domingo, 5 de dezembro de 2004

Amigos



Últimos dias aqui por Londres antes das férias. Último esforço para acabar de escrever os trabalhos.
Felizmente há ocasiões para descontrair! Há dois dias tivemos o jantar de Natal aqui na residência, muito animado... Hoje um serão muito divertido numa das cozinhas.
Estas são as caras dos amigos que mais me acompanham aqui na residência.
Em cima, Eduardo, Roberto e Vitaliy; em baixo, Ibrahim, Leopoldo e Carlos. Respectivamente, Chile, Guatemala, Ucrânia, Turquia, Brasil e Peru.
Com eles partilho a mesa do pequeno-almoço e do jantar. Com eles partilho os serões de fim-de-semana, seja num dos quartos, na cozinha ou no pub The Court.
Juntos, rimos e brindamos, mas também falamos sobre as nossas vidas de uma forma séria quando é preciso (vocês sabem como eu gosto de puxar por uma boa conversa mais pessoal...).
Sempre achei que este ano ia ser óptimo, por a cidade ser tão especial para mim e o curso tão interessante. Mas não esperava (por casmurrice, ou medo do curto prazo) criar amizades tão facilmente. Não esperava seguir avidamente as notícias da Ucrânia, a torcer pelo triunfo da democracia. Não esperava ter uma aula prática de como reza um muçulmano (sim, com o tapete e a cabeça no chão). Não esperava ter um amigo a passar o Natal connosco.
Graças a Deus, a vida dá-nos sempre mais do que esperamos!
Não consigo deixar de pensar no curto prazo (sou do género de pensar, antes de um concerto começar, na pena que vou ter quando tiver acabado), nos caminhos diferentes que cada um de nós inevitavelmente vai traçar quando este ano acabar, mas neste momento isso não importa. Nestes meses, temos um mundo só nosso (Passfield Hall). E o futuro a Deus pertence...

terça-feira, 30 de novembro de 2004

Escrever

Sempre gostei de escrever. Desde as composições da escola primária, sobre a chegada da Primavera ou o ciclo da água, até aos diários intermitentes (regularidade é difícil) que toda a vida escrevi, realizo-me de alguma forma a deitar palavras cá para fora. Sempre senti a necessidade de deixar registo da vida que vai acontecendo; os primeiros sintomas desta minha mania surgiram aos cinco anos, quando fui parar ao psicólogo por apontar num caderno tudo o que fazia, com horas e minutos.
Nem sempre me consigo exprimir muito bem oralmente. Tal como na escrita, demoro um bocado a organizar o pensamento, não sou fluente. Consigo-me explicar, mas às vezes demora. E outras vezes simplesmente não tenho coragem de dizer algumas coisas pessoalmente, enquanto que através do papel (ou do ecran) "dói" menos. Por isso tento sempre pôr algo de mais pessoal nas cartas, mails ou dedicatórias.
A vinda para Londres permitiu-me juntar o útil ao agradável e criar este blog. Por um lado, mantinha os amigos e a família a par da minha estadia por cá, repartindo a responsabilidade de dar e procurar essas notícias; por outro, permitia-me escrever sobre a vida a partir do meu dia-a-dia, e assim dar-me a conhecer melhor.
Ainda assim, sinto que muitas vezes me restrinjo ao factual, que sou um bocado "seco". Mas fico contente por sentir desse lado algum feedback, pelas minhas contas devo ter uns 20 fiéis, e isso deixa-me muito contente. Até já há quem cá tenha chegado sem me conhecer...

Mas aterrando de novo na biblioteca da LSE...
O que me pedem agora é que escreva pequenos ensaios, de 5 páginas, sobre temas intessantes, como as desigualdades na saúde, o papel do sector voluntário na provisão de bem-estar social (welfare) ou a reforma da segurança social. É com base nestes textos, num exame para cada cadeira e numa dissertação final que vou ser avaliado aqui.
O exercício é bom, obriga-me a ler e estar a par dos principais argumentos da actualidade nestes campos, em que espero trabalhar dentro em breve (de volta à Pátria!).
Mas ao mesmo tempo é um bocado árido. Tenho de pegar nos resumos dos outros para fazer o meu próprio resumo (ou seja, escrever o mesmo por outras palavras), e depois acrescentar-lhe uma posição crítica, o que nem sempre é fácil.
Também me custa não ver um impacto muito imediato em todo este paleio, para além da formação de opinião crítica que um dia mais tarde possa pôr em favor da comunidade.
Não é como investigar a vacina para a malária nas grávidas (olá, Mafalda!) ou a transmissão neuronal das células cancerígenas (olá, Ana!) - não que eu fosse capaz de o fazer, porque as ciências naturais nunca foram o meu forte.
Mas há que acreditar que isto me vai fazer chegar onde quero, e de alguma forma fazer avançar o mundo.
Bem, agora que já adiei por uns minutos a outra escrita (a chata...), é hora de voltar aos livros!

