terça-feira, 31 de julho de 2007

Justiça seja feita...

Apesar de eu ultimamente estar sempre a queixar-me disto ou daquilo, estar em Londres ainda é muito giro! Digo isto depois de ter vindo a pedalar para o trabalho, sob o sol que finalmente apareceu, a cantar todo o tempo - acho que é sintoma de boa disposição!
Entretanto, o Eduardo saiu da casa há dias e para o lugar dele vai entrar a Guida, amiga do meu amigo Ascensão. Mas vai ser por pouco tempo: os senhorios venderam a casa e vamos ter de sair de lá a 24 de Agosto. Estou por isso em nova procura de casa, para os últimos meses de estadia - conto "bazar" de Londres lá para 10 de Novembro para ir viajar pela América do Sul. Mas estes planos vão depender das perspectivas de trabalho futuro em Portugal - tenho algumas hipóteses (pouco sólidas ainda) em aberto, que espero aprofundar na próxima semanas, quando estiver lá de férias. Muita coisa por decidir, portanto! E também isso me está a deixar contente...

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Beto, o escuteiro

Ontem na missa o padre dizia que um cristão que não praticasse a hospitalidade não poderia considerar-se verdadeiramente cristão. Para compensar outras falhas, esta é uma virtude que me sai naturalmente.
Vem isto a propósito da curta visita do Beto, um escuteiro mexicano que veio para o encontro mundial que marca o centenário da fundação dos escuteiros por Baden Powell. Ele ia visitar Londres num dia, antes de se juntar aos companheiros, e buscava um sítio para dormir. E como era amigo duns amigos duns amigos (!!) da Maria, contactou-a; e como ela não podia, pediu-me a mim. E eu claro que disse que sim, agora que até estou mais à vontade para dispor da casa.
E lá me apareceu o Beto, às 6h30 da manhã de quinta-feira passada. Apesar da hora, fartámo-nos de conversar logo ao pequeno-almoço. Apesar de não nos conhecermos de lado nenhum, as perguntas pessoais "de rajada" sucederam-se com naturalidade (para os que conhecem, estilo João Raposo, estão a ver?), por isso num instante ganhámos confiança. Fico bem mais à vontade com este registo de conversa do que com a abordagem "com pinças" que tenho de fazer aos ingleses - longe de mim perguntar-lhes com quem vivem ou o que fazem os pais!
À noite encontrámo-nos no centro para uma caminhada, jantar e uma jola num pub. Fiquei a pensar como teria sido se eu tivesse continuado nos escuteiros, em vez de desistir após 1 ano. Pelo menos ter-me-ia livrado mais cedo de algumas esquisitices que me acompanharam na juventude, tipo não beber do copo dos outros ou nunca comer sem antes lavar as mãos.
Na manhã de sexta o Beto foi juntar-se ao grupo, rumo ao Jamboree. Deixou-me uns recuerdos da sua cidade, Puebla, e uns doces típicos. Agora já tenho 2 pessoas a visitar no México...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Dia do Santo

Se fosse espanhol, hoje estaria a receber os parabéns de todos por ser o dia do meu santo homónimo. Aliás, se fosse espanhol (ou latino) chamar-me-ia Santiago. Eles nunca percebem à primeira que o meu nome é mesmo só Tiago, e eu brinco sempre que santo ainda não sou. E repito o ainda.
A verdade é que só comecei a ligar mais ao dia depois de ter visitado Compostela por 5 vezes (nos últimos 8 anos). Grande festa há por lá, sobretudo em anos de Xacobeo - quando este dia calha num domingo. Numa das vezes em que lá estive, os Reis de Espanha "encomendaram", na missa, o País à protecção do santo, com o primeiro-ministro ao lado - e não consta que tenha caído o carmo e a trindade pela laicidade do Estado. Mas isso agora não vem ao caso.
Fico-me pela nostalgia dos momentos que aí passei com bons amigos. Algumas conversas que ainda hoje recordo, tal como recordo o calimocho - uma mistura de vinho e coca-cola - bebido em grandes doses e a fanfarra que nos levou aos saltos pelas ruas da cidade (ou seria ainda o calimocho?). Mas também isso é agora secundário.
Por ora, quero só pedir ao meu Santo que me dê uma mãozinha nas decisões e mudanças que se avizinham, sobretudo porque a principal decisão não está nas minhas mãos, mas das várias pessoas que têm recebido o meu CV...

