quarta-feira, 31 de maio de 2006

Balada do amigo que chega


Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.


Fui ver. Era o Artur.
De onde veio? Aqui? Do nada??
Será estadia que dure,
ou somente outra aventure
com sua mochila encarnada?

Diz-me que vem para ficar,
que veio tentar a sorte...
Terá onde trabalhar,
irá para o rio pintar
ou partirá p'ra outro port?

Por ora tudo em aberto.
Fica connosco em Mayford*.
O futuro é incerto,
mas é bom tê-lo por perto!
My friend, welcome aboard!

*a nossa morada

terça-feira, 30 de maio de 2006

And the winner is...

Porque não a Eurodisney, que deve ser claramente melhor?
- porque seria um bocado frustrante ir sozinho à Eurodisney (quem me tirava a foto com o Mickey?);
- porque teria mais graça levar lá as sobrinhas daqui a 1 ou 2 anos;
- porque queria ir jantar a Paris, e assim não podia ver os espectáculos da noite (enquanto que o Astérix fechava às 19h);
- porque dificilmente iria ao Parc Astérix noutra ocasião;
- e para poder andar nesta montanha russa enorme com 7 loopings!

Pena não ter mais fotografias para mostrar, mas valeu a pena!
O parque tinha outras montanhas russas giras (uma de madeira, outra em que vamos a deslizar tipo tobogan), para além dos tradicionais carrosséis rodopiantes, das cadeirinhas centrífugas, etc.
Também foi giro ver por lá várias pessoas com feições portuguesas e a camisola da selecção, apesar de todos falarem francês - inculturados mas orgulhosos das origens!
E porque estamos em França, claro que não podia faltar o crepe do dia!

Paris

Foi bom voltar a Paris! Mesmo sem a excitação da descoberta e a azáfama de carimbar todos os pontos turísticos, e também sem as noitadas de queijo e vinho do ano passado. Mas foi a primeira viagem de flatmates.
Ficámos numa pousada da juventude baratinha, na zona da Bastilha. À chegada, fomos fazer um reconhecimento do terreno e ver Paris by night.
No sábado eles tinham um casamento e eu fui... vão ter de esperar pelo próximo post para desvendar o mistério dos parques de diversões. :)
O serão foi passado na companhia da Diana Gala, uma amiga do MSV que está a fazer Erasmus em Paris. Jantámos num restaurante do Quartier Latin e depois fomos a uma festa na Cité Universitaire. As residências lá são enormes, e a festa era numa delas, mas com gente de toda a universidade. Foi bom voltar a dançar no meio de estudantes de várias raças e continentes! Quando cheguei à pousada, perguntei na recepção se já tinham chegado as pessoas do quarto 112, e responderam-me que já tinha chegado toda a gente de todos os quartos!
Domingo foi o dia para caminhar calmamente pelos vários ex-libris: Hôtel de la Ville, Notre Dame, Louvre, subir os Champs Elysées até ao Arc de Triomphe...
Desta vez consegui livrar-me dos suores da subida à Torre Eiffel. Quando lá chegámos, os andares de cima estavam fechados por excesso de visitantes. Aproveitámos para apanhar uns banhos de sol nos Champs de Mars.
Seguiu-se a missa em Notre Dame e o jantar em Montmartre, o meu recanto favorito de Paris.
Segunda-feira foi o dia para ir conhecer lugares novos. De manhã fomos passear pelos intermináveis jardins de Versailles.
Por ter pouca bateria (como sempre), andava com o telemóvel desligado. Nisto, o Eduardo, que está para ser tio por estes dias, recebeu uma mensagem que dizia "O bebé já nasceu..." e ficou baralhado (porquê em português?!), mas continuando a ler percebeu que era a minha mãe a dar-me a notícia de que o Pedrinho, filho do Pedro e da Isabel, tinha acabado de nascer! Fiquei cheio de alegria com o nascimento do meu primo-"sobrinho", e telefonei a dar os parabéns ao papá!

