Desculpem a minha ausência do blog. Tenho andado simultaneamente ocupado e preguiçoso, e o contar dos dias para ir de férias, à mistura com a lista mental de coisas a tratar até então, tem-me ocupado a cabeça. Mas chegou a hora de voltar à escrita!
Primeiro tenho de vos contar que tive o almoço de Natal do trabalho. É bom ser em tempo de trabalho - nada como estar a ser pago para comer e beber à borla -, mas é um bocado estranho ser tudo tão cedo: aperitivos ao meio-dia, tudo na mesa a apitar línguas-da-sogra à uma, e às duas e picos, já de barriga cheia, tudo a dançar músicas com cheiro a naftalina. E às cinco da tarde está a festa terminada (nem na primária era tão cedo!), no meio de alguns excessos, sobretudo dos homens de meia idade.
Do almoço no Marriott seguimos para um pub, onde já deu para ter algumas conversas mais interessantes. Teve piada sobretudo falar com 2 colegas de origem polaca: a minha chefa (vice-directora), uma conversadora lésbica de bigode, com quem acabo sempre a discutir religião, e um tipo casado e pai de 8 filhos, que me esteve a contar quando foi de bicicleta a Fátima (desde o norte de Espanha) e que até me queria apresentar uma das filhas. Enfim...
Tem sido também tempo de experiências gastronónicas. Para além das quiches e bolos de maçã (as minhas pièces de résistance), aventurei-me a fazer o típico "sausages and mash" (salsichas com puré) e para os anos do Eduardo preparei bacalhau à Brás e não saiu nada mal. Continuo meio atabalhoado, sobretudo quando é preciso "multi-task", mas cá me ajeito!
Pela primeira vez na vida, consegui terminar as compras de Natal uma semana antes da data. Sempre fui adepto da pressão de última hora, mas este ano preferi evitar o risco de asfixia nas lojas da Oxford Street e comprei tudo mais cedo. Optei até por mandar vir algumas coisas pela Amazon, o que foi um descanso. Tudo somado, e com várias encomendas de outras pessoas, levo alguns quilinhos a mais, mas como é Natal, ninguém leva a mal! Isto se me deixarem ir...
Ah pois, é emoção até ao fim! O nevoeiro resolveu descer em força sobre a cidade, o que tem provocado o cancelamento de vários vôos. Incluindo alguns da TAP para Lisboa. E os que chegam a partir, têm ido com várias horas de atraso. Mas estou confiante que amanhã vai correr tudo bem, e lá para as 10h15 da noite - ou provavelmente bem mais tarde - aí estou eu para passar o Natal no aconchego da família.
E se por aqui não faltam nas ruas as iluminações de Natal (e ainda assim, prefiro as nossas!), bem mais difícil é encontrar os símbolos do verdadeiro Natal - o nascimento de Cristo! Um jornal analisou os cartões de Natal que se vendiam numa das principais lojas e só 1% tinha alguma alusão religiosa. E mesmo a expressão "merry Christmas" é cada vez mais substituída por un insosso "season greetings". Uns dizem que é para não "ofender" as outras religiões, mas no fundo é apenas uma maneira de ir apagando as marcas da religião. Nada de novo em 2 mil anos de História - e ainda cá estamos para as curvas!
É apenas mais um sinal, a somar a vários outros que vejo nos jornais ou pelos meus próprios olhos, de que a Inglaterra é um óptimo país para trabalhar e ganhar algum conforto material, mas não é de todo um sítio onde eu gostaria de ver crescer os meus filhos.
Brrr, está frio! São cinco da tarde e está 1ºC, imaginem mais à noite... Tem-me valido o meu
Duffy, um blusão de penas que foi um capricho dos meus 13 anos, e que agora repesquei do armário - nada como o anonimato da grande urbe para se poder usar coisas fora de moda! E com a sensação de trazer o edredon às costas, dou-me ao luxo de vestir manga curta por baixo, porque entre quatro paredes tudo é aquecido.
É quase Natal!!!