sábado, 25 de novembro de 2006

O concerto

E finalmente chegou o dia do concerto. Apesar de um último ensaio em que as coisas não saíram muito bem, estava confiante que à noite íamos dar o nosso melhor. E assim foi.
Os últimos minutos nos bastidores tiveram muita piada. Primeiro a mudança da roupa normal para traje especial: smoking sem laço para os homens (vejam este belo exemplar aqui ao lado), roupa escura com um toque de brilhantes para as senhoras. Depois os exercícios de aquecimento, não só para a voz mas também de descontracção: gritos, pontapés no ar, massagens, anedotas...
E lá entrámos, em fila indiana, às 7h30. Deviam estar umas 100 pessoas na igreja, que ficava numa das ruas mais elegantes da cidade. Da minha parte tinha os meus 2 flatmates e 4 pessoas do trabalho.
A primeira parte foi ao ritmo do swing: Ain't Misbehaving, Autumn Leaves, Blue Moon, Over the Rainbow, Smoke gest in your eyes, Summertime, And so it goes e In the Mood. Talvez não cheguem lá pelos nomes, mas decerto conhecem quase todas. Fica aqui em filme um cheirinho da última...

Esta parte passou num instante - quando os sinos tocavam as oito horas, já estávamos a descer aos "camarins" para o intervalo. Para a segunda parte ficaram as músicas mais populares: Abba (Thank you for the music, Money Money Money, Super trouper e Mamma Mia), The lion sleeps tonight, Somewhere (do West Side Story) e o grande êxito Hit Me Baby One More Time. Um reportório pouco tradicional para este género de coros, mas o público gostou - e nós divertimo-nos!
Eu ganhei confiança e cantei com mais força do que em qualquer ensaio. Dei uma ou outra abébia, mas também topei várias entre os meus colegas mais "cromos". Faltou-nos só um pouco de movimento, devíamos ter preparado uma coreografia para algumas músicas mas não houve tempo.
O próximo concerto é só no fim de Março, mas para a semana vamos cantar músicas de Natal numa festa do Barclays - também promete!

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Orgulho

Quando vinha a sair do Royal Albert Hall, ainda a cantarolar as músicas que ressoavam na minha cabeça, o sentimento que me invadia era o orgulho nos artistas portugueses. Sempre gostei de música portuguesa e fico contente por ver esse talento reconhecido fora de portas. E mais contente ainda por os portugueses começarem também a valorizar o que é seu.
Que a Mariza tem uma voz fabulosa, capaz de encher uma sala tão grande quando no encore cantou sem microfone, já não é surpresa. Aliás, o alinhamento deste concerto foi praticamente o mesmo do que assisti no ano passado no Barbican. Ainda assim, a sua presença em palco, a maneira como dança e como sente (e nos faz sentir!), são sempre de admirar. Mas o que me deixou mesmo de coração cheio foi a celebração da 'lusofonia', com os vários convidados que ela trouxe.
Primeiro entrou Carlos do Carmo - eu nunca o tinha visto actuar, mas fiquei surpreendido pela maneira como ele conquistou o público e pôs todos, portugueses e estrangeiros, a cantar o refrão de "Lisboa menina e moça":

Lisboa menina e moça, MENINA
Da luz que os meus olhos vêem, TÃO PURA
Teus seios são as colinas, VARINA
Pregão que me traz à porta, TERNURA

Cidade a ponto cruz, BORDADA
Toalha à beira mar, ESTENDIDA
Lisboa, menina e moça, AMADA
Cidade, mulher da minha vida.




Como é bela a forma como Lisboa é retratada e personalizada nos seus fados! Podemos não ter o sotaque adocicado dos nossos irmãos brasileiros, mas temos poetas e compositores de excepção!
E não é só Lisboa que é cantada...