domingo, 28 de novembro de 2004

Um serão português

Mais um domingo em Passfield Hall. O penúltimo antes das férias!
A tarde foi calma. Por falta de jogadores, hoje não houve partida de futebol. Depois de me deixar dormir para cima dos livros, optei pelo quarto do Eduardo para me tentar manter um pouco mais desperto, e escrevi um terço do primeiro essay.
Depois do jantar (que é como quem diz, às seis), fomos os dois à missa espanhola. "Saber que vendrás, saber que estarás, partiendo a los pobres tu pan", sempre bom ouvir este clássico internacional!
No final, resolvemos ir dar uma volta pela cidade. Fizemos primeiro a Oxford Street até ao fim; as lojas já estavam fechadas, depois de mais um fim-de-semana de intensa actividade. O objectivo era Notting Hill, que ele ainda não conhecia. Não era assim tão perto, mas o caminho fez-se bem. Ao chegar, percorremos a Portobello Road, local do mercado imortalizado pelo filme Notting Hill. Comentei que ali perto havia um supermercado e dois cafés portugueses, e fomos até lá espreitar. Tudo fechado, claro está, mas ao pé deles descobrimos a "Casa Santana". O nome fazia lembrar a política nacional, que não anda pelos seus melhores dias, mas a fotografia na ementa dava para entender que se tratava de um restaurante madeirense. Vi que tinham caldo verde, e as saudades falaram mais alto: entremos!
A televisão estava sintonizada na TVI, que mostrava imagens do Congresso do PCP. Expliquei ao Eduardo que no terceiro maior partido português (segundo as sondagens) ainda se gritam vivas ao marxismo-leninismo. E ele, perplexo: "Nooooo!!! That's insane!"
Entretanto lembrei-me que o Sporting devia estar a jogar por aquela hora, e perguntei se tinham SportTV. E assim ficámos a vibrar com o jogo, o Eduardo divertido com o nome do adversário (Moreirense, sendo que o apelido dele é Morera) e atento aos ataques do Pinilla, antigo jogador do seu clube (Universidad de Chile), e eu contente da vida pela goleada (mais uma!) que nos coloca a um ponto do Benfica.
Saímos, andámos uns 5 minutos e demos de caras com uma placa com letras garrafais a verde: "SPORTING". Abrimos a porta: mesas de jantar, um organista que canta "Vamos brindar com vinho verde..." e um casal a dançar - o típico clube de emigrantes. Fica para uma próxima oportunidade, quem sabe na próxima jornada...

sábado, 27 de novembro de 2004

Ibrahim

«Qualquer pessoa que cruze o nosso caminho pode revelar-nos algum aspecto importante do rosto de Deus. (...) De Deus somos sempre aprendizes e peregrinos e os nossos companheiros de peregrinação não são só os nossos irmãos na fé mas a humanidade inteira.»

