Memórias do Palácio Foz
Há 3 anos atrás estava a trabalhar num palácio. Nada mau para primeiro emprego, ir logo parar a um palácio, mais precisamente o Palácio Foz, nos Restauradores.
Tinha acabado o curso de Direito há pouco e sabia que não queria fazer o estágio. Depois de passar o Verão a fazer voluntariado no Brasil, tinha vindo com a ideia romântica de fazer um "gap year" entre voluntariado, cursos e actividades paralelas, um ou outro biscate para me aguentar, e muita meditação sobre a vida. Mas ao mesmo tempo estava em marcha a minha candidatura para Londres, e rapidamente me apercebi que não havia bolsa que me valesse e que por isso ia ter de me esmifrar para conseguir juntar o máximo de dinheiro possível.
Foi nessa altura que este trabalho me caiu do céu. Havia um pico de serviço na CCPJ, a comissão onde se passam as carteiras profissionais dos jornalistas, e precisavam de alguém para ajudar no trabalho burocrático. Cada tolo tem a sua mania e eu sempre gostei de papelada, por isso não foi sacrifício nenhum passar 3 meses a inserir dados no computador, arquivar pastas e registar a correspondência. Passaram-me pelas mãos os processos de várias figuras famosas, mas de longe o mais importante foi o da minha amiga Joana.
Tinha um gabinete pequenino, com uma secretária de madeira escura e pesada, um computador e várias pilhas de papéis. Ah, e mais importante que tudo: um carimbo! E enquanto que aí estava, quase sempre ia ouvindo música.
Outro factor que ajudava era a companhia: a Mara, a Sandra, a Marília e a Fátima - estava rodeado de mulheres! Dávamo-nos muito bem e havia sempre ocasião para uma piada ou dois dedos de conversa. Também iam passando por lá um juiz e alguns jornalistas séniores, porque havia processos deontológicos a decidir, e tinha piada ir ouvindo essas conversas também. E podia almoçar no bar dos funcionários por tuta e meia! Mas bom, bom, foi o almoço de Natal no Solar dos Presuntos!
Mas a cereja em cima do bolo era a localização. Além do excelente acesso de transportes, estava na zona mais bonita de Lisboa. A luz do sol reflectida nos prédios da Baixa é algo muito especial! E poder subir o Chiado na hora de almoço, ir ver lojas ou encontrar-me com algum amigo, era um verdadeiro privilégio. Espero um dia (em breve?) voltar a trabalhar para aqueles lados.
Não sei porque me lembrei disto hoje. Talvez porque era mais confortável - sempre a lei do menor esforço - inserir nomes e moradas num computador do que ter a meu cargo um "impact assessment" sobre "anti-social behaviour" (pode ser que explique o que é isto noutro post). Ou talvez porque já vou sonhando com o passeio que hei-de dar por essas bandas daqui a 2 semanas...
Tinha acabado o curso de Direito há pouco e sabia que não queria fazer o estágio. Depois de passar o Verão a fazer voluntariado no Brasil, tinha vindo com a ideia romântica de fazer um "gap year" entre voluntariado, cursos e actividades paralelas, um ou outro biscate para me aguentar, e muita meditação sobre a vida. Mas ao mesmo tempo estava em marcha a minha candidatura para Londres, e rapidamente me apercebi que não havia bolsa que me valesse e que por isso ia ter de me esmifrar para conseguir juntar o máximo de dinheiro possível.
Foi nessa altura que este trabalho me caiu do céu. Havia um pico de serviço na CCPJ, a comissão onde se passam as carteiras profissionais dos jornalistas, e precisavam de alguém para ajudar no trabalho burocrático. Cada tolo tem a sua mania e eu sempre gostei de papelada, por isso não foi sacrifício nenhum passar 3 meses a inserir dados no computador, arquivar pastas e registar a correspondência. Passaram-me pelas mãos os processos de várias figuras famosas, mas de longe o mais importante foi o da minha amiga Joana.
Tinha um gabinete pequenino, com uma secretária de madeira escura e pesada, um computador e várias pilhas de papéis. Ah, e mais importante que tudo: um carimbo! E enquanto que aí estava, quase sempre ia ouvindo música.
Outro factor que ajudava era a companhia: a Mara, a Sandra, a Marília e a Fátima - estava rodeado de mulheres! Dávamo-nos muito bem e havia sempre ocasião para uma piada ou dois dedos de conversa. Também iam passando por lá um juiz e alguns jornalistas séniores, porque havia processos deontológicos a decidir, e tinha piada ir ouvindo essas conversas também. E podia almoçar no bar dos funcionários por tuta e meia! Mas bom, bom, foi o almoço de Natal no Solar dos Presuntos!
Mas a cereja em cima do bolo era a localização. Além do excelente acesso de transportes, estava na zona mais bonita de Lisboa. A luz do sol reflectida nos prédios da Baixa é algo muito especial! E poder subir o Chiado na hora de almoço, ir ver lojas ou encontrar-me com algum amigo, era um verdadeiro privilégio. Espero um dia (em breve?) voltar a trabalhar para aqueles lados.
Não sei porque me lembrei disto hoje. Talvez porque era mais confortável - sempre a lei do menor esforço - inserir nomes e moradas num computador do que ter a meu cargo um "impact assessment" sobre "anti-social behaviour" (pode ser que explique o que é isto noutro post). Ou talvez porque já vou sonhando com o passeio que hei-de dar por essas bandas daqui a 2 semanas...
2 comentários:
já cá venho ao teu blog há uns meses, não se sei se algum dia fui ler o "início", mas tinha curiosidade em saber como é que foste parar a Londres! respondeste a algum anúncio de emprego? tenho curiosidade porque acho complicado responder, e depois entrevistas no estrangeiro... hehe mas conheço algumas pessoas em Londres através das bolsas Leonardo Da Vinci (apesar da bolsa em si não pagar nada).
Isso de seres conta a despenalização do aborto não me espanta... És homem, e basta.
Fiquei mesmo surpreendida, porque sempre achei que uma pessoa com a tua experiência e abertura de espírito seria talvez melhor informada.
Pena.
De qualquer maneira, tem um Bom Natal. x
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