quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Pelo Não - 2. Maria vai com as outras?

Não gosto de ouvir o argumento de que, se quase toda a Europa tem o aborto livre, nós também temos de ir atrás. Mas claro que devemos olhar à nossa volta para ver o que acontece e aprender com isso.
Aqui em Inglaterra, por exemplo, o aborto a pedido é legal até às 24 semanas. Como já vários bebés prematuros nascidos às 21 ou 22 semanas de gravidez conseguiram sobreviver, discute-se por cá em diminuir o prazo. Quantos dos apoiantes do 'sim' acham que permitir o aborto de um feto saudável aos 6 meses, quando mede 30 centímetros já pesa e é viável fora da barriga, é paradigma de modernidade?
Eu sei que o referendo é sobre abortos até às 10 semanas, mas isto serve para dizer que não temos de seguir os outros países em tudo, só por serem economicamente mais desenvolvidos.
É impossível prever com segurança se o número de abortos vai subir ou baixar caso seja legalizado, mas é forçoso reconhecer que na esmagadora maioria dos países esse número cresceu. Em Inglaterra, onde o aborto é permitido desde 1967, o número de abortos legais subiu de 54.819 em 1969 para 194.353 em 2005 - quase 4 vezes mais! Podem consultar as estatísticas oficiais aqui (ver Table 1).
E ao contrário do que já ouvi dizer, este número elevado não se deve às estrangeiras que vêm cá abortar. Esses casos, que nos anos 70 chegaram a ser mais de 50 mil por ano, representam hoje apenas 4% do total de abortos.
Outro engano é dizer que o aborto feito com apoio médico (como parece já acontecer em 60% dos casos em Portugal) é sempre seguro. Será certamente mais seguro do que se feito por não profissionais, nisso estamos de acordo. Mas ainda assim, novamente em Inglaterra, em 2005 319 mulheres tiveram complicações (hemorragias, perfuração do útero ou septicemia) depois de fazer um aborto num estabelecimento legalmente autorizado, o que representa 2% do total de abortos feitos (ver Table 8) - não me parece assim tão pouco! Por isso achamos que esta não é a melhor opção a dar às mulheres, não só por estarem a eliminar um filho que já existe mas também porque isso vai afectar a sua saúde.
Há dias um colega de trabalho, que tinha acompanhado uma amiga a uma clínica para fazer um aborto, comentou comigo que a sala de espera, de tão cheia, lhe deu fez lembrar uma "fábrica" (e ele é a favor do aborto livre). Voto não porque quero para Portugal alternativas melhores a este cenário, e estou disposto a trabalhar por elas.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Pelo não - 1. Será coisa, será gente?

Por muitas ecografias a 3 dimensões e documentários da National Geographic que inventem, há sempre quem se recuse a ver o óbvio.

No programa Prós e Contras de ontem (minuto 48, para quem quiser conferir no vídeo), a escritora Lídia Jorge disse que na barriga da mulher está apenas uma "coisa humana". Fez-me lembrar quando há 9 anos, num debate na minha escola, uma militante da UMAR e do BE disse que o que estava em causa era um amontoado de células. Pois bem, aqui fica uma imagem da "coisa" que é objecto do referendo:

Se "todos somos contra o aborto", é por sabermos que com ele se elimina um ser humano, cujo coração já bate desde os 20 dias. Se fosse uma coisa ou um tumor, não haveria problema em remover, mas não é assim. Trata-se de um ser humano num desenvolvimento contínuo, que não termina às 10 semanas nem sequer com o nascimento.

Nos próximos dias falarei das mulheres e do Direito, mas sempre tendo em mente que há um pequeno interveniente cujo direito à vida deve continuar a ser protegido pela lei. Este é o fundamento essencial do Não.