De volta à cidade, e retemperados por um almoço numa cervejaria onde a Nayan era a única representante do sexo feminino, fomos ao Parc de la Villete. Os meus amigos, ambos arquitectos (ou devo dizer urban designers?), vibraram com esta intervenção do arquitecto Tschumi, que alberga um museu de ciência e várias construções que interagem com o visitante.

No regresso, o Eurostar atrasou-se e só chegámos a casa à uma da manhã. Como compensação, tivemos direito a táxi pago e 50% de desconto no próximo bilhete Eurostar. Nada mau!
O atraso na partida permitiu-nos jantar ao pé da estação, e foi aí que comi o crepe com Nutella da vida*! Se os houvesse na mesma quantidade em Londres, onde iria parar a balança?...

* Obrigado, Catarina, por enriqueceres o meu vocabulário!

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Eu ia

Se estivesse em Portugal era certo que ia a uma das noites do Rock In Rio, que hoje começa. Tal como fui na última edição, no dia em que cantaram Sting, Ivete, Represas e Abrunhosa. Fui mais para não perder a oportunidade de viver o evento, aquela sensação de estar a ver as reportagens na televisão e pensar que podia estar lá, mas valeu bem a pena!
Do programa deste ano, gostava de ver a Shakira, os Guns'n'Roses, os Red Hot Chili Peppers e os Jota Quest, e gostava de rever Ivete Sangalo, Rui Veloso, os Xutos e Sting.
Mas a grande emoção para mim é ver o projecto Céu Aberto, do MSV, entre as 3 instituições apoiadas pelo festival. Vamos receber 200 mil euros, 40% do necessário para pôr a casa de pé. Vamos ter uma barraquinha por lá, por isso se algum dos leitores for ao Rock In Rio não deixe de visitar. Espero receber notícias de como está a correr pela Mafalda, que vai lá estar.
Outro amigo que vai viver o festival por dentro é o Vasco, que vai estar a coordenar o transporte dos artistas. Por isso, não me vão faltar relatos de como foram estes dias no Parque da Bela Vista.

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Sempre em festa!

Este fim-de-semana vou a Paris! O Eduardo e a Nayan têm um casamento de uma amiga e perguntaram se eu queria ir também (a Paris, não ao casamento). Vamos amanhã à tarde e, como segunda é feriado em Inglaterra, só regressamos nesse dia à noite.
Quero ir aos (poucos) lugares que ficaram por ver no ano passado, como o Palácio de Versailles e o Museu Pompidou. E quero voltar a passear pelos Champs Elisées, ver a vista desde Monmartre, quem sabe subir de novo à Torre Eiffel e comer crepes com Nutella.
No sábado, como vou estar sozinho, vou aproveitar para voltar à infância. O dilema é:
Eurodisney ou Parc Asterix?


quarta-feira, 24 de maio de 2006

Os pontos altos de 48 horas em casa

  1. Antes de aterrar em Lisboa, fazer a curva mesmo por cima da Costa da Caparica.
  2. Ir às compras no Fórum Almada.
  3. Conseguir fazer as quatro refeições com os Pais, com direito a alheira e tudo!
  4. Passar a tarde de sábado na praia com os amigos da Costa e Almada: uns toques na bola, o primeiro banho do ano e o primeiro mini-escaldão.
  5. Estar presente na Primeira Comunhão da Teresinha e vê-la feliz pelo dia e por eu estar.
  6. Jantar com toda a família em casa da minha irmã e brincar com o Joãozinho.
  7. Tocar órgão na missa das 10h e no fim trocar aqueles 5 minutos de conversa com os amigos do coro.
  8. Ir ao paredão da praia espreitar como vai a sua reconstrução e a destruição das barracas.
  9. Comer um gelado na Surf e conversar com a Inês, a Ana, o , o Diogo e o Artur.
  10. Ir conhecer a casa do Céu Aberto antes das obras começarem.
  11. Ir conhecer a casa nova das Joanas.
  12. Jantar com o meu irmão, como é costume aos domingos.
  13. Assistir à prestação de Odete Santos no Dança Comigo e ao seu desaguisado com os Gatos Fedorentos.
  14. Receber a visita da Mafalda à 1 da manhã para dois dedos de conversa.
  15. Trazer o meu portátil arranjado, depois de quase 2 meses sem ele.