terça-feira, 24 de julho de 2007

Novo salto a Portugal

É verdade, fiz mais uma visita relâmpago à minha terra. Desta vez o pretexto foi o casamento do Marcos e da Raquel, no domingo. Eu gosto muito de todos os casamentos, mas quando se vê a felicidade na cara dos noivos (o que nem sempre acontece!) sabe ainda melhor.
Mas coube muito mais nestes 3 dias.
A primeira prioridade depois de aterrar na Portela foi ir conhecer o meu mais novo "sobrinho". O Rodrigo, nascido a 6 de Julho, foi um bebé muito desejado, e o Vasco e a Joana são papás babados. O Vasco é meu amigo há 15 anos, e por muitas vezes tínhamos perspectivado o fantástico que seria ser pai no futuro. E o futuro para ele já chegou!
Também deu para ir à praia, apesar de o tempo não ter estado por aí além - este ano tenho tido má pontaria! No sábado fazia muito vento e foi preciso alguma persistência, e sobretudo necessidade de bronze, para não termos logo debandado.
À noite, tendo a Maffa e o seu T. como convidados de honra, fomos até uma esplanada muito fashion junto ao Museu de Arte Antiga, com vista para o rio. E é um luxo poder ficar só à conversa com quem me conhece bem, num cenário magnífico.
Entre uma coisa e outra, reuniu-se a família quase toda em casa da minha irmã Isabel, que nos recebe sempre bem e com óptimos petiscos (aqui fica a referência...). O Joãozinho diz cada vez mais coisas, pena nunca querer meter-se na mala e voltar comigo para Londres.

Ontem foi a vez de dar um passeio pela Baixa, é sempre bom dar uma de turista e apreciar o reflexo do sol nas fachadas! Ok, é uma maneira bonita de dizer que andei a ver os saldos...
Mas fui sobretudo para pôr a conversa em dia com a Mafalda, enquanto almoçávamos o belo do mini-prato com Sumol e baba de camelo - que delícia!
A seguir, passagem pelo Fórum Almada para me abastecer de bacalhau e caldo verde, e para dois dedos de conversa com a Ana Sofia e um McFlurry de caramelo (já aqui falei do binómio socialização e digestão, certo?).
E para terminar, fui espreitar as obras do Programa Pólis na Costa e o enchimento de areia das praias. Se os prazos forem respeitados, lá para Setembro as praias em frente de minha casa vão ter uma nova face e o espaço à volta vai ser um jardim bem cuidado, com restaurantes e espaços desportivos. Por enquanto é só um enorme estaleiro.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Novo quarto

Tem menos de metade da área do anterior, mas já me habituei a isso! Sempre é uma maneira de me obrigar a ter menos coisas e tudo mais arrumado.
A grande vantagem é ter sempre rede de internet, ter vista para o relvado das traseiras e já não acordar quando alguém usa a casa de banho (o outro era paredes meias com o chuveiro). E o salmão das paredes sempre é um pouco menos abichanado que violeta!

terça-feira, 17 de julho de 2007

O meu exercício matinal

Para cortar a rotina, nada como fazer o trajecto habitual de máquina fotográfica na mão, à caça dos lugares mais marcantes do meu percurso diário para o trabalho.
Saio de casa pelas 9 horas, em média. Muitas vezes mais tarde (posso entrar até às 10h), poucas vezes mais cedo.
Em menos de 5 minutos passo nas obras da estação de St. Pancras, que a partir de Novembro vai ser o lugar de partida do Eurostar para Paris e Bruxelas.
Logo a seguir, na York Way, passo por cima do Regent's Canal. Sabiam que há um canal que atravessa Londres e desemboca num outro maior que se estende por 220kms até Birmingham? Eu podia fazer o caminho até ao trabalho sempre junto ao canal, mas como o passeio é estreito e tem muitos túneis, ia demorar bastante mais tempo.
Aos 10 minutos, o prémio da montanha! Metade da Copenhagen Street é a subir, mas com uma redução de mudança faz-se bem.
A meio do caminho há que percorrer quase toda a Essex Road, uma rua que vai da animada zona de Angel para Islington. É a única parte do percurso em que encontro mais trânsito e muitos autocarros, os tais que são uma ameaça para qualquer ciclista. Mas no pasa nada...