Aprendiz de jornalista

É sempre bom voltar a ser estudante. Sobretudo quando é para dar corpo a um sonho de menino! (ficaria aqui bem um excerto dessa poesia feita canção do grande Tony Carreira)
A minha rotina das segundas-feiras passou a incluir, depois do trabalho, uma visita à City University para aprender a escrever artigos de jornal. O curso, constituído por 10 aulas de 2 horas, chama-se "Writing Freelance Articles" e ontem tive a terceira aula.
Não se trata de aprender a dar notícias, mas sim de escrever artigos de fundo, histórias um pouco mais aprofundadas, como por exemplo as que aparecem na Revista Única do Expresso. Mais para o fim do curso vamos receber umas dicas de como "vender" os nossos artigos aos jornais, mas por enquanto estamos só a tratar da estrutura - princípio, meio e fim. O essencial é prender a atenção do leitor desde o início, introduzir várias perspectivas sobre o tema, dar voz aos intervenientes em discurso directo e manter a linguagem o mais simples possível. Boa parte da fórmula é usar o senso comum e correcção na escrita, mas há várias dicas práticas que ajudam.
A professora é uma editora do jornal The Times, e dá-nos sempre exercícios práticos para aplicarmos as novas técnicas. Por enquanto são só exercícios de imaginação a partir de uma imagem ou conceito, mas mais tarde teremos de escrever artigos a sério. Para estimular a discussão, comparamos o que escrevemos com o colega do lado (somos 10 alunos), por isso cada semana sento-me ao lado de uma pessoa diferente para conhecer mais gente. E para aprendermos com os bons exemplos, todas as semanas somos convidados a levar bons artigos que tenhamos encontrado na imprensa.
Não me imagino a trabalhar numa redacção de um jornal, a seguir as notícias do momento - sou cusco mas falta-me lata! Ficaria, no entanto, bem contente se conseguisse escrever um artigo de vez em quando, sobre assuntos de sociedade, para publicar nalgum jornal ou revista. Esse será talvez o próximo passo...

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Pelo Não - Prólogo

Começa amanhã a campanha para o referendo sobre o aborto.
É uma discussão que já cansa, mas não a posso evitar. Já li e reflecti muito sobre este assunto, e quero fazer o que esteja ao meu alcance para que a 11 de Fevereiro o Não possa vencer de novo. Vou por isso expor aqui no blogue, nos próximos dias, as minhas ideias sobre o que está em jogo. E faço-o sobretudo porque há de certeza um ou outro indeciso desse lado.
É um debate onde tenho uma posição clara e apaixonada, mas em que saberei estabelecer limites. Não duvido que de um lado e doutro haja boas intenções. Tenho vários amigos a votar Sim (mas muitos mais a votar Não!) e conheço quem já tenha abortado, por isso respeito bastante a posição contrária. Da mesma maneira que exijo respeito.
Também não acho que o aborto seja uma questão religiosa. É verdade que a Igreja Católica tem uma posição bem firme e tem todo o direito de a defender (sem os lamentáveis excessos de linguagem, que são excepções). Contudo, os meus argumentos para votar Não não envolvem os conceitos de Deus, alma ou pecado, e felizmente partilho o meu sentido de voto com vários não católicos.

Começo por assumir uma posição radical, mas coerente, nesta matéria: se numa gravidez estamos já perante a vida de um novo ser humano, abortar será sempre destruir a sua vida, ainda que se trate do fruto de uma violação ou de um deficiente. Mas sei que estou em minoria (em posição simétrica, os que acham que o aborto deve ser possível em qualquer momento da gravidez), e de qualquer maneira não é isto que está em jogo neste referendo. Trata-se apenas de saber se queremos que em Portugal o aborto possa ser feito a pedido da mulher, por qualquer razão, até às 10 semanas.
Isso implicaria não só a eliminação da pena de prisão prevista no Código Penal (despenalização), com o qual até posso concordar (em relação às mulheres, mas não aos homens que as forçaram a abortar, ou para aos médicos e parteiras que realizam os abortos). Implicaria também que o aborto até às 10 semanas deixaria por completo de ser crime (descriminalização) e que qualquer mulher poderia fazer um aborto sem ter de alegar qualquer motivo especial (liberalização). É contra estas duas últimas vertentes que só posso responder Não à pergunta do referendo.
A seu tempo trarei aqui outros argumentos laterais. Desde logo, a tristeza que me causa ouvir defender que é melhor abortar do que não poder depois pagar uma boa educação aos filhos, ou que mais vale não nascer do que não ser desejado. Chamem-me idealista, mas acredito que todos temos a possibilidade de ser felizes, quer tenhamos um início de vida mais fácil ou mais difícil, e estou disposto a implicar-me por essa causa.