Rio-me para dentro quando digo que venho por 2 dias e as pessoas respondem "Só?? Sabe a pouco..." É evidente que ficar mais tempo seria muito melhor, mas como diz o slogan da Swatch "o tempo é o que fazemos com ele"!

terça-feira, 23 de maio de 2006

Longe

Tive agora a minha appraisal, que é uma reunião anual com o manager em que ambos avaliamos o meu trabalho. Para os que começaram a trabalhar até 30 de Setembro, esta avaliação determina o bónus que vão receber, mas a mim ainda não toca nada.
Por coincidência, o encontro de hoje marcou também o fim da minha probation (período experimental), que era o tempo em que podiam decidir mandar-me embora se não estivessem satisfeitos. Não foi o caso, e - perdoem-me a gabarolice - acabei por estar a hora e meia da reunião a ouvir elogios do meu manager.
Faz hoje 6 meses que comecei a trabalhar, o que quer dizer que ainda falta 1 ano para terminar o contrato. Mas 12 meses começam a parecer-me muito longe.

Depois de um fim-de-semana em casa, acho que voltei com mais saudades. Eu sei que não me posso queixar da vida aqui, muito menos com as viagens que se aproximam. Gosto do meu trabalho, gosto da minha casa e das pessoas com quem vivo.
Apenas me lembrei que, estando aqui, há coisas que me fazem falta. Já nem digo o sol e a praia, que são maravilhosos mas não essenciais. Mas estar com os amigos de sempre fez-me sentir falta de alguém com quem conversar quando me apetece, alguém que perceba quando estou triste e se entusiasme com as mesmas coisas que eu.
Às vezes penso se fiz a escolha certa ao abdicar disto por uns tempos para ganhar alguma experiência profissional; quero crer que sim. E pode ser que isto ainda mude durante este ano...
Não quero que este post soe a lamento. Às vezes é preciso sacrificar umas coisas para ganhar outras. E fico contente por ver que, apesar de estar fora há quase 2 anos, a naturalidade de estar com os amigos numa tarde de praia ou numa geladaria de Lisboa é a mesma! E muitas vezes sou o que está mais a par de todas as novidades...

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Perto

Fui a casa. O motivo foi a Primeira Comunhão da minha sobrinha Teresa. Deu para estar com a família e alguns amigos, foi bom. Já conto mais.

Mas achei mesmo engraçado o que fiz hoje:
5h: Acordei na Costa da Caparica.
7h30: Apanhei um avião para o Porto, cujo bilhete foi "comprado" com umas milhas da TAP que estavam a caducar.
9h30: Apanhei no Porto um avião para Londres, cujo bilhete me tinha custado 28 euros!
12h: No aeroporto de Stansted, apanhei um autocarro para Stratford, onde trabalho.
13h: Estou sentado ao computador na minha secretária, na companhia do Público de hoje e da Visão. E, escusado será dizer, sem muita vontade de trabalhar...

Que bom estar perto de casa!