Ver-te assim abandonado
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento
E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa

Recebido com uma chuva de aplausos, lá apareceu o Rui Veloso, cheio de piada: "só vou cantar uma música porque estou aqui só de férias". E brindou-nos com o Porto Sentido, cantado em coro pelas almas lusitanas da plateia.
E ainda houve o Tito Paris, a trazer-nos as mornas de Cabo Verde (sôdade...), e o brasileiro Jacques Morelenbaum a conduzir a orquestra e tocar violoncelo. Estava assim desenhado o "triângulo da lusofonia", como lhe chamou Mariza.

Foi uma noite muito especial, onde também encontrei alguns dos portugueses do tuga meeting (Sónia, João e Ana) e um amigo colombiano. Para além da companhia do Eduardo e da Anne.

Bónus: na fila para entrar, fui filmado pela RTP e apareci no Telejornal. Nem no estrangeiro as câmaras me dão descanso... :)

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

É hoje!

Típico de uma pessoa A como eu, fui a correr comprar os bilhetes assim que soube que a Mariza vinha cá de novo - algures no longínquo mês de Agosto. O senhor da bilheteira, surpreendido, perguntou como é que eu tinha sabido do concerto, e ainda nem sequer tinha os bilhetes para imprimir, pelo que teve de mos mandar pelo correio. Vou estar bem pertinho do palco, portanto.
O Royal Albert Hall é a mais tradicional sala de espectáculos de Londres. Leva cerca de 4 mil pessoas, e pelo que vi agora está praticamente esgotado. A Mariza conquistou os ingleses, a prová-lo estão os artigos publicados esta semana no The Guardian e no The Independent, dois dos mais prestigiados jornais.
Esta noite vai trazer como convidados o Carlos do Carmo, o Tito Paris e... o Rui Veloso!
E hoje tenho os seus 3 CDs a passarem nos meus headphones.

Smoking

Ontem comprei um smoking, igual a este da foto. Noblesse oblige, e para cantar no coro há que trajar a rigor. Mesmo que seja para cantar Abba e Britney Spears...
Em Portugal só tive de usar duas vezes, no baile de finalistas e noutra festa, e tinha pedido emprestado. Mas aqui parece ser mais comum, e não quis estar a alugar. Já fica para o futuro.
Ainda assim prefiro o fato normal, sobretudo porque gosto de escolher as gravatas. Com o smoking sinto-me algures entre o James Bond e um empregado de mesa. Mas claro que tem a sua pinta!

Na falta da minha mãezinha, pedi ao Eduardo para me ajudar na compra - sinto-me sempre disforme quando se trata de provar fatos. E seguiu-se um aprazível jantar de fish and chips, bom para o estômago e melhor ainda para arejar a mente.

Tudo a postos para o concerto! Tenho estado a decorar algumas músicas e ainda faltam 2 ensaios. Devo ter uns 8 amigos a assistir. Algum ficará encarregue da foto-reportagem para o blog.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Tuga meeting*

Sábado à tarde houve um encontro de estudantes portugueses. Apesar de já não ser estudante, não quis perder a oportunidade de conhecer caras novas. Se por um lado estava curioso, por outro não sou a pessoa mais hábil a socializar numa sala cheia de desconhecidos. As apresentações sucediam-se (o que estudas, onde moras, és de onde em Portugal...) e em pouco tempo sentia-me a ficar sem conversa.
Mas teve muitas coisas boas. Desde logo, estar com a Maria, o João e a Luísa, os amigos com quem tinha combinado ir. Caras conhecidas, só encontrei o Luís e a Catarina, que viviam com a Ana. Das caras novas, o destaque vai para a Sónia, aka Cromossoma X, cara de um blog que costumo espreitar. A surpresa foi encontrar o Pedro, um rapaz que estudava piano com a mesma professora que eu, e que eu já não via há uns 10 anos. Ao todo estiveram cerca de 60 pessoas, quase todas da área das ciências, e ficou a promessa de repetir o encontro em breve.

No resto do fim-de-semana deu para ver o último James Bond, para ir conhecer a casa nova da Nayan e para terminar com um jantar mexicano cozinhado pela Daniela. Não me posso queixar de falta de actividade, mas sei bem que uma agenda cheia não preenche tudo.

*O termo "tuga" foi contestado por alguns dos participantes, mas eu gosto!