O primeiro referendo fez-me tomar 2 opções. A primeira foi a de tirar o curso de Direito - a decisão já estava praticamente tomada, mas o empurrão final foi a vontade de perceber melhor o objectivo da criminalização de certos comportamentos e a aplicação das penas. Da mesma forma, a decisão de vir estudar Política Social deveu-se em parte à vontade de vir a trabalhar no combate à pobreza e apoio à maternidade. A segunda opção foi pelo voluntariado, que fiz durante algum tempo em instituições de apoio a grávidas em dificuldades - a Ajuda de Berço e a Ajuda de Mãe. Não me sentiria bem se não pusesse o meu tempo, as minhas capacidades e o meu dinheiro ao serviço de uma causa em que acredito: a de que nenhuma mãe que queria ter o seu filho se veja levada a abortar por falta de apoio.

Estou plenamente confiante que o Não vai ter mais votos. Nunca em 1998 vi sondagens tão optimistas para o Não como as que têm saído nos últimos dias - todas davam vantagens de cerca de 20-30% ao Sim, e depois foi o que se viu. Nunca em 1998 vi tanta gente a dar o corpo ao manifesto pelo Não como agora - desde os muitos movimentos e iniciativas, passando pelos vários blogues de gente nova, até aos meus Pais que não têm parado.
Mas quer ganhe o Não ou o Sim, sei que a luta mais importante, a de que o aborto seja cada vez mais raro, não termina a 11 de Fevereiro.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Ilusionista

O meu irmão João, além de dedicado pastor dos seus fiéis na Moita, é também ilusionista nas horas vagas. É raro (mas não inédito!) fazer truques na missa, mas esforça-se por envolver cada efeito numa história com moral. Prefere os truques de mesa, quase sempre com cartas, e como já leva alguns anos de experiência domina bem a técnica e deixa-nos com aquele olhar, misto de intrigado e irritado, de "como é que ele fez isto?". Mas não adianta pedir-lhe para explicar, porque nem ao irmão ele conta o segredo - diz ele que, nisto dos segredos, eu sou um poço sem fundo... mas com muito eco!!
Pois bem, no último sábado estava eu em plena dança (é preciso esclarecer que por aqui o dancefloor abre pelas 21h) quando recebo uma mensagem da Inês: "tou a ver o teu irmão na tv!" Um jornalista da SIC tinha-lhe feito uma entrevista numa das reuniões da Associação Portuguesa de Ilusionismo (sim, isso existe!), onde ele vai de vez em quando aprender novas técnicas, e passou-a no Jornal da Noite, numa reportagem sobre ilusionistas portugueses.
Infelizmente os vídeos da SIC só estão acessíveis aos clientes da Netcabo, Sapo ou Telepac (serviços de internet portugueses), mas se for o teu caso podes clicar neste link e ver a reportagem. Eu vou ter de esperar pela próxima ida a Portugal para ver...

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Balada da neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...


Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
- Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...


Augusto Gil


Estas são algumas imagens que encontrei no caminho para o trabalho. Caiu pouca neve, nem sequer foi suficiente para causar grandes problemas aos transportes.
Foi giro enquanto durou, porque há 2 anos que não nevava por aqui. Mas agora que "olho através da vidraça", já não sobra nem um bocadinho de neve... Será que volta?