As palavras são do Pe. Nuno Tovar de Lemos, no livro que lançou esta semana e que eu hoje recebi pelo correio (muito obrigado, Francisca!). E não podiam vir mais a propósito.
Ontem à noite fui ao pub do costume com o Eduardo e o Ibrahim. Só o conhecia da mesa de jantar, onde trocámos algumas piadas sobre a poligamia. É um turco de 24 anos, a fazer um LLM em Direito, pouco à vontade com o inglês (várias vezes se lamenta de não conseguir exprimir tudo o que queria). Levanta-se todos os dias às 5 ou 6 da manhã, não só porque estuda bastante mas também para fazer a primeira das 5 orações do dia.
Pedimos duas cervejas e uma Coca-Cola; para quem não sabe, os muçulmanos não podem beber álcool, nem comer porco.
Começa por nos falar da contradição que há na Turquia, onde 99% da população se diz islâmica mas são proibidos alguns sinais exteriores, como o véu islâmico das raparigas na escola. Dá um exemplo ainda mais estranho: um aluno do 12º ano, ao candidatar-se à universidade, vê a sua nota diminuída em 30% caso tenha estudado numa escola religiosa. Diz com pena que uma pessoa no seu país não pode afirmar livremente como muçulmana.
“Gosto de vocês, que são católicos; não temos a mesma religião, mas não importa, ambos adoramos um Deus. E fico contente por vocês por poderem dizer à vontade que são católicos nos vossos países.”
Fico surpreendido quando nos diz que os muçulmanos acreditam em Jesus, não como Filho de Deus mas como profeta (o segundo maior, depois de Maomé), e acreditam até que Ele veio para salvar toda a humanidade.
Perguntamos-lhe qual é a maior festa do ano para os muçulmanos. “É o Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadão. Nesse dia matamos um animal em honra de Deus; depois, a tradição diz para ficarmos com um terço para a família e darmos um terço aos vizinhos e outro aos pobres. Mas normalmente acabamos por dar todo o animal aos pobres. Nós somos ricos, podemos comer carne quando quisermos. E se dermos aos pobres eu acredito que Deus fica mais contente.”
Pedimos a segunda cerveja. “Não queres outra Coca-Cola?” “Não, eu não vim para beber, vim mesmo só para conversar.”
O Eduardo comenta que a imagem que os ocidentais têm dos muçulmanos é a de um povo violento, disposto a matar em nome de Deus. O Ibrahim responde, com cara triste, que percebe essa ideia, que de facto há muitos muçulmanos que usam o nome de Deus para fazer as coisas mais terríveis, mas que não é essa a visão do Corão que ele professa.
A terceira e última rodada é paga por ele. “É uma tradição no meu País, gostamos de oferecer.”
Agora falamos sobre Londres e o custo de vida: “o que eu gosto mais aqui é poder aprender com outras pessoas, como vocês. Uma coisa é ler nos livros, e passado pouco tempo esquecer; outra é poder falar com as pessoas sobre a sua cultura.”
Diz-nos que não lhe importa o dinheiro e as coisas materiais, que tudo se vai quando morremos. “Nós somos corpo e alma. Agora eu gosto de estar na tua companhia. Mas se tu morresses, para mim não faria sentido, e seria até incómodo, estar num quarto com o teu corpo morto, porque a alma já não está lá.”
Voltamos para casa mais ricos. Eu volto mais crente e católico (= universal). E assim ganhei um amigo muçulmano.

terça-feira, 23 de novembro de 2004

Mundo, família e trabalho

1. É mesmo engraçado como o interesse da amizade me leva a tornar-me também interessado pela vida nos respectivos países, eu que toda a vida dei pouca atenção ao noticiário internacional.
Este domingo houve eleições na Ucrânia, cheias de irregularidades, e agora o País está em grande convulsão. Agora que conheço o Vitaliy, tenho acompanhado com preocupação a CNN e a BBC, primeiro a contagem dos votos em directo e agora as manifestações. Sinto a sua tristeza pela situação atrasada em que os políticos mantêm o seu país, e a esperança na abertura que o candidato da oposição prometera fazer.
Ontem à noite perguntei ao Eduardo como viveu os anos em que o Pinochet esteve no poder. Falou-me dos tumultos (e mortos) nas ruas perto da casa dele, os constantes cortes de energia e o glorioso plebiscito em que venceu o "no" à continuidade do General no poder (1989), uma transição tranquila que a oposição soube fazer.
E cada vez me sinto mais um "cidadão do mundo"!

2. Ontem à tarde estava aqui na biblioteca quando recebi um telefonema do Gustavo, um primo de 41 anos que vive na Holanda e trabalha na Shell. Disse-me que estava em Londres e convidou-me para jantar. Assim foi: um belo prato de carne (em Portugal, seria uma grelhada mista) e uma ainda melhor garrafa de vinho branco francês. Conversa fluente, apesar de mal nos conhecermos. Mas família é sempre família, e longe da Pátria ainda mais!

