A chave, a chave!
Não tive nenhum encontro de terceiro grau com a "amiga Olga"*, apesar de ter passeado pelo Porto. Mas o lendário grito "a chave, a chave" ecoou na minha cabeça quando no domingo à noite ia com o Pedro a caminho do aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Como já estou no processo de esvaziar a casa, tinha levado de Londres um saco com roupas que já não preciso, e tinha posto lá dentro tudo o que tinha nos bolsos antes de passar no detector de metais em Stansted. Depois lembrei-me de tirar tudo o que precisava, menos... a chave! Aliás, as chaves de casa, do cacifo do emprego e dos cadeados da bicicleta. E quando dei por isso já o saco tinha viajado até Lisboa e eu estava a poucos minutos de levantar vôo do Porto para Londres. Aaaargh!!!
A primeira coisa que me ocorreu foi que não podia aparecer no emprego na manhã seguinte de calções e ténis, que era a única roupa que tinha comigo. Telefonei ao Eduardo e apareci em casa dele para dormir às 2 da manhã, com o benefício de ter roupas emprestadas para ir trabalhar. Chegado ao emprego, o senhor que guarda o prédio tinha uma chave mestra para todos os cacifos, por isso consegui tirar o portátil e papéis que precisava. A meio do dia, encontrei-me com a senhoria e fiz outra cópia das chaves. Entretanto, a Mãe tinha mandado as chaves pela DHL e passadas 24 horas já me chegaram às mãos. Afinal tudo se resolveu mais depressa do que imaginava, e sem maior transtorno que o gasto de uns quantos euros.
Mas não pude deixar de reparar nos vários elogios que ouvi quando apareci com roupas emprestadas. "You look very smart today!" Será que as minhas roupas são demasiado informais?
* Para os mais chavalos ou deslembrados, havia nos primórdios da TVI um concurso apresentado pela Olga Cardoso, em que os concorrentes tinham de escolher entre a chave de um cofre com um prémio incerto e uma quantia em dinheiro - daí os gritos histéricos do público "a chave, a chave!!!", ou "o dinheiro, o dinheiro!!!"
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