Bate leve, levemente...

Eis a imagem que hoje tive ao acordar!




terça-feira, 23 de janeiro de 2007

À minha maneira

É verdade que o fim-de-semana é sempre um momento privilegiado para o descanso e o dolce fare niente. Mas para mim quanto mais preenchidos tiverem sido esses dias, mais contente enfrento à segunda-feira uma nova semana de trabalho. E nesse aspecto o último fim-de-semana foi exemplar!
Começou na sexta com um jantar italiano com a Marta, uma colega da Faculdade que vai estar cá o primeiro semestre do ano a fazer um curso. Como ela tinha chegado há poucos dias, demos depois um passeio para lhe mostrar o centro da cidade by night. Ganhei mais uma cara amiga em Londres!

Sábado, depois de uma saborosa cura de sono, veio o momento lúdico-desportivo: na boa companhia da Maria e da Teresa, enfrentei a minha falta de destreza física a patinar na pista de gelo de que há dias aqui vos falei. À velocidade de uma lesma, mas sem nenhum bate-cú (ok, houve um mas fui empurrado, para que perdesse o medo de cair), dei voltas e voltas ao ringue, e quando finalmente começava a apanhar o jeito terminou o tempo. Mas divertimo-nos bastante, e fiquei com vontade de voltar!









Seguiu-se o momento musical. Um amigo peruano, dos tempos de Passfield, veio a Londres defender a sua tese de doutoramento, e desafiou-me a ir celebrar com ele e uns amigos a um bar latino. E finalmente encontrei em Londres um lugar onde a música me agradou do princípio ao fim, a fazer lembrar as grandes noites na Colômbia. O bar chamava-se Salsa (96 Charing Cross Road, WC2H 0JG), mas para além da salsa tocada por uma banda ao vivo, passavam também outros êxitos latinos, algumas relíquias dos 80s e o contagiante reggaeton! Fiquei cliente.

No domingo, além da missa, das mercearias da semana e do corte de cabelo, foi altura do momento cultural: fui com a Daniela ver o filme Babel. Este sério candidato aos Óscares deste ano, de um realizador mexicano, é um cruzamento de histórias entre Marrocos, os Estados Unidos e o Japão. Ali cruzam-se, e por vezes chocam entre si, várias línguas e estilos de vida. Gostei.

Para terminar o domingo em beleza, cozinhei um jantar gourmet de crepes com recheio improvisado de cogumelos, pimento e queijo (e um de bónus, com gelado!). Foi o momento para pôr a conversa (e fotos) em dia com a Daniela, que tinha regressado apenas esta semana de umas prolongadas férias no México.

Parece que entrei no ano novo com um ritmo novo, ou talvez de volta ao meu ritmo de sempre: alegre!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Obrigado, Victor!

Na sexta-feira passada dei conta de um estranho fenómeno no contador do blogue. Apesar de eu já não escrever há alguns dias, de repente as audiências tinham subido até um record de 266 visitas nesse dia.
Quando uma das leitoras deixou um comentário, desvendou-se o mistério. O grande Victor Peter, também conhecido como o "rei do Rock", tinha estado nesse dia num programa da TVI, onde fez grandes revelações: contou que já tinha sido namorado da Madonna, que estava em número 1 no top da Coreia do Sul e que era o artista mais bem pago dos EUA.

Ora, muitos curiosos resolveram "googlizar" tão bizarra personagem e eis que o primeiro resultado que aparece é precisamente este meu post que tem o seu nome no título. E assim ganhei alguns leitores inesperados.
Não se espantem se nos próximos dias aqui encontrarem posts com títulos como "Gisele Bundchen", "Brad Pitt" ou até mesmo "sexo". É apenas a guerra das audiências!
Para ti, Victor, aqui fica um grande bem haja!

domingo, 21 de janeiro de 2007

Restaurantes em Londres

Há dias a Matilde tinha pedido dicas para um restaurante português que fosse bom para um date, mas não muito caro. Eu aconselharia o Pescador em Camden (23 Pratt Street, NW1 0BG) – nunca fui mas disseram-me que era bom, por cerca de £20 por pessoa.