3. Faltam alguns minutos para eu fazer a minha terceira apresentação, desta vez sobre a influência da opinião pública na tomada de decisões políticas na área da saúde. Preparei o trabalho com uma russa e um francês (é gira esta cooperação internacional). Vou ter de falar uns 10 a 15 minutos, mas levo tudo escrito, o que seria impensável num trabalho em Portugal, mas aqui tem mesmo de ser, senão bloqueio! A adrenalina cresce...

sábado, 20 de novembro de 2004

Tio Tiago... again!!!

Acabei de saber que vou ser tio pela quarta vez! Estou eufo'rico!
Estava num computador da bibilioteca da Faculdade (sim, num sa'bado, vejam como ando aplicado...) e a minha irma deu-me a novidade. La' tive de verter uma lagriminha... ja' nao estava habituado a esta emocao!! Alias, faz agora 10 anos que soube que ia ser tio pela primeira vez; eram os anos da minha irma (como hoje) e eles contaram a toda a familia.
Vai nascer no fim de Junho ou principio de Julho, e eu vou ai, claro esta'!
Sera' menino, sera' menina?...

segunda-feira, 15 de novembro de 2004

Back to London

Que bem se está no campo! É o primeiro comentário que me ocorre depois deste fim-de-semana.
Sou mais uma pessoa de cidade, mas gostei mesmo de passar estes dias em Norwich, com a Piquita e o Miguel. Faz bem um pouco de calma para descansar da Big London.
Além de ter sido brindado com uma fantástica selecção de deliciosos manjares (galinha recheada, trutas grelhadas, salmão fumado com vieiras), consegui estudar melhor do que em Londres. E foi muito bom ver a Francisca e a irmã contentes pelo reencontro!
Ontem, para irmos à missa na capelania da Faculdade, tivemos de levar lanternas, porque o caminho é mesmo pelo meio do campo. No regresso, e no meio do escuro, estava um conjunto de pessoas mascaradas de soldados medievais; era um jogo organizado pela Faculdade, mas para nós foi um encontro algo sinistro.
Esteve bastante frio, mas céu sempre azul, e até sabe bem andar mais encasacado.
Agora vamos à Tate (antiga) e depois do jantar vamos ver O Fantasma da Ópera, ao que se seguirá uma ceia de castanhas e jeropiga (um São Martinho atrasado).

sábado, 13 de novembro de 2004

Tiago in Norwich

Escrevo da biblioteca da Faculdade de Norwich. Viemos passar o fim-de-semana com a irma da Francisca e o namorado, melhor dizendo, a Piquita e o Miguel. O campus aqui e' completamente diferente: uma grande zona relvada, com um lago no meio, e edificios modernos. A casa onde eles moram tem tambem um grande jardim onde passa um ribeiro. Aqui nao falta qualidade de vida.
Ontem de manhã estivemos na Faculdade, eu a ter aulas e a Francisca a ver coisas na biblioteca. Almoçámos com o Eduardo e à tarde fomos à Tate Modern. Ao chegarmos à residência para jantar, um susto: estava na casa-de-banho quando o alarme de incêndio disparou. "Mais uma simulacao", pensei eu. Mas nao! Apareceram quatro carros de bombeiros, fumo, toda a gente na rua... Ao que parece, foi qualquer coisa numa das cozinhas. Passámos quase 2 horas ao frio (eu estava de T-shirt, porque ia descer para jantar), até que por fim lá nos deixaram entrar. Fazer as malas à pressa, e lá fomos nós apanhar o autocarro. Dormimos a viagem toda.
No dia em que a Francisca chegou, ainda fomos a uma festa latino-americana na Faculdade, acho que foi uma optima forma de comecar! Muitos sucessos hispanicos, muita danca...

quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Sol again?

É verdade! Não sei se é por chegar a Francisca, mas hoje está sol de novo, e ainda mais forte!Ontem fui comprar bilhetes para o Fantasma da Ópera (vamos segunda) e passei pelas iluminações de Natal, por isso aqui deixo a prometida fotografia.
Depois de jantar tive a minha "despedida de solteiro". Fui a um pub aqui perto, com o Eduardo, o Roberto e o Vitaliy, e brindámos às nossas namoradas.
Hoje, antes de ir buscar a Chica, vou a uma festa da sociedade Latino-Americana, que inclui uma aula de salsa! Isto é como estar no mundo todo ao mesmo tempo!
E o Arafat lá morreu...

quarta-feira, 10 de novembro de 2004

Sol!

Tudo parece diferente quando acordo e o sol está radioso! Como hoje! A minha janela dá para nascente, por isso o sol entra pelo quarto com toda a força, e engana-me: saio com menos agasalhos para a rua, e logo vejo que não está assim tanto calor...
Ao anoitecer, a temperatura já está baixa, talvez 5 a 10 graus, e para o fim-de-semana prevê-se que baixe ainda mais.
As luzes de Natal já se acenderam na Regent Street (quando lá passar tiro fotografia para pôr aqui) e a maior parte das montras já estão enfeitadas.
Em Passfield, pululam os cartazes para as eleições do Comité, que vão ser no próximo domingo. Presidente, tesoureiro, responsável do bar, representante dos pós-graduados, há vários cargos a concurso. Os candidatos vão metendo conversa na sala de jantar, e no final fica sempre o "não te esqueças de votar em mim".
Hoje não tenho aulas, vou ficar a ler sobre saúde e segurança social. Quero adiantar o mais possível os trabalhos, porque a Francisca chega amanhã.

segunda-feira, 8 de novembro de 2004

Hello from London!



Os dias continuam super preenchidos. Nao quero dar a imagem de quem so' se diverte, porque pelo meio tambe'm ha' muita leitura e preparacao de trabalhos (no horario de expediente!). Sexta de manha tive a minha segunda apresentacao, sobre as desigualdades entre paises ricos e pobres, e desta vez o ingles ja' me saiu um pouco melhor.
Sexta e sa'bado fizemos serao na cozinha. 'A boa maneira portuguesa, nada como um bom petisco: chourico de Barrancos num dia, pizza no outro.
Em ambos as noites houve fogo de artificio por toda a cidade. Era o Guy Fawkes, um dia em que eles recordam uma tentativa falhada de deitar fogo 'as Houses of Parliament, por um grupo de conspiradores cato'licos (na altura era proibido o culto catolico aqui em Inglaterra).
Na sexta esteve ca' a Sofia Graca (da minha turma de Direito) e fomos a um concerto do Caetano Veloso, no Barbican Centre. Claro que Caetano e' sempre Caetano, e a sua presenca em palco e' muito forte, mas ele quase so' cantou o u'ltimo a'lbum, que e' de versoes de mu'sicas americanas. Ainda assim, valeu a pena!
Sa'bado fomos conhecer Greenwich, uma vila junto do Tamisa, a leste de Londres, onde passa o famoso meridiano que assinala o fuso hora'rio. Como bons turistas, nao nos esquiva'mos a tirar a fotografia da praxe, com um pe' de cada lado...
A Mafalda foi embora domingo de manha, depois de ter conquistado o coracao dos meus amigos. E acho que ela tambem partiu daqui conquistada!
Ontem 'a noite fiquei 'a conversa com o Eduardo. Quem me conhece melhor sabe como estes seroes me preenchem. Temos pensado muito em conjunto sobre a vida, os nossos projectos, familia e amigos. Tinha-o convidado para ir passar as ferias de Natal a Portugal, e ele vai! Estou mesmo contente e acho que tambem vao gostar de o conhecer!
Agora vou voltar para casa (quando escrevo sem acentos e' porque estou na biblioteca). Depois de jantar vou com a Ana Magalhaes ver o Porto-Sporting para o Cafe' Estrela! E que ganhe o Sporting, claro!

quarta-feira, 3 de novembro de 2004

Passfield Idols


Caros amigos fiéis do blog (eu sei que há 1 ou 2...), antes de mais, desculpem a falta de novidades. Tenho tido visitas, trabalho para fazer e vida social.
Ontem fizeram no bar da residência uma espécie de Chuva de Estrelas, e eu fui lá marcar presença. Cantei "Somewhere Only We Know", dos Keane, mas não me saí muito bem... foi razoável. Mas gosto de participar, e sempre é uma forma de conhecer mais pessoas!
O Artur deve estar por esta altura em Praga. Foi óptimo estar cá com ele! Sábado fomos a 2 mercados (Camden e Notting Hill) e demos uma "estafa" a um amigo guatemalteco; a nossa "pedalada" não é para todos... Depois descobrimos um supermercado português, e comprámos chouriços e vinho tinto, com os quais fizemos um belo serão aqui na residência, com o Eduardo e o Vitaliy.
No domingo chegou a Mafalda e fomos almoçar a casa da Margarida. Um típico almoço inglês, muito bem cozinhado pelo Chris: carne de porco assada, batatas, vegetais e pudding, e apple pie! Ainda fomos conhecer a casa nova da Ana Magalhães (mesmo colada ao estádio do Chelsea!) e encontrámo-nos com a Rita Falcão em plena Oxford Street. Como a Ana Sofia me tinha mandado um "kit gastronómico português", fizemos uma ceia aqui no quarto, foi muito giro mostrar aos estrangeiros como são bons os ovos moles, os bolos, o queijo e o Sumol laranja!!!
Segunda eu fiquei a estudar, eles os dois a passear, e à noite fomos ao pub fazer a despedida do Artur. Ontem e hoje fiquei pela biblioteca a preparar uma apresentação para sexta-feira, enquanto a Mafalda andou a visitar instituições de sem-abrigo aqui.
Hoje vou assistir a uma conferência sobre o conflito israelo-palestiniano e depois vamos a uma festa brasileira lá na faculdade!
Como podem ver, a vida não corre mal...

quarta-feira, 27 de outubro de 2004

As surpresas não param...



Estava no quarto, quase a sair para a Faculdade, umas 11h30. Toca o telefone, a menina da recepção diz-me que tenho uma encomenda e que tenho de descer para assinar. "O que será?", desço as escadas apressado, abro a porta da recepção e... ARTUR!!!
Directamente de Helsínquia, depois da Dinamarca, e antes de uma incursão pela Europa de Leste!
Fica até terça, ou será segunda? Logo se vê...

domingo, 24 de outubro de 2004

Os Diários de Che Guevara



The Motorcycle Diaries is the story of two young men who leave on an adventurous journey throughout an unknown continent, and this journey of discovery becomes one of self-discovery as well. This is a film about the emotional and political elections we have to make in life. It’s also about friendship, about solidarity. Finally, it’s about finding one’s place in the world, one that is worth fighting for.
Walter Salles, realizador

Em 1952, Ernesto Guevara tem 23 anos e estuda medicina. Quase no fim do curso, deixa a sua casa em Buenos Aires para seguir numa viagem com o amigo Alberto Granado. Os dois partem de mota para realizar um sonho comum: explorar a América Latina. O mapa de viagem leva-os de Buenos Aires à Venezuela, passando pelos Andes, pelas costas do Chile e pelas ruínas de Machu Picchu até Caracas. Mas a viagem torna-se mais do que uma descoberta geográfica e conduz os dois amigos numa grande odisseia de descoberta interior. Os dois começam a questionar o valor do progresso dos sistemas da época, que exclui tantas pessoas, e ganham uma consciência de justiça e uma vontade de mudar o mundo para melhor.
Público, Cinecartaz

Ao longo do filme, vieram-me várias vezes à memória as experiências e pessoas que me alargaram os horizontes nestes últimos anos, e assim me ajudaram a definir melhor (embora ainda não definitivamente) qual é o meu lugar no mundo.
Lembrei-me da minha Mãe, que quando eu fui para a Universidade me incentivou a que eu começasse a fazer algum voluntariado, e do meu Pai que tem sido nos últimos anos um exemplo de dedicação aos mais pobres.
Lembrei-me das crianças da Ajuda de Berço, que visitei durante um ano, e que me mostraram que, mesmo nas situações mais difíceis, uma criança é sempre um pouco de esperança que cresce no mundo e apenas pede para ser amada.
Lembrei-me do impacto decisivo que tiveram os 3 projectos de Verão que fiz com o MSV, dois em Vaqueiros e um no Brasil. As duras vidas dos algarvios, as mãos marcadas pelo trabalho no campo e os corações lá longe, junto dos familiares que tiveram de partir à procura de uma vida que Portugal, ou pelo menos a Serra, não lhes podia dar.
Lembrei-me do Emanuel e do Miguel, com quem acompanhei durante o último ano os sem-abrigo da Baixa, e de como um simples aperto de mão e uns minutos de conversa podem realmente fazer a diferença, na vida deles e na nossa. E da Mafalda, que resolveu fazer disso (e muito mais, claro) a sua vida.
Lembrei-me do Prof. António Barreto, que, perante as dúvidas que eu punha quanto ao meu futuro depois de acabar o curso, me sugeriu que "pegasse na mota" e fosse conhecer o mundo, e que escreveu uma das cartas de recomendação que me ajudou a chegar onde estou agora.
E, claro, de todos os "Albertos Granado" com quem tenho partilhado estas viagens, projectos e conversas. É sempre melhor crescer com mais alguém!
Não tenho certamente a importância histórica (goste-se ou não dele) de um Che Guevara, mas, como ele, posso dizer que, depois de ter visto algumas das dores deste mundo, "eu já não sou eu. Pelo menos não sou o mesmo que era."
E é isso que aqui me traz. Aprender para poder mudar alguma coisa em Portugal, vamos ver aonde e como... Mas sempre ao serviço dos mais fracos, ao serviço da vida.
Hasta la justicia, siempre!

Um bom fim-de-semana!



1. Estes são os meus melhores amigos aqui em Londres: o Eduardo, chileno, arquitecto, a fazer um Master em City Design; e o Vitaliy, ucraniano, Master em Gestão do Risco. Não é preciso dizer quem é qual na foto, pois não? Têm ambos 26 anos e estão aqui na residência, um andar acima de mim. E é mesmo bom ter pessoas com quem posso ter mais confiança!
Este fim-de-semana foi rico em vida social: sexta fomos até a um pub aqui perto, ontem ficámos à conversa aqui no quarto e hoje no quarto do Eduardo.
O Vitaliy é uma óptima companhia, muito bem disposto e um conversador interessado, embora um bocadinho mais materialista, o que é compreensível para quem vem de uma sociedade ainda muito "fechada".
O Eduardo tem mais a ver comigo: educação, (algumas) ideias e estilo parecidos. E rapidamente chegamos a conversas mais profundas, sobre os nossos valores e experiências. Já deu para perceber que vai ser um amigo para ficar para além deste ano!

2. A certa altura, apareceu no quarto do Eduardo uma rapariga do andar dele, e juntou-se a nós na conversa. Ela nasceu na Índia, mas é filha de tibetanos. Um dos avós morreu a combater os chineses na invasão, e outro morreu quando teve de fugir do Tibete (foi vencido pela dureza do caminho). Como não tem bolsa, o pai dela está a pagar as despesas do Master com as poupanças de uma vida. "Mas ele está tão orgulhoso por eu estar a estudar na LSE!", diz ela com um sorriso vincado. Talvez com alguma falta de sensibilidade, brincamos a dizer que os nossos pais nem devem saber o que é a LSE, sabem apenas (e chega!) que estamos em Londres a fazer um Master.
Realmente, aqui juntam-se realidades muito diferentes, e é isso que torna esta experiência ainda mais rica!

3. Hoje fui jogar à bola. Desta vez fomos para um parque (Regents Park), jogar na relva; juntou-se a nós um timorense que está cá a passar férias e pediu para jogar, por isso passei metade do jogo a gritar em inglês (Pass the ball! Here! Shoot!) e metade em português (Passa! Aqui! Chuta!).
Depois tive uma aula de "passar a ferro" com o Eduardo, jantámos e fomos à missa (em espanhol!).
À noite fomos com mais 4 amigos (brasileiro, peruano e 2 indianos) ao cinema, ver os Diários de Che Guevara. Gostei mesmo do filme, e deu-me que pensar...

quinta-feira, 21 de outubro de 2004

O mundo aqui à porta!



1. Se eu fosse pintando no mapa cada país de onde vou conhecendo alguém aqui na LSE, o resultado seria este! Não consigo perceber como há tantos chineses (será simplesmente por ser o país com maior população do mundo?) e tão poucos africanos.

2. Hoje apresentei pela primeira vez um trabalho em inglês. Em relação ao conteúdo, acho que foi bem, até porque tinha estudado bem a matéria e levava tudo escrito. Mas misturar o nervoso habitual de uma apresentação com a insegurança de estar a falar outra língua é que é pior! Então na acentuação das palavras mais compridas (como contributory), raras foram as vezes que não esbarrei. Na próxima vez vou ter de ensaiar mais.

