alternativas de Londres;
- a estação de metro de Holborn, onde aproveito para espreitar os títulos dos jornais;
- a igreja católica de St. Anselm, que tem missa e confissões à hora de almoço;
- mesmo junto à Faculdade, a Old Curiosity Shop, uma loja de 1567 (dizem que é a mais antiga de Londres) que deu o nome a um romance de Charles Dickens, e que hoje é uma loja de sapatos estranhos.



São raros os dias em que não me cruzo com portugueses no caminho. Espanhóis então, nem se fala. E pessoas de todas as cores e feitios!
É isto o que eu acho mais giro de Londres!

segunda-feira, 9 de maio de 2005

Avô



Se fosse vivo, o avô Armindo faria hoje 95 anos, e ao lembrá-lo quero prestar-lhe a minha sentida homenagem.
Nascido de uma família humilde de Trás-os-Montes, trabalhou muito, desde muito novo, veio a ter algum sucesso no ramo da distribuição alimentar, em Abrantes, e até ao fim dos seus dias soube gerir e poupar (certamente a pensar em nós) o que lhe custou a ganhar. Um dos frutos desse seu esforço é, em boa parte, a possibilidade de eu estar aqui em Londres.
Foi também uma pessoa preocupada com a sua terra, tendo sido presidente da Junta do Rossio ao Sul do Tejo e vereador na Câmara de Abrantes. Educado no protestantismo, tornou-se mais tarde católico e, enquanto pôde, participava na missa todos os dias. Era ainda um adepto doente do Sporting, com lugar cativo em Alvalade, tendo-me passado pelos genes essa agradável enfermidade.
Hoje recordo-o com alegria e saudade, e é com esse incentivo, do amor e orgulho que tinha nos netos, que parto para mais um dia de estudo.

Comer bem



Nunca tive cuidado especial com a alimentação. Apesar da insistência dos meus pais para que eu comesse fruta, quase sempre eu resistia insensatamente. E em minha casa nunca faltou pão com manteiga, muita "chicha" e batatas fritas. Mas antes isso que o oposto: sei que poucos cientistas subscreveriam esta tese, mas acho menos saudável para o corpo a cultura "light" e macrobiótica (as gorduras também têm o seu papel e a carne dá-nos preciosas proteínas), e para o espírito a preocupação excessiva com a contabilidade dos nutrientes e das calorias que nos vêm à mesa. Posso sempre argumentar em favor da "anarquia alimentar" que tenho bastante resistência à doença (suponho que também me ajudou ter sido amamentado até muito tarde), mas não preciso de encontrar justificações para a minha fraqueza: a verdade é que simplesmente não resisto aos doces conventuais, carnes gordas, enchidos, queijos, batatas fritas, refrigerantes, manteiga com pão ou leite condensado.
Por outro lado, nunca tive inclinação nem paciência para exercício. Gosto de jogar à bola de vez em quando e fiz natação durante dois anos, mas não me imagino a frequentar um ginásio (tentei um mês mas aborreci-me de morte) ou a ir correr para o parque.
Conjugando estes dois factores, e apesar de na juventude sempre me ter aguentado em razoável forma, com o passar dos 20 fui acumulando uma proeminente barriga, e aqui em Londres, com uma autêntica overdose de fritos, alcancei, pela segunda vez na vida, a fasquia dos 80kgs.
Não só pela estética mas sobretudo por uma questão de conforto (todas as calças me estão apertadas e cansa-me subir as escadas até ao segundo andar), resolvi ter cuidado com o que como. Renunciei aos fritos do pequeno-almoço, e passei a tirar fruta e iogurte, que vou comendo durante a tarde (antes "encharcava-me" em comida de manhã e esperava pelo jantar para voltar a comer); tento beber pelo menos 1 litro de água por dia; ao jantar como normalmente. Só não consigo renunciar às sobremesas!
Não tenho o objectivo de alcançar algum peso em especial, nem sequer tenho aqui balança para controlar, mas posso dizer que em duas semanas já consegui um regular funcionamento do organismo. Curtem o eufemismo?