sexta-feira, 19 de maio de 2006

A galinha da vizinha nem sempre é melhor que a minha


Todos os portugueses gostam de dizer mal do seu País. Claro que altura do futebol todos pomos a bandeira à janela (mérito para o Scolari), mas no geral gostamos de nos lamentar, perante alguma das nossas fraquezas, que "isto nunca aconteceria num país civilizado".
Eu, que estou a viver num dos tais países, reparei esta semana em dois casos que me fizeram sorrir e pensar: "Se isto fosse em Portugal, não faltaria..."
O primeiro tem a ver com o fornecimento de água. Todos os dias tem aparecido no noticiário que a Inglaterra pode enfrentar uma situação de grande seca (não percebo como, com tanta chuva...) e que é preciso poupar ao máximo. Mas por muito que se sensibilizem as pessoas, a tarefa torna-se bem mais difícil quando as companhias das água (ou pelo menos a principal de Londres) não cobram aos seus clientes conforme o consumo. Não faço ideia como calculam o que cada um deve pagar, devem ter em conta pelo menos o tamanho da casa, mas a conta é igual quer a casa tenha estado vazia, quer as torneiras tenham estado abertas todo o ano - as casas não têm contador!
A segunda situação foi numa formação que tive noutro dos nossos escritórios. Inglaterra é o país das regulações - tudo tem de estar conforme uma infinitude de regras de Health & Safety, Equality & Diversity, etc etc. Mas isso não impediu que este edifício, construído há um ano apenas e com um ar todo sofisticado, tivesse uma casa-de-banho para deficientes (muito bem apetrechada!) ao cimo das escadas, num primeiro andar sem elevador...

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Visitas

Um pouco atrasada, mas sempre a tempo, aqui fica uma referência às ilustres visitas que tive nas últimas 2 semanas.
Depois de um passeio pelo sul de Inglaterra, a Sara e o João ficaram uns dias connosco. Sempre bem dispostos e muito activos, foram os responsáveis por algumas das melhores refeições que esta casa já viu, em particular o bacahau com natas, que há muito não comia. Como já aqui escrevi, também me ensinaram a arte da sopa, que tenho vindo a praticar (a segunda tentativa saiu ainda melhor que a primeira!).

No mesmo fim-de-semana passou por cá a Sofia Graça, uma amiga que estudou Direito comigo, depois veio para Cambridge fazer um Master em Criminologia e agora está a dar aulas na Universidade de Canterbury. Contou-me a experiência de viver numa cidade pequena e mais tradicional, completamente diferente da vida cosmopolita de Londres. Os passeios pela Trafalgar Square e pelo mercado de Camden deram ainda para me actualizar sobre as últimas novidades da nossa turma.

A Constança veio para uma feira de cavalos em Windsor. Assim foi passado o nosso domingo, entre provas de alta escola e de saltos, demonstrações de charretes e cães de caça (e até tractores dançarinos!) e stands de comes e bebes. No resto do fim-de-semana, aproveitámos para passear pela cidade, visitar a Tate Modern e comer dumplings.

Surpresa foi a visita do Leopoldo, o brasileiro que morava no quarto ao lado do meu em Passfield. Depois de terminar o Master com sucesso (a sua tese sobre Direito da Concorrência vai ser publicada numa revista inglesa), voltou para o seu escritório de advogados em São Paulo com responsabilidades acrescidas. Na semana passada precisou de vir a Londres em trabalho, e fez questão de vir conhecer a nossa casa. Foi giro, parecia que tínhamos estado juntos há pouco tempo, mas já lá vai quase um ano! É bom ver que quase todos os nossos amigos conseguiram dar um pulo a nível profissional depois de passarem por Londres. Mas melhor ainda é ver que as amizades se mantêm, apesar da distância - afinal de contas, foi um ano especial na vida de todos nós!

terça-feira, 16 de maio de 2006

Eu é mais bolos...

