quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Um ano!

Sem eu dar conta, fez ontem um ano que eu cheguei a Londres. Foi também há um ano que comecei a escrever este blog.
Muita coisa mudou na minha vida no espaço de um ano: fiz um Master, fiz muitos amigos estrangeiros, voltei a ser "solteiro", tive um sobrinho, fui padrinho de casamento do meu amigo Pedro, e agora estou (assim espero) prestes a encontrar um trabalho por cá, onde nunca esperei ficar.

Embora não soubéssemos que tínhamos uma efeméride para comemorar, ontem tivemos um jantar melhorado. As minhas convidadas fizeram carbonara e eu fiz um bolo de maçã. Regámos com vinho verde e ainda "demos uns toques" no queijo.
E o serão prosseguiu até às 3 da manhã, entre as fotos da Dinamarca e aquelas conversas saborosas sobre os planos (sempre inacabados) para a vida...

Vota Raposo!

Ele acabou o curso, fez um brilharete na LSE e começou a traabalhar na Pfizer. E segundo consta, está cada vez mais apaixonado pela sua Isabelinha.
Como se isto não bastasse, é candidato à junta de freguesia de Caxias!

Amigo João, se dependesse só dos muitos eleitores de Caxias que lêem este blog, estou certo que no próximo dia 9 poderias dizer como o outro: "Eu é que sou o presidente da Junta!..."
Infelizmente não é assim tão fácil, mais aqui ficam os votos de que consigas ter muitos votos nas urnas: Raposo, amigo, Londres está contigo!

Wireless

Já posso usar a net na sala, na cozinha, no jardim, no quarto ou até na casa de banho!
E já podemos usar a net os três ao mesmo tempo!
Isto é lindo! Viva a modernidade!!

Intercâmbio gastronómico

Como o sítio onde tive a entrevista era perto do único restaurante chileno de Londres, dei lá um pulinho e comprei umas empanadas, que são uns folhados de carne com óptimos condimentos, daquele género de comida pesada que a gente gosta!
Comi com o Eduardo e dois colegas dele também chilenos, o Alejandro e a Francisca. Mais um bocado de prática de castelhano misturado com "chilenismos".
Em troca, o Eduardo levou-me a um café de brasileiros que há ao pé do trabalho dele e ofereceu-me um pastel de nata. Em Portugal nunca os peço por achar um bocado vulgar (prefiro as bolas de Berlim com creme ou qualquer variante de ovos moles), mas aqui ganham sempre um sabor sentimental a galo de Barcelos.
E esta é mesmo a coisa mais gira aqui: Londres é totalmente a cidade do "vá para fora cá dentro"!

Preocupante

Quando me vestia para a entrevista, percebi que as calças me estavam apertadas, o colarinho quase não abotoava, e até os sapatos - os mesmos que uso há anos - me custaram a entrar, não por estarem curtos à frente mas por ter o peito do pé um pouco inchado.
A dieta começa a parecer inevitável... chuif...

33%

...é a probabilidade de conseguir o emprego de Policy and Research Officer numa housing association.
Ontem fui à entrevista e a rapariga da agência achou que eu tinha o perfil que eles queriam para o trabalho, por isso marcou-me uma segunda entrevista para dia 12 de Outubro, já com os possíveis patrões. Serei eu e outros 2 candidatos, ao que parece mais ou menos nas mesmas circunstâncias.
A associação gere cerca de 3500 propriedades e vai comprar mais 2000 em breve, por isso vão duplicar o staff e queriam alguém novo e "arejado", para integrar o novo gabinete de política. A minha tarefa seria pesquisar as normas e padrões de performance impostos pelo governo e por exemplos de sucesso entre outras associações semelhantes. E também ir ao terreno e falar com os inquilinos para averiguar o que pode ser melhorado. Parece muito interessante!
Falei do Master e do meu trabalho voluntário com o MSV, que foram os dois momentos em que eu ganhei mais capacidades. Ela deu-me umas dicas para eu estudar até à entrevista, para me inteirar mais dos assuntos e poder fazer boa figura.
Mas para não ficar dependente desta oportunidade, a procura continua...