sábado, 7 de maio de 2005

Ainda o futebol

Desde pequeno que sou um fervoroso adepto de futebol. Ou melhor dizendo, do Sporting e da Selecção nacional, porque por outro lado não tenho paciência para assistir a um Alverca-Estrela da Amadora, nem mesmo a um Milan-Bayer Munique ou algo do género. Se forem equipas estrangeiras onde haja jogadores (ou treinador...) portugueses, ainda vá...
Adaptando a frase do saudoso João Pinto (o do Porto, não o da Marisa Cruz), o meu coração só tem uma cor: verde e branco! Esta relação já vem de longe: surgiu primeiro com o meu Avô e tios paternos, que me levavam a Alvalade desde os meus 6 anos, e continuou depois com o Vasco e o Artur, com quem vivi as alegrias de ver finalmente o Sporting campeão.
Chegado a Maio, com as competições a aproximarem-se do fim, não consigo deixar de pensar nos jogos importantes que se avizinham, sobretudo a final da Taça UEFA (quero um bilhete!!!) e o Benfica-Sporting. Eu sei que o futebol é só um jogo e que há outras coisas bem mais importantes na vida, mas o que é facto é que uma vitória como a da anteontem me deixa contente por alguns dias. E por muito irracional que possa ser, só por isso já vale a pena!
Aqui em Londres, é também uma oportunidade de conhecer a comunidade emigrante, que se reúne para ver os jogos nos vários cafés e restaurantes portugueses que tenho descoberto. E para comer um belo chouriço, ou beber uma imperial com tremoços. Coisas simples mas que sabem muito bem. Como bem me saberia que o Benfica perdesse hoje...

Ontem morreu uma figura que pertence ao imaginário de todos os portugueses que gostam de futebol: o jornalista Jorge Perestrelo. Até há muito poucos anos, não havia SportTV e muitos jogos só podiam ser acompanhados no estádio ou via rádio. E não havia narração mais inflamada que a do Perestrelo na TSF. Com expressões que trazia de África ou que ele próprio inventava, como o famoso "ripa na rapaqueca", ele era um espectáculo dentro do espectáculo. Vou ter saudades.

sexta-feira, 6 de maio de 2005

Só eu sei porque não fico em casa!


Ai o meu coração!!
Há muito que não gritava tanto! Mas acreditei até ao fim! E no fim a emoção foi mais forte e abracei uns quantos portugueses que não conhecia.
E agora o que eu queria mesmo era estar no Marquês!
Ou melhor ainda, estar em Alvalade a 18 de Maio. Se alguém me conseguir um bilhete para o jogo, eu marco o avião nesse preciso minuto!!! A sério!!!

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Nervos...

A dez horas do jogo que pode colocar o Sporting na final da Taça UEFA (em Alvalade!!!), começo a ficar nervoso...
Ainda me lembro da meia-final contra o Inter, em 1991, mas confio que hoje vá ser diferente! Vamos ganhar!!!
Vou estar a ver o jogo num restaurante português, em Camden, onde espero receber as vossas mensagens!

Claro que não é tão importante como o jogo do Sporting, mas hoje há eleições aqui em Inglaterra. A vitória de Blair é certa, a curiosidade reside em saber com que diferença. Pelas coisas que tenho estudado, os trabalhistas até estão a fazer um bom trabalho ao nível das políticas sociais (mas os meus professores são suspeitos, já que alguns trabalham como consultores para o Governo). A mancha no seu mandato foi a forma como conduziram a questão do Iraque, a reboque dos americanos.
Sabiam que os nacionais de qualquer país da Commonwealth (Canadá, India, Austrália e muitos outros, incluindo Moçambique!) também podem votar? Na recepção da residência estão a dar os boletins de voto a todos os eleitores e a mesa de voto é a dois passos daqui.

segunda-feira, 2 de maio de 2005

New look!


Não há fome (de posts) que não dê fartura...
Esta semana, pedi ao "peluquero" Roberto para me dar uma boa rapadela no cabelo, para "dar uma" de Verão! A condizer com os calções e havaianas que já dominam a residência e a biblioteca...
Não acreditem no mito de que Londres é sempre cinzenta. Também há Verão, e já cá está!

E por cá...