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Imagens

Feto com 10 semanas

Até há poucos anos o processo de desenvolvimento intra-uterino era apenas conhecido de quem estudava os livros de ciências ou medicina. Quando eu nasci praticamente não se faziam ecografias. Hoje em dia a evolução da gravidez está à vista de todos e até já se fazem imagens a 3 dimensões.
Ainda assim, num debate em que participei na minha escola secundária aquando do outro referendo, uma activista da UMAR insistia que estávamos a tratar de um "amontoado de células". O pior cego é o que não quer ver.
No entanto, não concordo com o uso de imagens de abortos na campanha. Foram essas imagens que me convenceram a envolver-me nesta discussão, mas não vão convencer ninguém do outro lado, apenas acicatar mais os ânimos. Ainda que todos reconheçamos a importância das imagens chocantes, como as que todos os anos a World Press Photo nos oferece, para divulgar o que vai mal no mundo. Acho, sim, que se deve explicar os vários métodos que existem, seja o aborto legal ou ilegal.
Mais do que o resultado que se traduza na lei, importa-me que cada um pense no que faria se o acaso lhe batesse à porta. E se isso fizer evitar alguns abortos, já valeu a pena.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Boa gente

Várias vezes me queixo do trabalho, e na verdade não estou muito satisfeito neste momento. Mas também é verdade que há momentos que me fazem sentir confortável aqui.
Esta fotografia foi tirada durante o almoço de ontem, no pub, com os meus colegas preferidos. Aproveitámos a ocasião para desabafar sobre o que não nos agrada no trabalho, e deu para aliviar um bocado o ambiente, que não tem andado o melhor.
Mas vamos às apresentações:
A rapariga que está ao meu lado é a Kate, a tal com quem fui jantar ao brasileiro. Não só já esteve em Portugal, como foi a única colega a combinar comigo alguma coisa fora do trabalho.
O rapaz é o Stephen, que trabalha na minha equipa. Apesar de termos padrões de vida um bocado diferentes, conseguimos ter conversas interessantes e vamos trocando boas doses de queixumes e má língua sobre os nossos superiores.
E a senhora é a Sue, que trabalha no nosso outro escritório (um terço das nossas casas estão na zona rural de Windsor). Ela é muito eficiente, responde logo aos nossos pedidos e oferece-se para ajudar em tudo o que pode - caso raro nesta organização. Além disso, costuma ir de férias a Portugal, e por isso sempre que me escreve um mail começa por "Ola Tiago". Pena que não seja ela a minha manager...

Rua Sésamo

Se há paranóia que sempre tive foi a do registo. Ficar com um registo das coisas mais marcantes. No papel, em vídeo, ou simplesmente na cabeça... Tinha uma espécie de medo que as coisas se perdessem. Acumulava agendas antigas, cassetes de vídeo e jornais, para guardar memória de tudo. E hoje estou melhor, mas ainda assim mantenho esse sentimento.
Lembro-me de ser miúdo, na altura bastante viciado em televisão, e de pensar o que aconteceria aos programas que eu gostava de ver na televisão: se os estaria a ver pela única vez, ou se viria a ter uma oportunidade de os rever. Na altura pensava apenas na reposição de programas, que acontecia a cada passo, e que mais tarde veio a ganhar corpo na RTP Memória.
Mas hoje em dia tudo se passa na internet. Cabe aqui o passado, o presente e o futuro. Se por um lado tem o seu quê de efémero, como o são os blogues, por outro lado também pode servir como uma gigante base de dados para preservar memórias.

Vem tudo isto a propósito do que encontrei hoje no YouTube, enquanto por lá vagueava. Já sabia que por lá havia vários desenhos animados da nossa infância, mas resolvi procurar a Rua Sésamo. E vejam só o que fui encontrar...

Uma das músicas mais hilariantes, que seguramente faz vibrar todas as crianças do meu tempo: Tenho orgulho orgulho em ser uma vaca!