Aproveito a oportunidade para fazer uma lista dos restaurantes de que gosto. Apesar de a cozinha inglesa (se é que existe o conceito) ter má fama, há uma variedade enorme de lugares em Londres onde se pode comer muito bem.

- O Cantinho de Portugal - 135-137 Stockwell Road, SW9 9TN
O típico restaurante de bairro, despretensioso, onde se pode comer uma boa carne de porco à alentejana à maneira. Até agora, a "escolha inteligente" pela boa relação qualidade-preço. Por £15 faz-se a festa.

- Don Teodoro - 1 Pratt Street, Camden
O ambiente é de tasca, com gente alcoolizada e a falar alto, e em dias de futebol é escusado tentar, mas as febras são óptimas e as porções generosas, e o bacalhau também não é nada mau. Com jeitinho, uma nota de £10 paga a refeição, e ainda dá direito a tremoços a acompanhar a jola. Boa opção para uma noite alternativa, mas nunca para um date!

- O Fado - 49-50 Beauchamp Place, SW3 1NY
Bem mais requintado, com azulejos típicos nas paredes e fado ao vivo a acompanhar o jantar. A variedade dos pratos é bastante maior, os empregados são uma simpatia e a comida deliciosa. O único senão é ter de largar cerca de £30 por pessoa.

- Nando's* - está em todo o lado!
Este cadeia de franchising começada por um português tem bastante sucesso por estas bandas e leva alguns ingleses a pensar que o nosso prato mais típico é o frango no churrasco. Apesar de não passar de um parente mais requintado da fast food, a verdade é que o espaço é agradável e come-se bem e barato (£7 por meio frango). O molho piri-piri faz parte da sua imagem de marca e vende-se também nos supermercados. Tem sangria, vinho e cervejas portuguesas, mas quem optar pelo refrigerante beneficia de refills ilimitados. Como bónus, têm ainda pastéis de nata quase autênticos.

- Barraco Café - 4 Ferdinand Street, NW1 8ER (mesmo ao lado do mercado de Camden)
A sua pequena dimensão dá um ar aconchegado a este restaurante brasileiro. De entrada, recomendo a mandioca frita, os pastéis de bacalhau e o pão de queijo. As carnes são excelentes (entre a picanha e a parmeggiana de bife, mon coeur balance) e vêem sempre com 2 acompanhamentos, entre feijão, "fritas", arroz e salada - qualquer que seja a escolha, a quantidade é sempre muito abundante. Não vendem álcool, mas o guaraná e os sucos fazem as vezes. E para a sobremesa têm um fantástico pudim de leite condensado. O serviço às vezes demora um bocado, mas as empregadas são muito simpáticas.

- Busaba Eathai - 106-110 Wardour Street, W1F 0TR
Depois de ultrapassada a fila de espera à porta e o desconforto de ficar sentado na mesma mesa (quadrada, para 12) com outras pessoas, é uma experiência que vale a pena! A cozinha tailandesa no seu melhor, comida com pauzinhos, por £12-15 por pessoa. Coma o que comer, aconselho arroz de côco e mango lassi para acompanhar.

- Taro - 10 Old Compton Street, W1D 4TF
No coração do Soho, este restaurante é uma escolha econónica para apreciar as especialidades japonesas. Talvez não seja o melhor para verdadeiros apreciadores, mas para "amadores" é suficiente, e por £12 não se pode pedir mais. Para sobremesa, a única opção é gelado de chá verde.