Os últimos 10 minutos do caminho são em linha recta, atravessando 2 ruas orladas de árvores numa zona residencial - Englefield Road e Richmond Road.
Passo por 2 escolas que tem um velhote na passadeira, de casaco fluorescente e placa STOP na mão, para mandar parar os carros quando há crianças para atravessar.
Quando chego ao parque de London Fields, é sinal que estou quase a chegar. Este parque, que também tem uma piscina aquecida ao ar livre, é mesmo junto ao meu trabalho, e quando faz sol vou até lá na hora de almoço para um pouco de relax.
Aqui fica o retrato do ciclista e do seu veículo, com a mochila pendurada no guiador para não ficar a suar nas costas. :) É que já me cansei da logística de tomar banho no emprego, e como de manhã não está calor também não transpiro, apenas troco de calças.

E eis o destino final, o número 263 de Mare Street. Meia hora de porta a porta. A bike fica estacionada no passeio (podem vê-la no canto inferior esquerdo da foto) e eu subo ao primeiro andar. Ao fim da tarde, se o destino não é a casa, opto por outros caminhos, tão variados quanto possível, para descobrir novas ruas. Esse é o maior encanto de pedalar!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Dados novos sobre o futuro

Hoje houve entrevistas para o meu posto de "Service Development Officer". Abriram 6 vagas, mas só podiam concorrer os efectivos do município, e não os 3 temporários que já cá estamos. Tendo isso em mente, passei boa parte do dia a enviar CVs para instituições em Portugal.
Pelo que percebi, só 3 pessoas acabaram por ser entrevistadas. E agora fui meter conversa com o meu chefe e ele garantiu-me mais 3 meses de contrato - como o actual acabava a 10 de Agosto, isto significa até 10 de Novembro. Assim fico com mais tempo para procurar um bom trabalho em Lisboa, que idealmente seria para o início de 2008. E assim se cumpria o plano de comemorar a transição com uma viagem de 2 meses pela América Latina. Aos poucos, as coisas vão-se compondo!

Relatório

Eu sei que tenho esta mania de prestar contas do que faço. No fundo, foi por isso que este blog surgiu, e continua a satisfazer a função de contar aos amigos como me corre a vida por cá. Mas por outro lado, às vezes sinto-me estranho por estar aqui a desfiar a minha vida em canal aberto, onde boa parte dos leitores são pessoas que nem conheço (sei que vários de vós ficam com comichão só de se imaginarem nesta situação). Digo isto só para que saibam que assim muito de vez em quando até penso nisto, mas rapidamente me convenço de que no fundo... estou-me nas tintas!
Ora bem, a novidade neste fim-de-semana foi que fez um bocado de calor. Calor não implica muito sol, percebem? Ontem até levei com uma chuvada daquelas tropicais, com trovoada e tudo, mas passado pouco tempo já estava a sofrer as consequências somáticas de pedalar num calor húmido.
E foram dois dias de intenso "cumbíbio" internacional, que passo a relatar. Sábado foi o almoço de anos da Fátima (aka Lua), uma vizinha da Margem Sul que conheci através da Maria Dória; éramos 5 portugueses e 4 romenos, o que deu para muita comparação de culturas (como é a entrada na universidade? de que região fazem anedotas? e por aí adiante). De notar também que havia muitas coisas boas para comer, entre petiscos lusitanos e molhos romenos - mais detalhes e imagens aqui. Dali seguimos para um churrasco em casa da Anne, namorada do Eduardo. Aqui havia 3 chilenos, uma alemã, um holandês e 4 ingleses, para além de Pimm's, marshmallows e cumbia. Já sabem que a minha alegria se joga entre a socialização e a digestão. Ontem, depois da tal chuvada repentina e de uma pródiga passagem pelos saldos, fomos fazer piquenique no Brockwell Park, no sul de Londres, a convite da Diana, que vai deixar solo londrino por uma temporada. Aqui os portugueses levavam novamente vantagem, contra dois ingleses e um húngaro. E o dia terminou entre o rescaldo das eleições em Lisboa na televisão e um delicioso bacalhau espiritual.
E a propósito de bacalhau, mais 5 dias e regresso à Pátria para um casório, umas horas de praia e mais "cumbíbio". Socialização e digestão...

