sexta-feira, 10 de junho de 2005

Meio caminho andado!

Hoje de manhã fiz o terceiro exame, desta vez sobre exclusão social. À partida pode-vos parecer um tema um bocado deprimente, mas acho que foi a disciplina que eu gostei mais. Por ser mais prática, ou seja, reflectir sobre problemas específicos e mostrar as últimas soluções tentadas em vários países.
No exame, as duas perguntas a que respondi eram sobre os efeitos da pobreza infantil na vida futura e como regenerar um bairro desfavorecido. Desta vez tinha preparado esquemas de resposta, por isso consegui escrever tudo de uma maneira bem directa (straightforward, como eles gostam de dizer aqui): qual é o problema, quais as causas, qual o impacto (tudo com muitas estatísticas, que aqui se usam para tudo) e quais os possíveis "remédios". E pude usar bons exemplos, em especial sobre o Brasil, como a Bolsa Escola (subsídio aos pais para que a criança vá à escola*), a Pastoral da Criança (acompanhamento de crianças subnutridas, em que participei quando estive em Montes Claros com o MSV) ou o sistema de transportes de Curitiba (claro que me lembrei de ti, Vasco!). Os professores pedem sempre que lhes falemos de alguma coisa nova nos exames, para que não adormecam a corrigi-los, por isso fiz esse esforço.
Ainda não estou 100% bem enquadrado com o tempo, mas eles são compreensivos se deixarmos o final da resposta, em caso de falta de tempo, em tópicos.
Mas depois deste bom resultado sinto-me um bocado mais animado! O problema é que ainda faltam outros 3 exames, e a vontade de estudar é cada vez mais pequena...

* Até usei uma história que o Leopoldo me tinha contado ontem ao jantar, para exemplicar que os programas às vezes não são bem percebidos pelos destinatários. O patrão dele tinha uma fazenda no interior do Brasil e abriu nela uma escola, que pôs gratuitamente ao serviço das crianças da zona. Passados uns tempos, apareceu-lhe um pai a dizer que tinha ouvido que o Governo estava a dar dinheiro por as crianças estarem na escola. O senhor explicou-lhe que aquela era uma escola particular e as regras eram diferentes, mas nada: "se não me der o dinheiro, a minha filha não vem mais à escola!" E não foi.

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