- Joy King Lau - 3 Leicester Street, WC2H 7BL
A prova da qualidade deste restaurante chinês é ser frequentado mais por chineses do que por turistas. Fui lá uma vez, acompanhado por experts que fizeram os pedidos - mas duvido que soubesse voltar a pedir as mesmas coisas! A variedade de "dumplings" era grande, com sabores diferentes do habitual, mas tudo muito saboroso!

- La Porchetta - 33 Boswell St, WC1N 3BP
Deve ser o restaurante onde já fui mais vezes aqui. As pizzas são enormes e deliciosas - a minha recomendação vai para o calzone - e a conta consegue ficar pelas £10. O espaço é pequeno e um bocado barulhento, e se os empregados italianos estão bem dispostos o volume ainda é mais alto - mas ao mesmo tempo, o ambiente é bom, sobretudo para grupos mais novos. Existe também em Camden (74/77 Chalk Farm Road, NW1 8AN) e Angel (141 Upper St, N1 1QY).

Para terminar, há que fazer justiça aos pubs, essa instituição inglesa onde também se pode comer muito bem e barato! Ao almoço, há vários pubs que oferecem 2 pratos por £7 ou £8 libras, o que permite que 2 pessoas comam por £5 cada (isto com uma pint de cerveja a acompanhar, claro!). A variedade da ementa depende de cada lugar, mas em todos se pode encontrar os tradicionais sausages and mash (salsichas com puré), fish and chips e Sunday roast (carne assada com legumes).
Algumas sugestões:
- The Spread Eagle - 141 Albert Street, NW1 7NB (Camden)
- Crown and Goose - 100 Arlington Rd, Camden, London, NW1 7HP (Camden)
- The Cock - 27 Great Portland Street, W1W 8QG (Oxford Circus)

Claro que podem acrescentar lugares a esta lista na caixa de comentários!
* Adicionado graças à lembrança da Cromossoma X. Aliás, não tinha sido bem esquecimento, mas mais preconceito meu contra o frango...

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

No Madame Tussauds

Há muito que não ia ao museu de cera. O preço não convida (£25) e por isso tento sempre persuadir os visitantes a passarem-lhe ao lado. Mas há que reconhecer que é o único sítio onde, num espaço de poucos minutos, se pode...
... estar no divã com a Madonna
...discursar entre os senhores do mundo
...enfiar o barrete à inglesa
... fazer pose de mau-rinho
...e mostrar ao Sven que também tenho um Ericsson!

Visitas ilustres

Era o cromo que me faltava na caderneta do grupo dos amigos da Costa. O Vasco veio-me cá visitar este fim-de-semana, com a Joana e o(a) Rodrigo-ou-Carolina em gestação. Por esta última razão, o programa teve de ser light e mais caseiro, mas ainda assim deu para passarmos em quase tudo o que era importante: Portobello, Hyde Park, Harrods, Piccadilly, Trafalgar, Tower Bridge, Big Ben, Camden Market e Madame Tussauds.
Se ao início acharam a cidade um bocado triste, ontem fomos brindados com um belo sol de Inverno para alegrar e mudar um pouco a imagem. Gostaram dos hamburguers que se comem nos pubs e dos edifícios imponentes, mas não tanto da mistura de gente esquisita que abunda por aqui. E gostaram muito da minha casa quentinha!