Lembram-se de um sketch do Herman num programa de fim de ano, em que a Lídia Franco ia entrevistar um astrónomo mas, por engano, quem lhe aparece em estúdio é um pasteleiro? O tal que só repete a expressão "Eu é mais bolos...", que ficou na boca de todos desde então.
Pois bem, isso aconteceu na vida real, em directo na BBC. A notícia era o desfecho do caso em que a editora dos Beatles (Apple) processava a Apple Computers pelo uso do símbolo da maçã no mercado musical. Para comentar, a BBC tinha chamado um especialista em direitos de autor e internet, de seu nome Guy Kewney, que esperava que o viessem buscar a uma das recepções da BBC.
Entretanto, o produtor do noticiário foi a outra recepção perguntar por ele; por azar, estava ali um homem chamado Guy Goma para uma entrevista de emprego, e a confusão dos nomes levou a que este fosse levado até ao estúdio para ser entrevistado em directo. Afinal, não seria um cenário assim tão estranho para uma entrevista de trabalho na BBC.
Quando a jornalista o apresentou como especialista em computadores, ele fez uma expressão de espanto mas, sem se desculpar com um "eu é mais bolos", seguiu em frente e tentou responder o melhor que pôde às perguntas. Podem ver o vídeo na coluna da direita ou carregando aqui. De chorar a rir!
O verdadeiro convidado, ao ver aparecer no ecrã outra pessoa com o seu nome, não ficou muito contente, como é natural, e desabafou mais tarde no seu blog a frustração que tinha sentido.
Afinal a BBC (ao contrário do algodão) também se engana...

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Politiquice

Hoje no Correio da Manhã:

Lisboa paga Rock in Rio
A realização do Rock in Rio deverá custar à Câmara de Lisboa cerca de dois milhões e seiscentos mil euros, já que a autarquia além de ceder o terreno – Parque da Bela Vista – paga ainda o policiamento, a água, a electricidade, os telefones... e a reabilitação do recinto após os espectáculos.
No que respeita a contrapartidas, o município recebe a possibilidade de "utilizar a marca" do festival e obriga a empresa promotora a doar 400 mil euros a três instituições: 200 mil à Carbono Verde, associação ambiental, e à ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal), e 200 mil ao projecto 'Céu Aberto' do Movimento ao Serviço da Vida – instituição de origem brasileira e cariz religioso, a quem o município cedeu já o Palácio Conde Pombeiro, edifício em ruínas situado no Parque da Bela Vista.
Este facto foi muito criticado pela oposição camarária (PS, CDU e BE), adiantando que a instituição em causa é contra a interrupção voluntária da gravidez: "Desenvolve uma política que divide a sociedade portuguesa", lembrou Rita Magrinho, da CDU, lamentando a escolha da autarquia, que ontem, na reunião privada – demorou perto de sete horas – aprovou o primeiro protocolo a assinar entre a Câmara e a Better World, a empresa promotora do festival.

Alguns comentários:
1. O MSV tem origem portuguesa, apesar de há 15 anos mandar voluntários para o Brasil e ali manter 2 casas de ocupação de tempos livres para crianças.
2. É verdade que a maioria dos membros do MSV é contra o aborto (assim espero), mas que desenvolvemos uma política "fracturante" é novidade para mim. Também ficámos a saber que na perspectiva dos vereadores do PS, CDU e BE isso é tido como impedimento a abrirmos uma casa de acolhimento temporário para crianças em risco.
3. A título de curiosidade, no projecto do MSV que trabalha com pessoas sem-abrigo na Baixa (financiado em parte pela Câmara) não existia o critério de que todos os técnicos fossem católicos, e de facto não são. O que tem uma coisa a ver com a outra? Só importa quem faz melhor o trabalho. E suponho que o recrutamento para esta nova casa não vá ser diferente. Gostava de ver a mesma abertura do lado da CDU...
4. Já que se fala de aborto... Conheço várias instituições para ajudar grávidas com problemas e os seus filhos, que abriram por iniciativa dos que defenderam o "não" no referendo . Do outro lado, só vejo politiquice.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Sopa