Os primeiros dias passei entre a residência e a biblioteca, a fazer um esforço para escrever os trabalhos. Um sobre regeneração urbana e o Programa Polis, outro sobre os direitos sociais e o acesso à justiça. E à boa maneira portuguesa, lá os entreguei no último minuto!
Na sexta à noite, houve mais uma edição da Festa Iberoamericana do Vinho e Queijo! Desta vez na residência do Juan Felipe, com a Catalina e a prima Daniela "Paleta" (todos os 3 colombianos), o Eduardo e o Roberto. Sempre que o grupo se junta (e melhor ainda quando há produtos frescos vindos de Portugal!), a animação é garantida!
No sábado tive a visita da Mafalda, em "escala" entre Estrasburgo e Bruxelas. À noite fomos com os latinos de Passfield até Picadilly ver se os adeptos do Chelsea estavam a festejar por ali, mas não os encontrámos. Mas valeu pelo passeio!
Ontem descobri um restaurante português a 10 minutos daqui, onde fui ver o Sporting, com o Eduardo e com o Hugo (um velho amigo da Costa, que veio para cá estudar e trabalhar por uns tempos). E que grande festa que o Pinilla nos proporcionou!!
Agora durante a semana, há que começar a dar no duro para os exames. Tenho muito para ler... Mas o tempo ajuda: está sol e céu azul, e aqui na residência puseram mesas e cadeiras no jardim, pelo que já se pode lá comer ou estudar.
E - perdoem-me o sacrilégio - eu até gosto de estudar para os exames...

Para a memória...


E viva os noivos!!


...e os amigos também!!!

De volta!

E eis que estou de volta a Londres e ao blog!
Antes de mais, os meus pedidos de desculpa por tão grande abandono... Durante as férias e até à última sexta, estive ocupado com a escrita de dois trabalhos, felizmente já entregues, mas a maior explicação para não ter escrito é mesmo a preguiça, minha grande inimiga.
Estive em Portugal 5 semanas. Parece um exagero, mas o sistema inglês funciona mesmo assim: 10 semanas de aulas no Outono (Outubro/Dezembro), depois 4 semanas de férias, 10 semanas de aulas no Inverno (Janeiro/Março), depois 5 semanas de férias, e por fim a época de exames (Junho). Por isso, a última aula que tive foi na LSE foi em Março, e agora já só vou ter umas sessões de revisões e exames (o último é a 20 de Junho).
Bem, mas tenho muitas coisas a comentar. Vamos por pontos:

1. A morte de João Paulo II. Este Papa ficará sempre como um exemplo para mim, pela forma radical como viveu toda a sua vida: sempre em estreita ligação com Deus, numa oração quase permanente; sempre uma voz activa pela liberdade, pela paz, pelo diálogo entre religiões, pela defesa da vida.
Foi também um Papa que atraiu os jovens para os valores do Evangelho. Estive entre os muitos milhares de jovens que reuniram em Roma (2000), Toronto (2002) e Madrid (2003). Estive também nas 3 visitas do Papa ao nosso país. E vi-o ainda mais de perto quando estive de visita a Roma, em 2002. Em todas as vezes senti a comoção de estar perante uma figura muito especial, que irradiava algo que não podia vir só das suas virtudes humanas, mas do Espírito que o inspirava.

2. A visita do Eduardo. Mais uma vez foi um prazer tê-lo comigo em Portugal. Sempre à vontade com a minha gente, que já começa a ser também sua. Mostrei-lhe o que me tinha faltado mostrar no Natal (Sintra, Évora, Palmela...) e também passámos alguns dias a estudar. Depois de Portugal, ele começou a trabalhar em part-time num escritório de arquitectos.

3. O casamento do Pedro e da Isabel. Mesmo antes de regressar a Londres, o momento mais marcante! Fiquei muito contente por ser testemunha (vulgo padrinho) desta união, uma vez que estive em Roma quando tudo começou, e depois acompanhei os 5 anos de namoro, em que a Isabel ficava lá em casa, e também fomos fazendo alguns programas juntos.
A cerimónia foi bonita, e que bom que é ver que os noivos estão ali mesmo por convicção (e não porque fica bem)! E depois a festa foi muito animada! Para já, foi engraçado para mim ter familiares de um lado e amigos do outro! E também foi especial estar com os meus amigos mais próximos, pela primeira vez juntos a dançar depois de uma adolescência cheia de Vermelhas e outras aventuras. Vamos ver se agora pega!
E o meu obrigado público à Isabel e ao Pedro pelo testemunho que me deram, de como as coisas podem ser bem vividas e conquistadas, contra as correntes do mundo... Só não agradeço terem-me feito sentir que estou, ou estamos todos, a ficar velhos!!