Eu na altura (1990) já era crescidinho, já sabia bem as letras todas e até me irritava que eles dissessem "duplo vê", em vez de "double u". Mas era um programa que eu via todos os dias, apesar de não o poder admitir no dia seguinte à frente dos colegas.
E sem dificuldade poderia aqui lembrar o Monstro das Bolachas (quero comer, comer, comer-te, bolachinha!), o Egas e oBecas (peixepeixepeixepeixe!), o Conde de Contarr ou tantos outros. Mas para amostra, deixo aqui outro grande êxito: Vem ginasticar!
Um grande bem haja ao YouTube!

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Sabor a Brasil

A Kate é uma inglesa que trabalha comigo. É casada com o Craig, neozelandês, e está à espera de bebé. Quando foram a Portugal este ano, ele ficou deliciado com uma feijoada que comeu no Atira-te ao Rio, e perguntou-me logo se também havia disso em Londres. Fiquei então de os levar a um restaurante brasileiro.
Fiz uma pesquisa na internet e encontrei o site do Barraco Café, cujo menu desde logo me entusiasmou. A primeira vez que combinei com eles para irmos lá, e o "lá" era num bairro um bocado manhoso, demos com o nariz na porta, porque era o dia de folga do restaurante. Entretanto abriu outro em Camden, mesmo à frente do mercado, e eu tinha ido lá com a Mafalda e o A., por isso já tinha comprovado a qualidade do sítio.
Ontem fui lá com os "bifes". Eles querem sempre combinar para depois do trabalho, e para mim jantar às 6 da tarde ainda me parece um bocado estranho, mas há que aculturar-se.
Comemos que nem uns abades! Para entrada, mandioca frita e camarões panados - uma delícia! E eu comi um bife de vaca, embebido em molho de tomate e com cobertura de queijo, com batatas fritas e arroz. Para beber, Guaraná, claro está! Não sobrou espaço para a sobremesa...
Voltámos satisfeitos e de barriga cheia, e às 8 da noite já estava em casa. Estes ingleses...

Deixo aqui a morada e recomendo a visita: 4 Ferdinand Street Camden Town NW1 8ER

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Bailongo

A nossa casa voltou a vestir-se de festa no sábado passado. O principal motivo - se é que é preciso um motivo para fazer uma festa! - era dar as boas vindas à Daniela. Por outro lado, tínhamos acumulado algumas garrafas de Porto, moscatel, tequilla e pisco, e achámos que era boa altura de as partilhar com os amigos. Vieram cerca de 20 pessoas, quase todas do lado do Eduardo. A Daniela, talvez por ainda não conhecer a mística das nossas festas, mandou o convite tarde e a pouca gente, e só apareceram 2 amigos. Dos convites que fiz, vieram a Maria e a Teresa, a Marcela e o Zain.
Como sempre, o convívio começa na cozinha, entre conversas e petiscos (o salpicão foi muito apreciado!). Misturado com o inglês, também se falava espanhol, português e alemão. E a certa altura reparámos num trio curioso que conversava animadamente: um israelita, um libanês cristão e um muçulmano!
Mas a parte mais esperada é sempre a abertura da pista (aka living room). Cada vez mais a playlist é dominada pelos ritmos latinos, que são de facto os que mais puxam o corpo para a dança. E a dança durou até às 3 da manhã, o que é um feito para os padrões de cá.
Saldo final: Daniela mais ambientada, garrafeira vazia e o corpinho cansado de tanto bailar!
Só faltou...