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Londres no seu melhor - 3. Pepe's

Nesta terra as saídas à noite começam à hora de jantar e quase todos os bares fecham à 1h. O que, diga-se de passagem, é um bocado cedo para nosotros. A essa hora todas as discotecas cobram pelo menos £10, e a alternativa vem das profundezas de uma ruela escondida: Hanway Street, junto ao metro de Tottenham Court Road.
Tinha-me chegado, pelos amigos espanhóis e colombianos, a publicidade de que havia ali um bar espanhol aberto até muito tarde. Mas por ser clandestino, a entrada era muito difícil; nas palavras deles, soava como a gruta do Ali Babá: era preciso perguntar ao "porteiro" pelo Pepe.
Um dia fui lá tentar, com a Maria. Não tinha nenhuma placa à entrada mas foi fácil de descobrir onde era. O porteiro era brasileiro, por isso foi facílimo de entrar. Umas escadas ao fundo do corredor dão acesso a uma cave escura, com 2 salas pequenas. Num dos lados tem um balcão onde vendem bebidas inflacionadas. Na outra ponta, a casa de banho mais asquerosa que já vi. É realmente um antro, mas a verdade é que, além do muito que dançámos nessa noite, já lá voltámos duas vezes com mais amigos.
Além da vantagem do horário e de não se pagar para entrar, a piada do lugar é a sua clientela e a música. É só gente nova, espanhola ou da América Latina. Na semana passada, tivemos de sair de lá às 3 da manhã porque, de tão cheio, já não se aguentava o calor - e não imaginam a fila que estava à porta! A música é 100% latina e quase toda fora de moda: Gipsy Kings, Ricky Martin ou Chayanne. Mas também aparecem os últimos hits da Shakira e até algumas pérolas de reggaeton!
Não dá para ir muitas vezes, enjoa facilmente - até porque o CD das músicas é sempre o mesmo. Mas quando o grupo está dentro do espírito, é muito giro!

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Cinco últimas refeições

Respondendo ao repto lançado pelo Diogo, aqui ficam as minhas 5 últimas refeições, por ordem cronológica:
- Na segunda-feira deram-me desejos de comer ervilhas com ovos escalfados e assim fiz: refogado de cebola, azeite e chouriço, depois as ervilhas a cozer 5 minutos, e finalmente os ovos por cima. Não era coisa que gostasse em pequeno, mas agora sim. E para além do mais, é rápido, fácil e barato.
- Anteontem almocei com o Rodrigo no Subway. É o destino mais frequento quando vamos os dois, talvez uma vez por semana. Comi uma sandes de almôndegas com queijo, bebi um balde de Coca-Cola light e o menu de 3 libras ainda dava direito a uma cookie para sobremesa.
- O jantar foi a dois tempos: primeiro comi uma fatia de pizza na Leicester Square, depois do teatro com a Maria, mas guardei um espaço para os restos da véspera que não queria desperdiçar e que não podiam esperar mais que 1 dia.
- Ontem tive um almoço mais frugal: uma chamuça de galinha e um sumo de laranja natural. No trabalho vou comendo bolachas e biscoitos durante a manhã, e quando chego ao pronto-a-comer de sandes, onde vou quase sempre, e vejo o tamanho das baguetes, fico cheio só de olhar. Sem companhia, aborrece-me sentar-me num restaurante, que até os há em abundância e variedade por aqui. Mas nada comparável aos mini-pratos das tasquinhas da Baixa!
- Finalmente, ao jantar fiz uma alheira que tinha trazido de Portugal, com legumes do Sainsbury's prontos a cozer. De aperitivo para todos os da casa, fiz uns folhadinhos de linguiça. Ao menos em casa não me trato nada mal!
Para continuar a cadeia, sem repetir nomes já desafiados por outros, passo o repto à Cromossoma X, à Joana M e à Joana H, à Lua e à Mira.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Mamma Mia

Não estava à espera de nada de especial, pensava que era apenas um show de "sing-a-long" das músicas dos Abba, que aliás nunca me convenceram muito. Mas como tinha algumas delas na cabeça desde o concerto "pop" do meu coro e a Maria tinha gosto em ver, lá fui. E claro está que achei o máximo! Ainda não houve um musical que eu não gostasse...
A história tem um enredo: uma rapariga que nunca soube quem era o seu pai encontra no velho diário da mãe três possíveis "candidatos" e resolve convidá-los para o seu casamento. Na altura da festa, numa ilha grega, a mãe reencontra as 3 paixões do passado. A história é levezinha, estilo comédia romântica, mas o que tem mais piada é ver como as canções entram no contexto do que se vai passando. Dá para rir bastante, bater o pé e cantar também!
Vou reparando que todos eles têm traços comuns, como a musiquinha a puxar ao sentimento a meio da segunda parte. E fico sempre com vontade de saltar para o palco e entrar também no musical, acho que era o único género teatral onde eu talvez encaixasse. Mas bota um grande talvez nisso! Mas como espectador, quero papá-los todos - e o próximo deve ser a Música no Coração.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Daniela

A Daniela já voltou para o México, partiu na sexta-feira passada. Se tudo correr conforme os seus planos, vai ser curadora do Museu Tamayo, o mais importante do México em arte moderna e contemporânea.
Vou ter saudades dos 8 meses que partilhámos casa. A Daniela passava quase todo o tempo a estudar ou a preparar exposições, não era muito de sair, e deitava-se bastante cedo para os meus padrões (11 da noite). Mas tornou-se uma boa amiga, ia-me perguntando pelas minhas coisas, sempre alegre e com um português quase perfeito.
Nos últimos dias foi giro também estar com os pais dela, que para a despedida nos levaram a jantar a um restaurante nepalês. Ficaram os laços criados e a vontade de fazer uma visita ao México. Fica em projecto para o próximo ano...

Entretanto mudei-me para o quarto que era dela, para a Carolina e a Catalina ficarem no meu, que é maior. Agora tenho um terço do espaço, e uma cama com metade do tamanho, mas chega bem. Em contrapartida, consigo apanhar a rede wireless de internet no quarto, coisa que não acontecia antes - assim já não adormeço tantas vezes no sofá da sala... E também gosto de ter cada vez menos coisas para arrumar, já que tenho levado aos poucos o que já não preciso para Portugal. Tudo cheira a transição, vamos ver para quê!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Live Earth

Sábado foi dia de Live Earth. Foram 9 horas de concerto, com alguns dos grandes nomes dos tops musicais. O estádio de Wembley não encheu, mas estava compostinho. Na plateia havia gente de todas as idades, e era giro reparar com que vibravam cada grupo de pessoas - dos Duran Duran aos Black Eyed Peas há certamente um salto de várias gerações!

O prémio "canção que não me saiu da cabeça o resto do dia" foi para os Razorlight, com o seu "America". Antes deles tinham tocado os Genesis, a abrir as hostilidades.

Logo a seguir veio uma das bandas que tinha mais expectativa de ver, os Snow Patrol. O disco deles (Eyes Open) é muito bom do princípio ao fim, e em palco eles reproduziram as canções fielmente. E é bom ver uma banda com "gente normal".
Seguiu-se um dueto entre David Gray e Damien Rice ("and so it is..."), os Kasabian, o escocês Paolo Nutini, os hits dos Black Eyed Peas e os Duran Duran (que estiveram a dar uma entrevista a poucos metros de nós).

Outro grupo que pôs toda a gente a dançar foram os Red Hot Chili Peppers, em especial "Can't Stop" and "By the Way". Depois vieram os Bloc Party (passaram-me ao lado), Corinne Bailey Rae ("love put your records on") e os Keane (bom para cantar em coro.

Não esperava vir a estar num concerto dos Metallica, mas acabou por ser um dos melhores momentos do dia. Tocaram os êxitos Enter Sandman e Nothing Else Matters, que me fizeram recuar 15 anos no tempo.
Veio então a parte do concerto que menos gostei: o heavy metal místico-ridículo dos velhinhos Spinal Tap, a melguice do James Blunt, a música electrónica dos Beastie Boys e umas canções mais pesadas dos Foo Fighters.