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Champions League

Daqui a 2 horas jogam Benfica e Manchester United, e o jogo passa na ITV1, um canal de livre acesso (o futebol dá quase sempre em canais codificados). Vamos portanto poder ver o jogo aqui em casa!
Se do lado dos ingleses joga o Cristiano Ronaldo, do outro lado joga uma equipa portuguesa, mesmo que "o inimigo", por isso acho que é meu dever patriótico apoiar o Benfica. Ainda para mais, recebo a visita de 2 ilustres benfiquistas, a Inês e a Mafalda, que me trouxeram bons petiscos (queijo e enchidos) da nossa querida terra!

Entrevista

Ontem telefonoram-me de uma agência de emprego. A senhora tinha visto o meu CV algures e perguntou-me se eu estaria interessado em trabalhar como policy and research officer para uma associaçao de habitaçao social na zona este de Londres. E amanha às 11h vou ter uma entrevista com ela! A primeira entrevista de trabalho a que vou...
Como nao é uma matéria que eu domine bem, apesar de ter estudado no curso algumas coisas relacionadas, estou agora a tentar absorver o máximo de informaçao sobre política e legislaçao de habitaçao, que é um dos temas do momento para o Governo trabalhista.
Vamos lá ver se tenho sorte!

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Vou ali e já venho...

Aproveitei uma promoção da Ryanair (Londres-Porto-Lisboa por 40€) para ir este sábado ao encontro anual da minha família materna.
Saí de casa a meio da noite e antes das 10 da manhã já estava no Porto com os meus primos Isabel e Pedro (eh eh...), e com eles fui até Famalicão.

A visita foi surpresa para os meus pais e irmã, só o João sabia. Aliás, foi ele a oferecer-me a viagem (mais uma vez obrigado!). E claro que todos ficaram contentes de me ver! E o inverso também é verdade, claro está!
Este ano éramos 138 pessoas. Para os que me conhecem há menos tempo, há que explicar que o meu avô teve 17 filhos, e que toda a sua descendência (filhos, netos, bisnetos e trinetos, mais os cônjuges) representa neste momento 204 pessoas. E para juntar tanta gente temos sempre de pedir emprestado um seminário de Famalicão.
O dia começou, como sempre, com a missa, presidida pelo João. É uma alegria ver que a maioria das pessoas se tem mantido fiel à Fé que nos confiada pelas gerações anteriores, e por isso esta missa tem sempre um sabor especial. É também o momento de rezar pelos novos membros e pelos que já partiram.
Depois segue-se o almoço. Eu faço sempre os possíveis por ir comendo (e bebendo!) em todas as mesas, e não é difícil perder-me nos petiscos e doces que há sempre.
À tarde, uma parte dos homens vai jogar à bola. Este é um momento muito aguardado, e levado a sério por todos: os mais velhos que querem provar que ainda têm energia para correr atrás da bola, e os mais novos que querem mostrar do que já são capazes. Eu é que não mudo muito: continuo sem jogar bem, com a agravante de cada vez me pesar mais a barriga...
E assim se passa um dia "em família". No fundo, não nos conhecemos todos assim tão bem, mas há algo forte que nos une. E é um prazer ver a família crescer, com muitos casais novos a terem 3 ou 4 filhos.
Aqui ficam mais fotografias...
Ainda houve tempo para jantar uma francesinha na companhia dos meus Pais, e para passar um serão entre amigos e primos em casa da Isabel.
Na manhã seguinte, o Pedro levou-me ao aeroporto e já vim almoçar a Londres. Como podem ver, não tenho muitas razões para me sentir longe.

sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Portugal em Londres

Hoje fui entregar em mao a tal candidatura que ontem estava a escrever. Como me demorei até à última da hora, tive mesmo de ir ao local. Forreta que sou, ainda nao me dei ao trabalho de comprar um "London A to Z", o guia com o nome de todas as ruas, por isso limitei-me a dar uma vista de olhos ao mapa na internet e saí para apanhar o autocarro.
Claro que quanto mais me afastava do centro mais perdido estava. Saí do autocarro quando vi que estava no código postal certo (SW9) e comecei a andar sem rumo, à espera que me aparecesse algum nome familiar. E nao é que pouco depois me deparo com uma placa bem familiar: TOTTA. Uma agencia igualzinha às nossas. Perguntei a 2 bancários com ar de tugas, que estavam à porta a fumar o seu cigarro, se sabiam onde ficava a Stockwell Road, e eles lá me indicaram. Daí para a frente, foi um sem parar de mercearias, restaurantes e cafés portugueses, com o galo de Barcelos à porta e o "Portugal no Coraçao" a dar na televisao.
Finalmente cheguei ao meu destino: a sede da CAFOD, uma grande ONG que presta apoio aos países em vias de desenvolvimento. Ao contrário do resto do bairro, este edifício tinha bom aspecto, e só no mesmo quarteirao havia 4 cafés portugueses. Se tiver a sorte de ir para lá trabalhar, nao me vao faltar os pastéis de nata!

Quanto a trabalhos, tanto este de hoje como o outro da pesquisa para a Organizaçao Internacional das Migraçoes tinham prazo de entrega até hoje, por isso se for escolhido para algum deles devem-me telefonar na próxima semana para ir a uma entrevista. A expectativa aumenta...

Conectados!

Finalmente estamos de novo conectados ao mundo por internet e telefone! Quer dizer, temos a ligacao montada e o número atribuído (0044 207 9168 387), mas amanha temos de ir a uma loja comprar o telefone mais barato que houver.
Registo também com alegria o record de visitas alcancado ontem (quinta), com 60 espreitadelas ao blog. É um óptimo incentivo para escrever mais, e sobretudo melhor.
Agora estou atarefado, a acabar de preencher mais uma candidatura de trabalho que tenho de entregar amanha, mas nao queria deixar de vos mostrar a capa da Time Out, a revista que é a mais famosa agenda cultural da cidade. Nao que seja grande a surpresa de ver Mourinho nas primeiras páginas, mas a reverencia com que ele é tratado, pelo facto positivo de ser um triunfador, nao deixa de ser um orgulho para o nosso país.

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Pensão Estrelinha

Neste momento está connosco a Carolina, amiga chilena do Eduardo. Chegou ontem, vem fazer um Master em História da Arquitectura na UCL e vai ficar connosco até sábado, quando se muda para uma residência.
No sábado, vai para nossa casa o Deepak, um amigo indiano que viveu connosco nas duas residências. Fica connosco até regressar à India, na terça
Terça chega a Inês e a Mafalda, e ficam até sexta. Espero que venham com muita energia para fazermos uns serões bem tugas.
Na semana seguinte vem o pai da Nayan, para ficar connosco 2 semanas. Aí a expectativa é mais de que a filha se aplique a cozinhar o melhor para agradar ao pai... :)
E para mim é uma alegria ter a casa cheia!

Expectativa

Prossegue a expectativa sobre os trabalhos.
Concorri a uma organização internacional, para fazer uma pesquisa sobre imigrantes lusófonos, e hoje telefonei para lá. Disseram-me que na próxima semana vão contactar os escolhidos para ir a uma entrevista.
Também já me inscrevi em algumas agências de empregos, que me disseram que assim que surja alguma coisa compatível com o meu perfil me dizem.
Tenho passado os dias inteiros na faculdade (mas amanhã já temos internet em casa!) a concorrer a várias coisas.
Mas sem respostas até agora...

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Segunda-feira...

Quando liguei a internet tinha 30 mails, com muitas listas de possíveis empregos mas nenhuma resposta às minhas candidaturas. Continuo a dar o 'tudo-por-tudo' e a disparar em várias frentes. E espero que esta semana surjam novidades.
Na revista da imprensa, soube do empate do Porto ontem e agora espero que o Sporting hoje chegue ao primeiro lugar.
Recebi por mail o registo do momento em que o Carrilho se recusou a cumprimentar o Carmona. Pelo que sei, o debate não foi lá muito bonito. Descobri que agora já posso ver a SIC pela internet (antes era só para os clientes do Sapo), e fiquei a "ouver" a SIC Notícias. Primeiro o (enésimo) debate sobre o novo referendo ao aborto e, no noticiário, a repórter em directo de um evento onde estava o candidato-que-ainda-não-o-é Cavaco. E assim vão as preocupações do País, enquanto que a economia continua a afundar...
Mas nem tudo são más notícias! Amanhã a Inês e a Mafalda partem de viagem para a Dinamarca, onde está a nossa amiga Mafalda. Antes de regressarem a Portugal, ficam 3 dias cá em Londres. Vão ser, portanto, as minhas primeiras visitantes!

Fim-de-semana em cheio!

Este fim-de-semana a nossa casa virou salão de festas! Deu algum trabalho a limpar antes, limpar depois, e lavar pilhas de loiça, mas valeu mesmo a pena!

No sábado à noite tivemos a festa de inauguração do apartamento (em estrangeiro, house warming party), e a casa encheu-se com cerca de 30 amigos: uma coreana do meu curso, os amigos indianos da residência onde morámos, alguns familiares da Nayan, alguns chilenos, e muitos arquitectos do programa de desenho urbano da LSE, que tanto o Eduardo como a Nayan frequentaram. A Nayan cozinhou algumas especialidades indianas e nós comprámos queijos e snacks. Quase todos os convidados trouxeram vinho ou cerveja. Quando os últimos convidados saíram, pelas 3 da manhã, não tinha sobrado absolutamente nada, e acreditem que havia muita coisa!
Todos gostaram muito da casa, o que nos deixou muito felizes. E também ficámos contentes com a eficácia dos nossos vidros em isolar o barulho, porque a noite teve sempre muita música mas lá fora não se ouvia quase nada. Os convidados dividiram-se entre a cozinha (mais ao início) e a sala/pista de dança. O jardim também foi usado e apreciado pelos conversadores e fumadores.
Infelizmente esquecemo-nos de carregar as pilhas das nossas máquinas, por isso as únicas fotografias que tenho foram tiradas pela minha amiga coreana e não estão lá muito famosas...

À meia-noite, os chilenos presentes cantaram o hino nacional, uma vez que estava a começar o seu dia nacional. E se há povo patriótico são os chilenos!
Na continuação da festa, no domingo à tarde voltámos a receber tão ilustres convidados para um churrasco (ou asado). Eles aqui vendem umas "grelhas descartáveis", de usar e deitar fora, óptimas para casas com menos espaço. Tivemos salsichas e frango com batatas e uma salada óptima.
Alguns, pertencentes ao que o Eduardo chama red set (assim tipo revolucionário-lavadinho-com-gostos-burgueses), vibraram com as músicas de intervenção chilenas. Um deles, o Rodrigo, tinha estado em Portugal porque tem lá uns tios que são jornalistas e disse-me, orgulhoso, que tinha estado no lançamento da candidatura do Soares: «Ele é o pai da pátria, não é?» E eu, para não ser completamente antipático: «Bem, ele foi importante num dado momento da nossa história, em que foi preciso fazer frente aos comunistas que queriam tomar conta daquilo, mas depois...» E insistia: «E estava lá o Sócrates; ele é muito carismático, não é?» E eu: «Quer dizer, ele até já teve algumas boas medidas, mas carismático não será bem... (humpf)» E assim que pude mudei de assunto.

E assim chegámos ao domingo à noite: com a calma e sossego restabelecidas na casa, de barriga cheia e pernas cansadas de dançar, a Nayan ferrou no sono e o Eduardo e eu ficámos divertidos com o karaoke que tenho no portátil.

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Lida da casa

Ontem a Ana Sofia perguntou-me o que é que eu já tinha cozinhado, e eu respondi-lhe que ainda não o tinha feito. Quase sempre é a Nayan a fazer tudo, e o Eduardo às vezes ajuda. Mas eu confesso a minha inexperiência: sei fazer crepes, bolo de maçã, fritar um bife, estrelar um ovo ou cozer massa e arroz. Não sou grande especialista em legumes cozidos, que é o que se tem comido lá por casa. Nem sequer apreciador...
Mas ontem fui à internet procurar receitas vegetarianas e cheguei a casa com vontade de experimentar fazer uma omolete de cogumelos. Primeira desilusão: apesar de não serem ainda oito da noite, os meus companheiros, decerto já aculturados às horas inglesas, já tinham comido (claro que amuei um bocado por não terem esperado por mim). Depois, lá me aventurei com a frigideira, mas o resultado foi confrangedor: devo ter batido mal os ovos e posto o lume demasiado forte, porque a omolete não só não ficou completamente consistente como ainda se queimou um bocado (completamente!) por baixo.
Bem, para a próxima será melhor.
Em contrapartida, tenho lavado a loiça todos os dias e a cozinha fica sempre a brilhar!

Não vou ter internet nos próximos 2 dias.
Amanhã à noite vai ser a nossa festa de inauguração da casa. No domingo é o dia nacional do Chile, por isso pode ser que haja churrasco (com opção vegetariana).
Segunda volto à caça ao emprego. Até agora ainda não tive nenhuma resposta...

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Últimas despedidas

Há precisamente 1 semana partiram de Londres mais 2 amigos. Por estar em plena mudança de casa, não fiz aqui a devida referência na altura, mas não queria deixar passar a ocasião.

De manhã, fui com o Leopoldo até ao aeroporto de Heathrow. Ele era o meu vizinho brasileiro em Passfield, tínhamos apenas uma parede muito fina a separar-nos. E ao longo do ano contou-me várias histórias interessantes da cultura brasileira. Para além dos estudos, aproveitou muito bem este ano para viajar: foi a Paris, Egipto e à Grécia, além de ter passado vários fins-de-semana em várias zonas de Inglaterra. Terminado o Master em Regulation, volta agora para o seu escritório de advogados em São Paulo. Triste pelo final desta experiência tão boa, mas sobretudo muito contente por regressar para junto da mulher e da filha. E num futuro próximo lá o irei visitar.

À noite tive o jantar de despedida da Natalia, uma amiga colombiana de Medellin. Presença frequente nas missas da LSE e amiga do Juan e da Catalina, integrou-se facilmente no espírito do grupo de Paris e participou nalgumas das nossas festas de queijo e vinho. Além do Master em Relações Internacionais, também se especializou em tirar fotografias nos eventos sociais e depois publicá-los na internet. Foi também, já no final do Verão, a impulsionadora das nossas teleconferências via Skype. Antes de partir, deixou-nos preciosas contribuições para a nossa casa, em especial uma impressora que fala (em várias línguas!) e speakers para fazermos belas sessões de cinema. Muy chevere! Besos, Nati!

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Procura-se

Bar na Costa da Caparica ou em Lisboa para fazer uma festa de anos no dia 8 de Outubro, sábado, às 22 horas.

Requisitos:
- capacidade para 50 pessoas;
- autorização para pôr a minha música;
- se possível, licença para funcionar até às 4h.

O bar beneficiará com a receita de ter a casa cheia numa noite bem animada.
Dão-se alvíssaras a quem souber de tal estabelecimento.

Caça ao trabalho (a.k.a. job hunt)

Continuo a vir para a faculdade para poder usar a internet. Já pedimos para ter telefone e internet em casa, mas só nos vão fazer a ligação no dia 22.
Tenho-me dedicado exclusivamente a concorrer a trabalhos. Ontem enviei uma candidatura para uma organização internacional aqui em Londres, que procura um português para fazer uma pesquisa sobre os imigrantes do Brasil, Angola e Moçambique no Reino Unido; parece-me uma coisa muito gira, acho que tenho o perfil que eles pedem e a Margarida e o Chris ajudaram-me a escrever uma boa carta de apresentação, por isso espero mesmo conseguir este trabalho. Mas também tenho mandado CVs para agências de trabalho, e todos os dias vou respondendo a anúncios de emprego que recebo por mail ou vejo no jornal.