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Don Teodoro

É um lugar estranho, há que reconhecer. O próprio nome, "Don Teodoro", não se afigura como muito português. Lá dentro fala-se uma mistura de português e inglês, mas sempre com o volume no máximo! Nas paredes há bandeiras dos vários clubes, quadros da Amália e do Eusébio, anúncios de concertos (o Emanuel vem cá este sábado!) e festas, e loiça decorativa de gosto duvidoso. A televisão sempre sintonizada na SportTV, ou não fosse a clientela 90% masculina. Em dias de futebol está sempre cheio (e ainda com mais decibéis) e tem também muita gente a espreitar desde fora.
Mas é um sítio onde se come bem! E foi isso que fizemos ontem. Febras para os homens, bacalhau à Gomes de Sá para as senhoras, tudo em quantidade abundante e preço aceitável. Acompanhado de azeitonas e pão com manteiga, como convém, e regado a Super Bock.
O fundo musical foi variando, desde grandes clássicos do fado na voz de Tony de Matos, até um chill-out de jazz, passando pelo Brasil e por África. Mas sempre um bocado abafado pelas vozes de bagaço que discutiam a situação do Benfica, enquanto um ainda mais bebido ia cantando alto e dançando pela sala.
Foi sem dúvida uma experiência! Expliquei aos meus amigos internacionais que não somos todos assim, mas também não me envergonha de nenhuma maneira sentir-me um pouco parte deste ambiente tão popular, que no fundo é o mesmo de tantos cafés na nossa querida terra.
Para quem quiser ir ver pelos próprios olhos, a morada é 1 Plender Street, perpendicular à Camden High Street. Não se vão arrepender!

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Boa onda

Ao contrário de Portugal, onde tudo parece estar a meter água (não é piada ao Governo...), por aqui não tem chovido. Há já uma semana que tem estado céu azul todos os dias (hoje é a excepção), e promete continuar por mais tempo. As temperaturas têm estado sempre abaixo dos 10ºC, mas gosto de poder voltar a usar camisolas, casacos e luvas.
Acho que estranharia morar num país onde estivesse o mesmo clima todo o ano. Gosto da passagem das estações, a mudança do clima ajuda a mudar algumas atitudes... Não sei se é o frio na cara a despertar-me pela manhã, mas tenho andado mais bem disposto. Também ajuda andar por aí a cantarolar as músicas dos Abba que vou cantar no concerto. E a aproximação do Natal também é motivo de alegria por várias razões.
E cortei o cabelo, curtinho mas levemente despenteado. Não está tão diferente do habitual, mas tem o seu quê de modernidade, ah pois tem.
E voltei ao ginásio e à dieta. E no sábado deve haver festa lá em casa.
Aqui por Londres, tá-se numa boa onda!

domingo, 5 de novembro de 2006

Frequent Flyer

Além de se fartar de viajar por esse mundo (merecidamente, pelo muito que trabalha), a Joana é visita habitual em Londres. Primeiro veio com a irmã, depois com o namorado e desta vez veio com a mãe. Trouxeram uma mala carregada de coisas saborosas e úteis e fizeram-me companhia por três dias. Entre as iguarias destacavam-se uns biscoitos que devorei em três tempos, salame de chocolate, castanhas que assámos, vinhos, queijo, amendoins... tudo óptimo!
Graças a elas também pude apreciar alguns petiscos da Chinatown. Fomos almoçar a um restaurante que era muito bom, e aí pude provar várias coisas que nunca tinha comido em 26 anos de restaurantes chineses, estilo dumplings diferentes e muita coisa que ainda agora não sei identificar.
Na sexta fui com a Joana ver o Spamalot, uma comédia musical baseada no filme Monty Python and the Holy Graal. Tudo num estilo de humor nonsense que me faz cócegas no cérebro, e a peça faz jus ao que conhecia da televisão. E ainda tivemos direito a cantar (e assobiar!) em coro o clássico Always Look on the Bright Side of Life.
Só foi pena termos perdido o fogo de artifício do Guy Fawkes (uma tradição estranha dos ingleses), mas diga-se em abono da verdade que não perdemos nada de especial, os nossos são melhores!

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Já ganhei o dia!

Telefonou-me o meu amigo Vasco com a notícia de que vai ser pai! Isso quer dizer que vou ser "tio" lá para Julho...

No meio da emoção, viajei pelo nosso percurso. Com ele e o Pedro formávamos (ou formamos) os Três Mosqueteiros. Sempre juntos na juventude... colegas de carteira, companheiros de futeboladas, compinchas de língua afiada. Os primeiros amores, os primeiros copos, as grandes decisões sobre o futuro, tudo passou por ali. E fomos trilhando o nosso caminho como não preveríamos aos 18 anos: mudámos de curso, mudámos de ideias, mudámos de cidade ou até de país... Hoje temos 3 horas de viagem entre cada um de nós, mas lá no fundo continuamos sempre juntos.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Psicologia barata 1

Como já dizia Serafim Saudade, a humanidade está dividida em duas partes. A parte 'A' são os "planeadores", nos quais me incluo; a parte 'B' são os "impulsivos".