Logo após o anoitecer, chegou a vez de Madonna terminar o espectáculo - que aqui a hora dos concertos acabarem é às 10 e meia. Depois do hino do evento (Hey You), cantou uma versão diferente de La Isla Bonita, Ray of Light e Hung Up.

Foi tempo de deixar os ingleses correr para os transportes e ir comer um belo frango num restaurante português mesmo ao pé do estádio. Ficou a música e a memória fresca sobre a necessidade de mudar pequenos hábitos para salvar o planeta.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Cena a la portuguesa

Ontem fiz o tal repasto português lá em casa. Éramos 9 convivas: os 3 flatmates "oficiais"; as namoradas, Maria e Anne; os pais da Daniela; a Carolina e a Catalina, as minhas novas flatmates colombianas. Para a sobremesa, chegaram ainda as manas Tobón. Casa cheia, portanto!
Felizmente a mãe da Daniela, que é chefe de cozinha, veio mais cedo e ajudou-me bastante, aliás, eu é que acabei por ser o ajudante! Mas a coordenação também tem o seu mérito, não é verdade?
O certo é que demos conta dos 15 quilos de comida e bebida que trouxe de Portugal - retirando aos 22kgs no check-in o peso da própria mala, 3 peças de roupa e um saco-cama, acho que dá isso.
O menu foi o seguinte:
  • entradas: queijo de ovelha, chouriço, paio e alheira;
  • sopa: caldo verde;
  • principal: bacalhau com natas;
  • sobremesa: mousse de manga, pão-de-ló "molhadinho" e ovos moles;
  • vinhos: moscatel de aperitivo, Muralhas (verde) com o prato e Porto à sobremesa.
Digam lá se não foi uma boa amostra do melhor da nossa cozinha! Ninguém no ICEP me quer dar um subsidiozinho para eu poder repetir mais vezes?
A única pedra no sapato foi mais uma vez ter constatado que os estrangeiros não gostam de ovos moles. Gente amarga, sem arcaboiço para uma overdose de gemas e açúcar! Haviam de ver aquelas mesas dos casamentos, cheias de lampreias de ovos, papos de anjo e encharcadas! Mas nada de grave: fiquei com uma caixa cheia deles... coisa para durar 1 ou 2 dias!

terça-feira, 3 de julho de 2007

Londres - Algarve - Lisboa - Londres

Sabem nos jogos de computador quando as personagens têm de apanhar umas pecinhas de vez em quando para repor os níveis vitais? Sinto-me um bocado assim, regressado a rainy London depois de 3 dias cheios ao sol.
O fim-de-semana soube a pouco, ficaram alguns amigos por encontrar e muitas coisas por fazer. Mas só o facto de ter ido à praia pela primeira vez este ano, e de poder estar 3 dias de T-shirt, calções e havaianas já é algo de muito bom!
A primeira etapa da visita foi no Algarve. Aterrei sábado bem cedo em Faro, depois de sobrevoar a zona de Alcoutim que tão boas recordações me traz. A Isabel fazia anos, e a sua casa mesmo em cima da praia permitia saltitar entre o almoço no jardim, à fresca, e o calor de 28 graus na praia. E é tão bom conversar sem pressas com quem nos conhece bem e com quem nos identificamos...
À noite, mais parecia uma festa de putos, numa garagem com snooker, matrecos e ping-pong. Se ainda me sobra algum jeito para marcar golos com o guarda-redes, já nas tacadas continuo com a mesma falta de pontaria de sempre. O que não esperava era levar um baile nos duelos de karaoke da PlayStation! É o que dá ter bons "alunos", não é José?
Domingo foi o dia mais familiar. Com a sobrinha mais velha e afilhada a chegar aos 12 anos (e quase a chegar à minha altura!), reunimo-nos todos lá em casa. E vejam só a pinta do Joãozinho!

Ontem foi dia de ver como a vida nalguns lados está realmente a mudar: fui almoçar com o Vasco, que está para ser pai por estes dias, e fui ver a casa nova da Rita e do Bruno, que casam daqui a 3 meses. Estou cada vez mais num mundo de crescidos...

Para terminar, fui-me abastecer de produtos nacionais ao supermercado. Na ementa desta semana vou ter bacalhau, caldo verde, chouriços vários, pão-de-ló...
E daqui a 18 dias estou lá de novo!