domingo, 14 de janeiro de 2007

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Às voltas com a fotografia*

Há sempre algo de triste nos domingos à tarde, não me perguntem porquê. Cá ou lá.
Para não ficar em casa a bezerrar, resolvi dar numa de intelectual: carreguei a mochila com um livro e o portátil, e fui até à Tate Modern.
A ideia era sentar-me num daqueles sofás com vista para o rio e deixar fluir a leitura ou a veia criativa, mas quando lá cheguei essas varandas estavam fechadas para remodelação. Ainda me sentei um bocado no café do Members Room, a escrevinhar, mas infelizmente longe da tal vista que fazia toda a diferença.
Mas também não foi tempo perdido! O museu está num edifício que foi em tempos uma central eléctrica, com um enorme vão. Há uns meses que tem uns escorregas montados nesse espaço, numa instalação dum artista alemão, e eu andava à espera de ocasião para os ir experimentar.
Quando lá cheguei, percebi que dificilmente me meteria nos tubos - só de olhar fiquei logo a transpirar das mãos! -, mas pode ser que se lá voltar com companhia me atreva. Mas o interessante foi estar lá no cimo a ver as pessoas a entrarem nos tubos, e como aquilo é transparente dá para ver todo o percurso. Novos e velhos, todos se afoitavam! E algumas crianças que a princípio estavam com medo eram depois as que mais se divertiam. Senti que do meu posto de observação estava a apreciar uma obra de arte, em que várias pessoas entravam, e os largos minutos que ali passei deram-me muito gozo.

Mas vamos ao que motivou o título do post! No caminho para casa, fiz uma paragem na Sommerset House, onde está um dos ringues de gelo que há nesta época em Londres. Novamente resolvi parar a observar as pessoas a divertirem-se, e nesse exercício diverti-me eu também!
Como tinha a máquina fotográfica comigo, fui disparando várias vezes, na esperança de apanhar alguma imagem que valesse a pena. E parece que tive sorte, ao captar este instantâneo digno de figurar num blog da concorrência... * Título roubado ao blog da Mafalda, por sinal a única pessoa com quem já patinei no gelo (há muitos anos, no CascaiShopping, lembras-te?)

domingo, 7 de janeiro de 2007

'Tá tudo a casar!


Em pouco mais de 24 horas, recebi de dois amigos (um da Faculdade, outro do MSV) a mesma notícia: "vou casar este ano!" E dos dois, de quem por razões óbvias tenho andado um pouco afastado, recebi o convite para tão importante festa! Lá estarei, com todo o gosto, na ilha Terceira em Agosto, e em Óbidos em Outubro. A juntar a outro casamento, de uma amiga de longa data da Costa, também para Agosto. E o que eu gosto de casamentos!
Pois é, apesar de nós, os solteiros, ainda sermos uma grande maioria nos meus vários círculos de amigos, o cerco vai apertando! E se Deus quiser, lá há-de chegar a nossa vez.
Ao mesmo tempo - e às vezes até antes - vão chegando as crianças. Ainda há uma semana me juntei com os outros dois "mosqueteiros" (Pedro e Vasco), cada um com a sua criança: uma de colo, outra ainda na barriga. E apesar de às vezes me assustar um bocado por sermos cada vez mais adultos (confesso que me custa assumir essa condição!), ao mesmo tempo é um orgulho vê-los felizes com essas escolhas, que são das mais importantes na vida.
Bem, vou dar uma varridela na cozinha, pode ser que encontre 5 tostões como a carochinha da história...

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Tão lindo o nosso País!

Não é novidade, mas nunca é de mais lembrar: Portugal é lindo!
É um facto que constato de cada vez que lá vou, desde o primeiro ao último minuto. E como se o azul do céu, o clima e a proximidade do mar não bastassem, há um sem-fim de pequenas coisas que dão ainda mais valor ao nosso País. Aqui ficam alguns exemplos.
Por causa do nevoeiro em Londres, só cheguei a Lisboa às 2h30 da manhã. Como já tinha planeado um serão com amigos, nem tão grande atraso nos demoveu! Apetecia-nos petiscar e conversar, e encontrámos um restaurante que está aberto até às 5h (coisa impensável em Londres) - fica a publicidade: Os Bons Amigos, na Rua Dr. Gama Barros.Uma das paragens quase obrigatórias nas visitas a Lisboa, para além do Chiado, são os pastéis de Belém. Junto ao rio e aos monumentos, aquela casa sempre cheia, com os bolos sempre acabadinhos de fazer... não é só para os turistas!
Com o Eduardo de visita, queria mostrar-lhe uma parte de Portugal que lhe faltava conhecer: as Beiras. E em pouco mais de 24 horas percorremos Coimbra, Aveiro e a Serra da Estrela. Aqui fica um cheirinho das casas típicas da Costa Nova e da aldeia de Linhares, vista do castelo.Mais do que o cheiro ou a vista, ficaram na memória os sabores de todos estes lugares - e também mais 3 quilinhos na balança... Foram ovos moles de Aveiro, sandes de queijo da Serra com vinho da casa, açorda de gambas, cozido à portuguesa, arroz de tamboril, secretos de porco preto, a juntar aos doces que lá em casa acompanham toda a época festiva - uma alegria!

