quarta-feira, 11 de maio de 2005

Missa internacional



Estive agora na última missa do ano celebrada aqui na LSE. Todas as quartas, à uma da tarde, nos encontrávamos para ouvir as leituras e renovar o sacramento que Jesus instituiu na Última Ceia. Numa sala simples, só com altar e cadeiras, velas e um pequeno ícone da Santíssima Trindade (na mesma sala da capelania reunem-se também protestantes noutro dia).
E o que mais me tocou ao longo do ano era hoje por demais evidente: num pequeno grupo de 15 pessoas, estavam representadas 13 nacionalidades, da Europa (Inglaterra, Portugal, Espanha, França e Holanda), América (EUA, México, Colômbia, República Dominicana, Granada), África (Camarões e Zimbabwe) e Ásia (Malásia). Culturas e sensibilidades diferentes, unidos pelo amor a Cristo e a pertença à Sua Igreja.
"Católico" significa "universal", e é bom constatar que 2 mil anos depois da vinda de Cristo ao mundo a Igreja chega cada vez a todos os cantos do mundo. Em parte devemo-lo também ao zelo pastoral de João Paulo II, o Papa viajante.

Estreou ontem na BBC2 um programa chamado The Monastery (O Mosteiro). O desafio era fazer com que cinco homens, com uma vida profissional de sucesso mas com pouco tempo (ou vontade) para parar, participassem durante 40 dias na vida de um mosteiro de beneditinos. O projecto surgiu de uma ideia do canal, mas foi depois adaptado pelos próprios monges, como contou um deles na missa a que fui no passado domingo.
Entre 250 candidatos, cinco foram escolhidos para entrar no mosteiro de Worth Abbey, a sul de Londres, onde viveram uma experiência de oração, obediência e humildade. Neste reality show diferente, o objectivo não era que todas as semanas um deles fosse expulso pelos outros, mas que cada um ajudasse os outros a chegar ao fim.
Nenhum deles tinha qualquer relação anterior com a Igreja; claro que nenhum deles resolveu ficar na comunidade depois do programa, nem sequer se terão transformado em "beatos" da noite para o dia, mas provavelmente todos ganharam a percepção de que a vida espiritual, no mínimo, merece ser experimentada. Podem ler o testemunho de um dos participantes aqui.
Para os participantes, foi uma oportunidade de conhecer outra forma de vida; para os monges, uma maneira de darem a conhecer ao mundo o que fazem; para os espectadores, espero que seja um convite a reflectir sobre o lugar da fé na nossa vida. Pelo menos, há que a buscar.

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