Em casa as coisas têm corrido bem. Quer dizer, tirando o facto de eu já estar um bocadinho farto de comer legumes cozidos... É que a religião da Nayan (Gujrati) leva a não-violência muito a sério, e por isso ela não pode comer carne nem peixe. Por isso cozinha sempre uma mistura de vegetais, e sempre picante! Muito saudável para a minha preguiça intestinal, mas muito sem graça também. Por duas vezes o Eduardo cozinhou galinha para lhe juntarmos, mas nem por isso fica mais interessante. Hoje ou amanhã, sem falta, vou fazer um bife com batatas fritas! E não quero voltar a passar pela vergonha de ontem: imaginem-me na fila do supermercado para pagar espinafres (orgânicos!), tofu (!!) e leite de côco... Socorro, não me quero tranformar num "orgânico"!!!
Como eu me mostrei desagradado por termos comido na segunda em frente à televisão, ontem voltámos para a mesa da cozinha, e valeu a pena, porque a conversa fluiu para discussões usuais mas sempre interessantes. Começámos pelo tema "casar ou viver junto?" e acabámos no aborto. E não é que a Nayan, que há dias ficou meio chocada por eu ter morto um insecto irritante que voava lá em casa, preferia abortar a trazer ao mundo uma criança sem ter dinheiro para a sustentar. Eu sei que são planos completamente diferentes e respeito opiniões diferentes da minha, mas lá que faz confusão, faz.
Tenho dormido no saco-cama. É que pela primeira vez na vida tenho uma cama de casal, mas não tenho lençóis para lá pôr. E como os posso trazer de casa em Outubro, não me está a apetecer comprá-los cá.
No próximo sábado vamos fazer a festa de inauguração, com música incluída. Promete!

sábado, 10 de setembro de 2005

A casa nova!!!

E eis que estamos na nossa nova casa!
Ainda não temos telefone nem internet em casa, mas a pedido de várias famílias dei um saltinho à faculdade para vos poder mandar as primeiras imagens.
O dia de ontem foi duro. Tínhamos de deixar o quarto da residência às 10 da manhã e a senhoria só podia estar na casa para assinar o contrato à 1h30 da tarde, por isso tivemos de pôr todas as nossas coisas à porta e esperar um bocado. Como o Eduardo tinha de ir trabalhar, a Nayan e eu tratámos de carregar 9 malas e 20 sacos em 2 táxis. Às 3 da tarde tínhamos o contrato assinado, o inventário do recheio da casa feito e começámos finalmente a arrumar tudo. À noite recebemos as primeiras visitas: 5 amigos indianos da nossa residência, com direito a pizzas e gelado.
Mas vamos ao que interessa, passo a apresentar-vos a minha casa.

Depois de passar um pequeno hall de entrada, temos acesso à cozinha, que tem uma mesa para 5, frigorífigo, congelador, lava-loiças, máquina de lavar roupa, fogão, microondas, torradeira e cafeteira. Foi aqui que hoje de manhã a Nayan nos cozinhou o pequeno-almoço: leite e torradas com ovo estrelado e baked beans.
O chão é de madeira, como em toda a casa. Tem uma janela que dá para a rua.


A cozinha é separada da sala por um vidro, que pode estar tapado por umas cortinas que se podem descer se quisermos. A sala é um quadrado, com 2 sofás grandes (um duplo e outro para 3 ou 4 pessoas!), uma mesa para televisão, uma estante e uma mesa para computador. Na parede, tem um espelho de um lado e 2 quadros do outro, mas acho que os vamos trocar por outra coisa mais gira.



Um dos lados da sala tem 2 janelas e 1 porta, que dá para o nosso jardim. Quer dizer, é apenas um espaço com plantas, chão de pedrinhas e uma cerca de madeira, mas tem um banco que é um mimo! E é também o sítio onde podemos estender roupa para secar.



Subindo as escadas, vamos dar a este corredor que dá acesso ao meu quarto, que é muito grande! Aí tenho uma cama bem grande, um armário, uma cómoda e ainda outro espaço para arrumar coisas. As paredes saíram favorecidas na fotografia; parecem azuis, mas na realidade são... violeta! Não é certamente a cor mais masculina, mas por enquanto estou com uma certa preguiça para as pintar. A minha janela tem vista para a estrada, por isso é que nem tive de negociar com o Eduardo; ele preferiu um quarto mais pequeno mas mais sossegado. De qualquer maneira, como vou ser certamente o que mais visitas vai ter, não me falta espaço para vos receber!