Os planeadores gostam de saber com muita antecedência o que vão fazer. À segunda pensam como vai ser o próximo fim-de-semana, e em Janeiro já têm o plano das férias para o ano inteiro.
São tendencialmente pessoas mais práticas, mais do dia-a-dia, talvez um pouco menos sonhadoras.
Assim que surge a ideia de uma viagem ou concerto, não descansam enquanto não têm o bilhete na mão - para conseguirem o melhor preço ou os melhores lugares, e também para tirarem essa preocupação da cabeça. E depois ficam a contar os (muitos) dias até que a coisa aconteça, e a criar expectativas de como tudo vai ser.
Sabem sempre as datas de tudo, desde aniversários até ao dia da semana em que calha cada feriado. Gostam de assinalar as primeiras e últimas vezes de tudo, e vem-lhes facilmente à memória que "há 5 anos estava no lugar X com a pessoa Y".
Nos tempos de escola, esperavam ansiosamente pelo dia em que saíam os horários.
Por regra 'vão a todas', e até dizem que 'sim' a programas que nem lhes interessam muito, só para agradar aos amigos, e porque também gostam que os outros venham quando são eles a convidar.
Quando têm dois programas em conflito, por norma escolhem aquele com que se comprometeram primeiro, ou fazem das tripas coração para passar nos dois lados, ou ficam incomodados quando têm de inventar uma desculpa para falhar um.
Detestam ficar dependentes dos B para uma decisão, e fazem uma tempestade num copo de água quando os B dão o dito por não dito.

Os impulsivos não têm pachorra para muitos planos, preferem decidir no momento. E no momento fazem o que mais lhes apetece sem grandes constrangimentos.
Gostam de voar com o pensamento em grandes projectos e acham as pequenas coisas práticas uma perda de tempo. Precisam de um empurrão para passar de uma ideia gira à sua concretização prática.
Se é coisa que envolva bilhetes, esperam até ter a certeza absoluta de que podem e querem ir - ou até que alguém trate disso por eles.
Não ligam muito a datas especiais. Não é que não queiram saber dos outros, apenas vêem esses pequenos compromissos como pouco importantes. Preferem surpreender os amigos num dia normal.
Raramente respondem com um 'não' definitivo a alguma proposta, e o seu 'sim' é sempre provisório até ao último momento. Aí pode sempre aparecer outro programa, a preguiça ou até o esquecimento. No entanto, essas ausências transformam-se de alguma forma em vantagem: quando realmente aparecem em determinado programa, a sua presença é mais notada.
Detestam ser pressionados pelos A, e não se apercebem quando deixam os A ficar mal.

Claro que isto é uma descrição muito estereotipada (daí o título de psicologia barata) e todos nós somos um bocado de cada. Mas consigo pensar numa mão cheia de pessoas que encaixam bem em cada lado.
Também não estou a dizer que uns são melhores que os outros. Os planeadores são em geral bons amigos, ainda que chatos. Os impulsivos são mais descontraídos e por isso talvez disfrutem mais, ainda que por vezes desiludam outras pessoas.
Eu gostava de estar mais ao meio, ou pelo menos aprender a lidar melhor com os B.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Santidade

Por ser Dia de Todos os Santos e por fazer 26 anos que fui baptizado, deixo aqui o essencial do Evangelho de hoje, que me fez lembrar o que devo perseguir na vida. Mais do que ter sucesso, um bom emprego e muito dinheiro, são estas as coisas que me podem tornar mais santo (ou seja, feliz). Sei que ainda estou longe, mas espero estar a caminho de.

Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.
Felizes os que choram, porque serão consolados.
Felizes os mansos, porque possuirão a terra.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu.
Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu.