domingo, 27 de fevereiro de 2005

Viva o Papa!



Só Deus sabe quanto tempo mais vai viver o Papa, se dias ou anos.
Mas acredito que este é o melhor testemunho que ele nos pode dar neste momento, ao aceitar as dificuldades até ao fim, e assim valorizar o contributo que qualquer pessoa tem a dar, ainda que velha, ainda que com pouca saúde.
E enquanto que os media se entretêm a discutir se ele devia ou não resignar, há que lembrar que não se trata aqui de um poder meramente temporal, mas muito mais de uma liderança espiritual. E essa capacidade não se deteriora com a saúde, pode até tornar-se mais forte. Como nas palavras de São Paulo: Prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Alegro-me nas minhas fraquezas, (...) pois quando me sinto fraco, então é que sou forte. (2 Cor 12, 9)
E é com atenção que vou seguindo as notícias sobre a saúde do Papa, que sempre me fez aproximar mais de Cristo quando com ele me encontrei: 3 vezes em Fátima, 2 em Roma, uma em Toronto e a última em Madrid.

sábado, 26 de fevereiro de 2005

Latinos

Ontem houve mais uma festa latina, desta vez na Faculdade. De novo se juntou o "grupo de Paris", e mais alguns colombianos (são uma comunidade muito unida aqui), ao som da salsa e merengue. Estive ainda à conversa com o Rodrigo, um chileno de Santiago.
Claro que neste ano estou a melhorar o meu inglês, mas sem dúvida que estou a falar muito mais em espanhol. Com o Eduardo e o Roberto só raramente falo em inglês. Todas as manhãs, quando desço para o pequeno-almoço às 9h16 (ou seja, 1 minuto depois do limite), a primeira voz que oiço é a da Beatriz, a colombiana que trabalha na cantina de Passfield: "bueno dias, Tiago, despertó tarde de nuevo... dos tostaditas y un croissant?" No fim da missa das quartas-feiras na LSE, junto-me sempre à conversa dos colombianos; e ao domingo vou à missa em espanhol da capelania latino-americana de Londres, na igreja de St. Patrick.
É muito engraçado ver como eles partilham uma cultura comum: conhecem os mesmos cantores, cresceram com os mesmos programas de televisão. E nenhum se recusa a dançar, a alegria é algo que lhes corre nas veias!
Em termos espirituais, a América Latina é hoje o maior bastião da fé católica. Quando o Artur esteve em Santiago do Chile, viu no santuário de Schöenstatt um mapa dos países para onde eles partiam em missões de evangelização, e um deles era Portugal! Além de que são povos que, embora talvez um pouco mais propensos ao sexo (será do calor?), são depois mais responsáveis em relação às suas consequências (leia-se: mais contrários ao aborto).
Bem, não se trata aqui de uma comparação entre europeus e latinos... Queria apenas dizer que me sinto muito à vontade com os novos amigos latinos que aqui fiz, e que espero poder em breve fazer uma viagem até aquelas paragens!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Um pulinho a casa

Este fim-de-semana fui a Portugal votar. Cumpri o meu dever, e por isso estou satisfeito.
Mas claro que não fiquei satisfeito com a maioria absoluta do PS. Nem com a subida do Bloco, que agora vai bombardear ainda mais com as suas "medidas fracturantes". Mas a verdade é que também não estava contente com o Santana Lopes. Votei CDS/PP, pela confiança que tenho em alguns dos seus políticos e pela identificação com os valores morais que defende.
O fim-de-semana valeu pela visita a casa, por reencontrar a família e alguns amigos, por ter conduzido o carro novo dos meus pais (sempre sonhei ter um velocímetro digital!), pela francesinha que comi no Porto, por ter encontrado o André (irmão do Miguel) ontem no avião.
De volta a Londres, fui recebido pela neve a cair, fenómeno que ainda admiro como uma criança. A primeira vez que vi nevar foi apenas há um ano, na Serra da Estrela, por isso acho o máximo a possibilidade de viver numa cidade onde neva!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Festa do Queijo e do Vinho


Fica sempre bem numa viagem um bom momento de confraternização à volta da mesa. E quando os preços dos restaurantes não são convidativos, nada como levar a festa para casa!
Assim, comprámos no supermercado três tipos de queijo e vinho Bordeaux, e fez-se um belo serão, entre piadas e conversas mais sérias.
Um semelhante está marcado para Londres, para trocarmos fotografias.


Debaixo da Torre Eiffel

O grupo


Em todas as viagens, a maior parte do sucesso reside no grupo com que se vai. Pode-se estar muito aborrecido num lugar paradisíaco porque o grupo é mau, ou estar num lugar manhoso e divertirmo-nos à grande. Porque estar (quase) 24 horas por dia juntos, conjugando ritmos e interesses que podem não ser os mesmos, nem sempre é fácil. Mas neste caso, em Paris, tudo correu bem!
Não era, à partida, um grupo previsível, mas confesso que me sinto muito à vontade no meio de latino-americanos. Bem mais do que estaria com muitos europeus, certamente. E teve muita graça passar um fim-de-semana inteiro a falar espanhol, assim vou daqui com mais fluência em duas línguas!
Sobre o Eduardo pouco posso acrescentar: é o meu melhor amigo aqui, temos muitos pontos em comum e também já sabe (com algum sacrifício) aturar as minhas neuras. Sobre o Roberto (à direita), o guatemalteco da residência, posso dizer que ficámos mais próximos; falámos um bocado sobre os seus planos, o casamento que o espera quando acabar o Master.
Aos colombianos Juan Filipe e Catalina só conhecia da última festa colombiana e também da missa das quartas-feiras na LSE. Ele é colega do Roberto, no Master em Accounting and Finance; como tinha vivido 2 meses em Paris, foi o nosso guia, e eu confiei plenamente nas suas escolhas (os que já viajaram comigo sabem o que isso significa de abnegação da minha parte!). Ela é amiga dele, e está também a fazer um Master na área financeira, mas noutra Faculdade. Sempre a bom ritmo, sem se queixar, metendo conversa com todos.
A menina que está à frente é a Daniela, prima da Catalina. Foi aparecendo de vez em quando, com algumas amigas, que eram como a high society colombiana a fazer um curso de francês na Sorbonne. Também isto foi divertido.

Paris


Paris é realmente o máximo!
Foram 4 dias muito intensos, mas acho que conseguimos ver tudo o que há de mais importante na cidade: Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Notre-Dame, Invalides, Hotel de Ville, Sacre-Coeur, Monmartre, Moulin Rouge, Pompidou, Opera, Pantheon, Jardin du Luxembour. Visitámos o Louvre e o Museu de Orsay; claro que gostei muito de ver a Mona Lisa, ou de tirar uma fotografia com a Vénus de Milo (a tal que começou por roer as unhas...) no primeiro, mas gostei muito mais da colecção de impressionismo (Van Gogh, Monet...) do segundo.
O momento mais difícil foi, claro está, subir aos 300 metros da Torre Eiffel. No primeiro elevador, até ao segundo piso, deu-me um ataque de pânico; depois de acalmar, insisti em subir no segundo elevador até ao topo, mas fui de olhos fechados e a Catalina (colombiana) teve de me dar a mão. Lá em cima, não foi tão terrível, porque era um espaço fechado. E aqui fica a fotografia (com a distância da Torre até Lisboa), para comprovar o momento.
O tempo não ajudou muito: choveu bastante, fez frio e vento quase sempre. Mas tivemos direito a um bocadinho de neve no domingo!Comemos muitos crepes (com Nutela!!) e alguns kebabs.
No sábado à noite fizemos a "festa do queijo e do vinho" no nosso quarto do hotel, muito divertido!
O grupo portou-se à altura: sempre ao mesmo ritmo, sem se queixar muito do cansaço (acreditem que andámos mesmo muito a pé), sem gastar muito dinheiro, como se quer. Foi muito bom poder fazer esta viagem com o Eduardo e o Roberto, e também conhecer a Catalina e o Juan, dois colombianos bem simpáticos.
E agora, voltar ao trabalho...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

A caminho de Paris!


Pois é, meus amigos: quando lerem esta crónica estarei em Paris!
Vou na sexta de madrugada, no Eurostar, o comboio que demora 2 horas e meia de Londres a Paris, e volto na segunda à noite.
Vou com o Eduardo, o Roberto (Guatemala), um colombiano e uma colombiana.
Conhecer a "cidade das luzes" é um sonho antigo (ao contrário do Luís da canção, eu nunca fui a Paris), e estou cheio de vontade!
E como sinal de que estou a ficar mais descontraído, não fiz nenhum plano para a visita.

Hoje à noite tive dois simpáticos eventos sociais (há muito que não os havia...).
Primeiro, um jantar de turma, o primeiro!, em casa de uma colega, a poucos quarteirões daqui; foi a oportunidade de conversar um bocadinho mais com algumas pessoas, já que durante a semana a turma está sempre muito dispersa por aulas diferentes.
Depois, aqui em Passfield foi noite de Karaoke!! E claro que eu não podia deixar de participar... Fui cantar o "Deixa-me Rir" do Jorge Palma (sim, aqui!) e o "One" dos U2.
E agora fazer a mala e cama, que tenho de me levantar às 4 da manhã...
Bom fim-de-semana!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

Expectativas

Sempre vivi um bocado sob o fantasma das expectativas. Dizem-me que é um problema comum, mas eu acho sinceramente que, quanto a isto, sou um pouco mais exagerado do que a média.
Desde a mais tenra juventude que me acostumei a pensar demasiado nas pessoas que me rodeiam, dando valor às boas relações que, graças a Deus, sempre tive, mas ao mesmo tempo fazendo demasiados juízos sobre o que pode faltar nessas mesmas relações. E isso torna-me demasiado planeado, pouco espontâneo. Sempre tive "níveis ideais de conhecimento" a desenvolver com cada um, qualquer coisa tão irrealista como os programas de governo que os partidos agora propõem. Às vezes a roçar o ridículo, como uma vez em que, no auge da adolescência, fui para férias (na saudosa Vermelha!) com um papelinho cheio de perguntas pessoais que queria fazer aos meus amigos.
Hoje sou um pouco mais descontraído, mas ainda não resisto a prever tudo e mais alguma coisa. Como vai ser bom fazer aquela viagem (por ex, Paris daqui a 4 dias!), como vai ser bom ter aquela visita aqui em Londres, como vai ser bom ir de férias... Outras vezes, ocupo a cabeça a sofrer por antecipação cenários que podem nem vir a acontecer, ou que não são tão maus como eu os pinto.
Depois, quando as coisas estão a acontecer em directo, é altura de confrontar a realidade com o cenário previsto. "Pensava que me ia dar tão bem com X e afinal..." Quase sempre há qualquer coisa que falha, mas às vezes também acontece o contrário. Por exemplo, quando vim para cá não esperava fazer tão rapidamente amizades, nem amizades tão fortes, mas desta vez tive uma boa surpresa!
Não consigo descobrir a razão que me leva a ser tão complicado, mas a sério que gostava de me libertar desta pressão. Descomplicar. Para meu bem e bem daqueles que têm de me aturar. E também acho que me devia concentrar em corresponder às expectativas (legítimas) que algumas pessoas possam ter acerca de mim.
Agora que o ano vai quase a meio, começam a surgir as expectativas sobre o que virá a seguir. Onde vou trabalhar quando voltar para Portugal? Devo voltar logo, ou aproveitar mais algum tempo cá para recuperar o investimento? Onde vai aparecer a pessoa com quem vou partilhar a vida? Com que idade vou casar? Como vou manter estas amizades intercontinentais?
Devia viver um dia de cada vez, mas não consigo...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005

Crónica de Montes Claros


Quero partilhar convosco um relato que a Rita nos mandou do Brasil. Lembro com saudade o Verão de 2003, em que conheci bem o bairro do Menino Jesus, sem dúvida o sítio mais duro onde já estive. Num pensamento mais imediato, pensei até que ponto não seria mais útil estar lá do que aqui. Quem sabe se isso não acontecerá um dia... Por agora, resta-me agradecer o testemunho destes amigos e lembrar que nas pessoas e situações que nos são mais próximas também há muito a fazer.

Montes Claros, 27 de Janeiro de 2005

Uma manhã que de maneira alguma me pode deixar indiferente. Uma manhã que me veio mostrar um outro Brasil, longínquo daquele Brasil caloroso, feliz e alegre a que já me estava a habituar.
Fome? Não me pareceu que a fome fosse o maior problema no Bairro do Menino Jesus. Entre o feijão e o arroz, as pessoas parecem conseguir sobreviver. E por muito que me custe fazer a pergunta, o pensamento não deixa de me vir à cabeça: "Sobreviver para quê?"
Miséria? Muita. Miséria humana. Falta de higiene. Falta de...
Nem sei bem o que falta... Falta tanto.

O que falta a uma mãe que não sabe dizer a idade da filha de 3 meses? Que nos responde "Meu marido é que sabe quando a menina nasceu". A menina, Maria Eduarda, vestia umas cuecas e uma T-Shirt que tentavam esconder as nódoas negras nas suas costas, e o rabo todo assado, enquanto os seus irmãos, de 3 e 4 anos, cheios de arranhões nas costas, que mais pareciam sinais de violência doméstica, brincavam nus pela rua.

O que falta a uma mulher que teve um desastre há 7 anos, andou 2 de cadeira de rodas e outros 2 de muletas, até que quando voltou a andar, começou a ter problemas de memória? Uma mulher que tem de tomar 14 comprimidos por dia, só que não os toma porque a fazem engordar, e em vez disso dava-os ao cão, que entretanto morreu?... Uma mulher que se agarra a nós, com os olhos a brilhar, ávida de atenção, e nos mostra desesperadamente as fotografias das suas filhas que estão sob a caução da avó, por ela ter sido considerada pelo tribunal incapaz de tomar conta da casa e das meninas?

O que falta a uma mulher cujo marido se suicidou há muito tempo (5 meses, viemos depois a descobrir), que vive em 10 m2, com quatro filhos semi-nus, dois dos quais dormem no chão? Faltará uma casa em condições, já que os 10 m2 são irrespiráveis, e mais parecem uma pocilga, ou faltará alguém que lhe ensine a tomar conta da casa? Faltará um estendal no jardim para ela pendurar a roupa encharcada que atira para dentro de casa para evitar que a roubem, ou faltará a esta mulher deixar de ter medo dos assaltos? Entre tantas outras coisas, falta-lhe tempo. Tempo para chorar, como dizia a Zézinha.

O que falta ao William, um rapazinho de 14 anos, deficiente, que fomos encontrar a gatinhar à porta de casa, nu, cheio de bosta de cavalo pelas pernas?... Ou à D. Eurides, sua Avó, cujo filho (pai de William) foi assassinado porque a mulher roubou uma coisa para comer que custava 3 reais? Mulher essa que depois se suicidou. O que falta a esta gente que faz com que a vida de duas pessoas valha 3 reais?

A mim, falta-me saber onde posso intervir. Se posso intervir. Onde posso ajudar. Onde posso e devo estar. O que devo fazer. Falta-me saber para que é que fui chamada. Aprender como controlar as minhas lagrimas, pelo menos quando estou com estas pessoas. Falta-me, depois de manhãs como estas, compreensão para com todos os que permitimos que no século XXI haja tanta miséria e tanta tristeza. Desde as pessoas que vivem aqui, no meio desta pobreza, e assistem a tudo isto, e por razões que desconhecemos se mantêm quietas e fecham os olhos; a todos nós, privilegiados que preferimos virar a cara e ignorar, desculpando-nos que não conseguimos mudar o mundo inteiro.

Rita Lancastre


PS: Hoje, aqui na Trafalgar Square, houve uma grande manifestação, em nome da campanha "Make Poverty History". Nelson Mandela discursou perante a multidão que encheu a praça (eu incluído!), pedindo aos líderes do G7 que não olhem para o lado e façam de uma vez por todas aquilo que está perfeitamente ao seu alcance, no combate à pobreza mundial. Tony Blair já disse que não vai deixar passar o tema, vamos ver até onde se vai avançar.
Menino Jesus

Estados de alma

A vida é mesmo assim, com altos e baixos. E eu não sou diferente, claro. Apesar de ter fama de bem disposto e de nunca me chatear com ninguém, também tenho direito a algumas fases mais introvertidas.
Depois de um primeiro período cheio de novidades, agora é tempo de rotina e de trabalho. Claro que os amigos daqui se mantêm, mas todos estamos agora mais ocupados e guardamos o convívio mais para a mesa de jantar e para o fim-de-semana. Por outro lado, tenho estado um bocado preguiçoso nos contactos com Portugal, não por não ter saudades, apenas por acomodação. Fico muito contente quando recebo uma mensagem ou mail, mas não tenho tomado a iniciativa... mea culpa!
Além disto, nalgumas aulas sinto-me um bocado perdido. Sempre fui bom aluno, graças a Deus, mas aqui, por muito que leia, sinto sempre que sou o "elo mais fraco" da turma. Quero dizer, acho que quando chegar a altura dos exames me vou sair razoavelmente bem, mas nunca sei como participar nas aulas... e não é por causa da língua, talvez alguma timidez, mas sobretudo falta de conhecimentos (o que é natural, para quem nunca estudou isto antes).
Bem, estava eu neste muro de lamentações, quando recebi uma mensagem do Zé Maria, a queixar-se da minha falta de notícias. Respondi prontamente, contente por ele se ter lembrado. Depois fui ver os mails e tinha um mail da Rita, que está em Montes Claros; além do testemunho que aqui transcrevi, deu-me a notícia que um dos rapazes de lá, com quem nos dávamos muito bem, passou finalmente no exame de acesso à universidade. Claro que fiquei muito feliz com isso, e foi também para mim um estímulo para estudar com mais ânimo (se eu nem sequer tenho as dificuldades que o "Pipoca" teve, só tenho é que andar para a frente!). Depois, em conversa com o Pedro sobre o peso da rotina, ele encorajou-me (sabiamente) a procurar em Cristo a novidade em cada dia; resultado: fui à missa antes de jantar!
Em suma, como já muitos amigos me disseram, não tenho razões nenhumas para complicar a vida, inventar dramas onde não existem. E agora, que começo uma maratona noturna para acabar duas apresentações que vou fazer amanhã, sinto-me muito mais motivado!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

Computadores

Não é novidade, antes um sinal dos tempos, a crescente importância dos computadores em tudo. Mas nunca como aqui o senti com tanta força.
Na residência, 90% das pessoas têm um portátil. A rapidez da ligação de internet no quarto permite trocar uns 50MBs por minuto, por isso vamos trocando entre nós músicas e fotografias. Apesar de todos os quartos terem telefone e de não pagarmos nada para falar de quarto para quarto, é mais frequente conversarmos no MSN (mas melhor ainda é falar ao vivo, claro!). E para falar para Portugal, uso sempre o Skype, o que me permite não gastar quase nada em comunicações.
Na faculdade, para além dos 1000 (!!!) computadores que temos à nossa disposição, há zonas próprias para ligar o portátil, que estão sempre cheias. Os Power Points das aulas, bem como grande parte das leituras recomendadas, estão online, e para preparar qualquer trabalho ou apresentação não dispenso o meu amigo Google. Toda a comunicação com professores ou serviços administrativos, bem como a divulgação de eventos académicos, é feita por mail.
Começo cada dia com a leitura do Público e do DN, e vou-me actualizando no Diário Digital. Para mandar msgs para Portugal, uso o MyTMN, MyVodafone ou Universia. Leio os blogues da Mafalda (brilhonosolhos.blogspot.com), do Luís (geraldosempavor.blogspot.com) e do Diogo (umageracaoasdireitas.blogspot.com). Sigo o futebol na TVI, ou na TSF, ou no maisfutebol.iol.pt. Vejo a previsão do tempo em weather.com ou no site da BBC. Compro os bilhetes de avião online. Vejo os movimentos do banco e faço transferências. Tudo é rápido e fácil, o que é óptimo. E como se não bastasse, há agora a moda do hi5, uma espécie de base de dados de amigos online, e todos os dias vou acrescentando uns cinco à lista; é uma coisa totalmente inútil, mas confesso que lhe acho uma certa graça.
Mas houve um fim-de-semana em que a ligação da internet foi abaixo, nem sei se chegou a 24 horas. E todos andávamos desesperados... enfim...