Ontem preparei pela primeira vez uma panela de sopa. Em Dezembro a minha mãe tinha-me trazido uma varinha mágica com essa finalidade, mas eu ainda não lhe tinha dado uso. Só depois das “aulas práticas” dadas pela Sara e pelo João, um casal amigo que esteve por cá na semana passada (Sarita, manda-me fotos!) e que me ensinou alguns truques de cozinha, é que eu ganhei confiança para experimentar.
Salvo honrosas excepções, como o caldo verde, uma sopa não é coisa que me entusiasme. É antes uma daquelas coisas que se come porque faz bem. E foi precisamente por essa razão que eu agora resolvi apostar na sopa. Porque os legumes têm fibra e vitaminas, e porque enche o estomago no início da refeição.
Dois meses de ginásio ainda não fizeram o efeito pretendido na barriga, e já faltam menos de dois meses para me estirar nas praias caribenhas de Cartagena, por isso há que dar o “tudo por tudo”! E hoje já trouxe o meu thermos de sopa para o almoço…

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Em quem votar?

Hoje são as eleições locais em vários concelhos de Inglaterra. Aqui vota-se sempre à quinta-feira, entre as 7 da manhã e as 10 da noite. Podem encontrar uma boa explicação do processo eleitoral nesta notícia do Diário Digital.

Estou contente com a ideia de poder votar, mas a verdade é que não sei em quem! Não vi quaisquer sinais de campanha nas ruas, só recebi panfletos de dois partidos pelo correio (e diziam muito pouco) e nem na internet consegui encontrar as propostas de cada um.
No boletim de voto vão aparecer 14 nomes e eu tenho de pôr a cruzinha em 3 (até pode ser um de cada partido!). Os 3 mais votados serão os representantes (councillors) da minha freguesia (ward) no concelho (council) de Camden.
Apesar de serem apenas eleições locais e de a abstenção se prever bastante elevada, pode acontecer que um resultado muito fraco para o partido de Blair tenha efeitos no seu futuro próximo. O partido está há 9 anos no poder e nas últimas semanas foi envolvido em vários escândalos, por isso a sua popularidade está em baixo. Parecido com o que aconteceu no fim do governo do Cavaco, quando todas as semanas saía uma notícia sobre um ministro n'O Independente. Apesar de eu simpatizar com a luta de Blair contra a pobreza, acho que está a chegar a altura de dar o lugar a David Cameron, o líder dos Conservadores, que tem posto na agenda do seu partido temas habitualmente mais conotados com a esquerda, como o ambiente e as políticas sociais (eu sei que é marketing, mas é bom, ou não?). Por seu lado, Blair tem alinhado sempre com Bush e ainda ontem prometeu deportar todos os estrangeiros que sejam condenados por qualquer crime - bela esquerda!...
Bem, mas isto não acrescenta muito à minha escolha sobre quem deve representar a minha freguesia. Será que devo tirar à sorte?
Estes são os meus candidatos:
St Pancras and Somers Town

Labour Party - Nural Islam, Roger Robinson e Ruth Stewart
Conservative Party - Rohit Grover, Robert Ricketts e Abdul Salam
Liberal Democrat - Margaret Finer, Charles Marquand e Barbara Waddington
Green Party - Beatrix Campbell, Richard Eden e Matthew Hodgkinson-Barrett
Respect (Against War and Privatisation) - Nuruzzaman Hira
Independent - Robert Austin

terça-feira, 2 de maio de 2006

E em Copenhaga encontrei...


...o Petzi!
Não sei se também fez parte da vossa infância, mas da Mafalda e da minha fez! Era um urso que tinha como amigos uma morsa, um pinguim e um pelicano. Era uma banda desenhada de segunda linha, longe do reconhecimento do Astérix ou Lucky Luke, e era mais para crianças pequenas. Sei que tive vários livros e que gostava, mas há anos que não me lembrava da sua existência.
Vimo-lo mais que uma vez nas montras da cidade, e agora confirmei no Google que é uma criação dinamarquesa. Aliás, o seu nome original era Rasmus Klump, mas foi alterado para Petzi quando começaram a exportar a banda desenhada para outros paises.

O melhor de Copenhaga

Copenhaga III

Para o turista dar por cumprida a sua missão, faltavam 2 partes importantes: ir a Christiania e fazer um passeio de barco pelos canais.
Christiania foi fundada em 1971 por um grupo de hippies que ocuparam um terreno militar com armazéns abandonados. Desde então, os seus habitantes decidem em colectivo as suas próprias regras, nem sempre coincidentes com a lei dinamarquesa (até há pouco tempo era fácil comprar droga lá dentro, mas ultimamente a polícia tem vigiado mais). Cada habitante paga 1000 coroas (€135) por mês para lá viver, e esse dinheiro serve para pagar a alguns habitantes para garantirem os serviços básicos. Podem ler mais aqui ou aqui.
Tudo muito bonito, mas entrando lá percebe-se que é um lugar um bocado decadente onde vivem hippies mais velhos, gastos por muitos anos de consumo de drogas e álcool. Também lá vi alguns habitantes da Gronelândia, com uma fisionomia completamente nova para os meus olhos.
Acontece que tivemos a pontaria de chegar a Christiania no meio de um dia de protesto. Ao que parece, o governo dinamarquês quer libertar parte do terreno para construcção e os habitantes, como é natural, não estão muito contentes com isso. Por isso organizaram uma marcha pela cidade, e nós seguimos por uns minutos na multidão, ao som de tambores e melodias brasileiras.
De volta à civilização, fomos fazer um passeio de barco pelos vários canais que cortam a cidade. Passámos por muitos barcos estacionados, algumas urbanizações de luxo junto à água, voltámos a ver a Sereia e - verdade seja dita - rapámos muito frio!


E terminámos o fim-de-semana da melhor maneira: a conversar num buffet de pizzas (não vos lembra alguma coisa, Catarina e ?).
Foi muito bom estar contigo, Mafles! E obrigado pelas simpáticas palavras aqui. Há pessoas (mas poucas!) capazes de encher de cor um fim-de-semana cinzento e de fazer soltam o melhor de nós! E soltar a língua também!

segunda-feira, 1 de maio de 2006

O rapaz faz-se!

E não é que a conferência onde o Eduardo (also known as Mr. Braulio Morera) foi falar na sexta-feira lhe deu direito a ser entrevistado para o site da BBC? Podem ler aqui.

Copenhaga II

O domingo começou com meia hora de pedalada até à missa em espanhol. Qualquer semelhança com a missa latino-americana de Londres não é pura coincidência!
No final, fomos cumprimentar o embaixador de Portugal, que também lá estava; como são poucos os portugueses na Dinamarca (ao que parece, 400), ele costuma convidá-los para jantares na sua residência, e era daí que a Mafalda o conhecia.
Depois de passearmos ao longo dos lagos que atravessam a cidade, parámos para comer pizza e fomos até à zona mais pitoresca, onde as casas são muito coloridas e os canais têm barcos antigos.
Nesse lugar vimos a polícia prender um grupo de hooligans que tinham causado desacatos pela cidade, porque hoje era dia de derby entre o FC Copenhaga e o Brøndbi. E ali estavam 20 "gandulos", algemados e sentados no chão...
Mas as maiores emoções do dia estavam guardadas para o Parque Tivoli. Trata-se de um mundo de fantasia, misto de jardim e parque de diversões, mesmo no centro da cidade. Comprámos o passe para andar em todas as atracções, e fizemo-lo render! Desde os carrosséis mais infantis até à montanha russa, passando por todas aquelas coisas em que nos põem a andar à roda, "papámos" tudo! Mas o pico da emoção foi uma torre onde nos içavam a 80 metros de altura, para depois nos largarem em queda livre - eu até gosto da sensação do estômago subir à cabeça, estar lá em cima é que me custa!
Antes (reparem na minha cara de pânico)
Suspensos a 80 metros ("m...! esta vista é linda! #§æ*ø!")
No final, que alívio!
Para terminar o dia em beleza, e como o Timme é viciado em jogos, passámos o serão em volta de um jogo de estratégia chamado Settlers. No princípio custou-me a perceber todas as regras, mas em pouco tempo já estava conquistado!