Outra coisa que gosto verdadeiramente, eu que sempre morei do outro lado do rio, é de atravessar a ponte de manhã com aquela vista magnífica para Lisboa! E melhor ainda é regressar com o reflexo do luar no Tejo...

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Ano novo, vida nova?

Fui espreitar as resoluções que tinha aqui deixado para 2006 e vi que quase todas saíram frustradas. Cheguei a 31 de Dezembro com os mesmos 81kgs que tinha a 1 de Janeiro (apesar de ter tocado os 86kgs na Primavera e ter chegado aos 76kgs no Outono) e continuo a roer as unhas e a deitar-me tarde. Não entrei para nenhum grupo beato, mas a aposta no coro foi acertada. Quanto ao blog, é verdade que escrevi mais posts que em 2005, mas ainda estou longe da meta de "um post por dia" - agradeço, no entanto, a persistência dos leitores, que mais do que duplicaram no último ano!
Não vale a pena, portanto, deixar aqui novas resoluções, uma vez que todas estas continuam a ser prioridade!

Entro em 2007 sem ter uma ideia muito concreta do que se vai passar - e já era tempo de uma pessoa tão planeada como eu ter menos certezas!
Estou convencido, e tenho-o dito, que lá para o meio do ano vou voltar a Portugal, e por isso vou começar a sondar desse lado quais são as hipóteses de trabalho. Não vou voltar sem ter um bom trabalho na mão, mas por enquanto ainda é muito nebuloso em que é que posso vir a trabalhar.
Tenho também outros projectos, como o curso de jornalismo que começo daqui a 2 semanas, ou uma nova viagem a terras latinas, em data a definir. E também gostava de conhecer Barcelona, Berlim e Praga, se não for pedir muito!
Mas o que me apetece mesmo é investir nas pequenas coisas do dia-a-dia: cozinhar, ler, escrever, aplicar-me mais no trabalho, criar tempo para reflectir... Vamos ver se passam de meras intenções!
Se pudesse pedir três desejos para 2007, para além da paz e o fim da fome, pediria:
- uma miúda à maneira que me roubasse o coração;
- uma boa proposta de emprego, de preferência com um salário a condizer e vista para o Tejo;
- a vitória do 'não' no referendo (já sei que alguns não partilharão esta última, mas tenho de me bater por aquilo em que acredito).

Falta só fazer um breve resumo de 2006. Pela positiva, saliento as férias na Colômbia e Nova Iorque, os fins-de-semana em Copenhaga, Paris e Gales, as várias visitas que tive ao longo do ano, as 7 idas a Portugal, o nascimento do Pedrinho e da Sara, a euforia da campanha de Portugal no Mundial, as cantorias do coro, os concertos de Ivete Sangalo, Marisa Monte e Mariza, as festas na minha casa e os amigos novos que conheci por cá. Pela negativa, apenas me lembro de alguns momentos mais instáveis que passei por cá, mas que agora estão ultrapassados e entraram para o livro das "lições para a vida". É também inevitável recordar uma das últimas imagens do ano, a da execução de Saddam Hussein - por muito execrável que seja uma pessoa, tirar uma vida em nome do Estado é uma coisa que me choca.