Ponto final
Lembro-me de ter 15 anos, em plena queda do cavaquismo, e de poupar no almoço às sextas-feira para poder ir à papelaria em frente da escola comprar O Independente. Lia com atenção as notícias corrosivas, sempre com trocadilhos por título, e passava as aulas da tarde a ler a revista, com os artigos irreverentes sobre a sociedade e as colunas de opinião do Miguel Esteves Cardoso, do Domingos Amaral, da Constança Cunha e Sá...
Há muito que O Independente já não era carne nem peixe. Já não era o jornal que fazia o Governo tremer, já não tinha todas as estrelas de outros tempos e já não ditava modas. Ainda assim era um espaço mais à direita que vai fazer falta, neste país onde a orientação política dos jornais raramente é assumida (em Inglaterra isso é mais transparente). Pode ser que venha outro.
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