Do outro lado do corredor, são os outros 2 quartos. À esquerda fica o do Eduardo, também com uma cama grande, 2 armários e uma mesa de cabeceira. À direita, o da Nayan, bem mais pequeno que os nossos (por isso ela paga menos); ela preferiu tirar a cama e ficar só com o colchão, assim sempre ganhou algum espaço. Ambos têm vista para as traseiras dos prédios, com o tal relvado comum.




Temos ainda 2 casas-de-banho, uma com banheira, retrete e lavatório, e outra só com retrete.


Para terminar, aqui fica a fotografia dos meus flatmates: o Eduardo que já todos conhecem e a Nayan, natural de Bombaim e também arquitecta.
Com eles vou viver este ano, e se for sempre tão bom como tem sido o primeiro dia, acho que nos vamos dar muito bem!






Fico à espera da vossa visita!
A propósito, a Monarch e a Ryanair estão a fazer boas promoções para vôos a partir do Porto e Lisboa nos próximos meses...

terça-feira, 6 de setembro de 2005

O meu lugar

Não deixa de ser estranho estar de férias, só de passagem, na casa onde vivo desde que nasci.
Por um lado, tenho a sensação de que tudo continua igual, a rotina com os meus pais e os encontros com os amigos. E enquanto que em Londres estou sempre a conferir as notícias portuguesas e às vezes até vejo o Telejornal na internet, aqui não páro em frente da televisão nem sequer me mantenho muito a par das últimas notícias. Mas já deu para perceber que a maioria dos cartazes dos candidatos às autárquicas são terríveis...
Por outro lado, há coisas aqui que agora me parecem muito mais preciosas. Ir andar de bicicleta com as minhas sobrinhas. A praia aqui a dois passos, e o poder estar estendido ao sol uma tarde inteira à conversa (e que bom tem estado o mar!). Poder telefonar a um amigo e com toda a naturalidade auto-convidar-me para jantar (obrigado, Zé). Ter sempre coisas boas na despensa. Poder ver a reposição do Hermanias dos anos 80 às 3 da manhã.
Claro que estou contente com a decisão de passar mais um ano longe de casa. Pelo trabalho que espero encontrar depressa e pela experiência de ter uma casa com amigos. E estou cheio de vontade de chegar lá e lançar-me nesta aventura! Mas, estando agora cá, reforço a ideia de que este é o meu lugar, onde me sinto melhor e onde quero viver a minha vida, e por isso espero estar a chegar cá, de vez, daqui a 1 ano.

A primeira coisa que fiz ao chegar a Lisboa...

Amigos em Londres


Aqui fica o registo do feliz encontro com dois bons amigos, na passada quinta feira.
O Rui, que tem o irmão a fazer o doutoramento em Londres, estava lá desde o fim-de-semana anterior, mas só na quinta tivemos ocasião para estarmos juntos: almoçámos num pub, depois andámos pela cidade, voltámos à universidade para festejar com umas jolas o meu final de Master, e depois fomos para a minha residência.
A Diana vinha do México, e como fazia escala no aeroporto de Heathrow apanhou o metro e foi ter comigo ao centro de Londres; andámos durante 50 minutos pelas atracções principais (Covent Garden, Trafalgar Square, Big Ben...), sempre à conversa, e depois ela teve de voltar para o metro. E no dia seguinte vim para Portugal, onde tenho feito praia e dormido muito! E no sábado tive o casamento da Cláudia e do Constante, que foi o máximo! Mais tarde virão as fotos...

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Livre!


Finalmente entreguei a minha dissertação!

No último minuto, pois está claro!

Dois meses e 10 mil paravras depois...

Agora vou festejar!!!


PS: Muito obrigado à Margarida e ao Chris por me terem corrigido o inglês em tempo record!