segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Festas

Tive 3 festas nos últimos dias. Duas com um agradável sabor a passado, uma com um travo amargo a presente.
Primeiro foram os anos da Nayan. O local era acolhedor, um novo bar espanhol em King's Cross; entre várias Cruzcampo e vinho de Navarra, deu para enganar o estômago com um excelente gaspacho andaluz. Reencontrei gente que não via há algum tempo, em especial as primas e amigos indianos da Nayan, que eram visitas habituais da casa, e um israelita que estudou com ela, e que agora vai trocar o conforto de Londres pela satisfação - apesar de toda a insegurança - de trabalhar para o seu país (como eu o entendo!).
Mas a noite foi boa sobretudo por estar com a Nayan, uma amiga com quem sempre tive conversas abertas, que sempre me amparou as neuras e com quem continuo a partilhar tudo o que me vai passando. Com ela e com o Eduardo brindámos aos primeiros tempos da nossa casinha, os únicos em que houve algum sentimento de comunidade - jantávamos muitas vezes em conjunto e passeávamos ao fim-de-semana. E em que as festas eram para valer.
Na sexta foi a vez de ir até Stratford, ter com os antigos colegas de trabalho. O Stephen conseguiu finalmente mudar para um emprego melhor e, como é hábito, no último dia junta-se tudo no pub para a despedida (curiosamente, as despedidas foram o único pretexto para se ir ao pub com colegas de trabalho). E fiquei mesmo contente por rever aquelas caras! São todos um bocado esquisitos, como se pode ver pelas fotos, mas é gente interessada (ainda que nem sempre interessante), que me pergunta pelos meus planos para o futuro e pela Maria - e só isso já vale muito!
Sobre o Stephen, com quem eu trabalhava mais directamente, há uma particularidade: foi o meu primeiro amigo gay, e único até ao momento. Apesar de nos primeiros dias de trabalho isso me ter assustado um pouco, por sermos da mesma idade e por logo ao início o ter ouvido comentar com umas colegas nossas os atributos do novo namorado (e eu sem saber que cara havia de fazer), acho que construímos uma amizade tão normal como qualquer outra. Porque sempre soubemos respeitar as diferenças de parte a parte, e aprender com elas. Eu certamente avivei o mandamento evangélico de não julgar os outros, e tive de rever algumas opiniões sobre a homossexualidade. Mas isto dava uma longa conversa.
No fundo, sinto que deixei na Toynbee Housing Association um ambiente bem mais amistoso do que no actual emprego. O facto de ser uma empresa pequena possibilitava conhecer toda a gente. Mas saí na altura certa: dos 7 que trabalhávamos no meu piso, já não sobra nenhum.
Para terminar, tive no sábado a festa de despedida da minha casa. Passei o dia a limpar o jardim, cozinhar e escolher as músicas. A noite pôs-se feia, com muita chuva e claro que isso teve influência na festa. Mas há algo nesta terra que eu não percebo: convidei umas 60 pessoas, e 80% nem se deu ao trabalho de responder. Dos 10 que disseram que iam, só metade apareceu. Valeu-me a Nayan, que levou 6 amigos, o Eduardo, que levou a namorada e outra chilena, e as primas Escobar, que levaram mais 2 colombianos. Mas fiquei ainda mais contente pelos "meus" que apareceram: a Sónia, com a sua alegria contagiante; a Amber, uma colega de trabalho australiana; e o Zain, um amigo indiano dos tempos de Passfield que aparece sempre. Mas pronto, não foi aquela algazarra de casa cheia nem deu para dançar, como nas festas anteriores - eu gosto muito de conversar, mas festa sem dança fica sempre um bocado chocha.

2 comentários:

Maffa disse...

Tiaguinho fica-te muito bem a barba :)))

Cromossoma X disse...

ola :)
isto e' uma questao de habito...
Eu diverti-me muito, claro que tambem tinha dado um pezinho, mas nao se proporcionou, pronto :)