3. À noite fui ao teatro, ver "The Bible: The Complete Word of God". Para quem viu "As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos", basta transpor o conceito para as histórias da Bíblia. Com muito bom humor, fazendo uso dos trocadilhos, e sem chocar, os 3 actores passaram em revista, em hora e meia, os 72 livros da Bíblia. Foi uma maneira de descontrair depois da pressão do trabalho; nada é tão revigorante como umas boas gargalhadas!

4. Hoje de manhã tive a primeira conversa mais pessoal. Estava a tomar o pequeno-almoço com o Eduardo (Chile) e ele pediu-me uns conselhos sentimentais, se havia ou não de voltar para a ex-namorada. Quando subimos, mostrei-lhe o meu quarto e a fotografia da Francisca. Combinámos ir tomar um copo sexta ou sábado à noite. Parece que começo a fazer amigos!

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Prós e contras

Em resposta ao Andre', posso dizer que sou:
- contra a intervencao no Iraque (na altura nao me chocou muito a intervencao, mas vendo hoje os resultados e a mentira que esteve na origem...);
- mais pro'-Palestina que pro'-Israel, ate' porque ja' la' fui e vi quem e' o David e o Golias - embora de ambos os lados haja barbaridades;
- pela protecção do ambiente, mesmo se isso implicar mais despesa ou um travao no desenvolvimento;
- sempre pelos direitos das mulheres, mas nunca considerando o aborto livre um direito da mulher (nem do homem!);
- contra muitas outras bandeiras da "esquerda caviar", como a eutanasia, a liberalizacao das drogas, o casamento ou a adopcao pelos homossexuais;
- e nao consigo perceber o que e' ser "contra a globalizacao"... Claro que o "primeiro mundo" quer dominar o "terceiro", e ha' que ter atencao a isso, aos imperios economicos, etc, mas essa invencao portuguesa que e' a globalizacao e' precisamente o que me permite estar aqui, rodeado de gente do mundo inteiro e beneficiar do que aprendo sobre as suas culturas. Pelo que tenho visto, poucos sao os que abandonam a sua identidade nacional (ou cultural), pelo que nem isso me parece uma ameaça.

terça-feira, 19 de outubro de 2004

Por cá tudo bem...

1. Tenho passado os últimos dias a preparar uma apresentação que vou fazer na próxima quinta, sobre prestações da segurança social. Estou a fazer o trabalho com o Dimitrios, um grego, que percebe bem mais do que eu (fez licenciatura em Política Social) e que me tem ajudado bastante.
A parte que me cabe consiste em explicar as vantagens e desvantagens dos benefícios que envolvem "teste de meios", ou seja, uma avaliação dos rendimentos de quem vai beneficiar (como é o caso do rendimento social de inserção, em Portugal). Por oposição aos regimes contributivos, onde as pessoas vão descontando enquanto trabalham para um dia mais tarde virem a receber os benefícios em função do que antes pagaram.
Em resumo, as vantagens dos "means-tested benefits" são a possibilidade de concentrar os recursos nas pessoas mais necessitadas e a redistribuição entre ricos e pobres (uma vez que este dinheiro vem dos impostos); as desvantagens são o desincentivo que criam ao trabalho e à poupança, o estigma que provocam sobre quem recebe os benefícios e os maiores custos de administração. É isto o que eu vou ter de dizer em 10 minutos.
A única coisa que receio é que o meu inglês não saia fluente. Vai ser a primeira vez que falo para uma audiência em inglês. Mas vai correr bem...

2. Hoje foi falar à LSE o Ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Joshka Fischer, sobre o futuro da Europa. Não consegui bilhete para entrar (acho que desapareceram num instante), apenas vi o aparato de carros e seguranças em volta do teatro onde ia ser a conferência.
Neste ambiente, toda a gente fala de política. A Faculdade só tem cursos de Economia, Direito e Ciência Política, e a boa fama que tem provoca em muita gente a ideia presunçosa de que dali vão sair os futuros governantes do mundo. Eu já fico satisfeito se conseguir um cargo público mas discreto, onde possa ajudar o Estado a ser mais eficiente e mais justo, na melhoria das condições de vida de quem mais precisa.

3. No domingo passado, terminou o Fórum Social Europeu (um evento anual que reune comunistas e bloquistas de toda a Europa, para discutirem o "outro rumo" que lhe querem dar), com uma manifestação que partiu da Russell Square, que fica a 2 minutos aqui da residência. Eu já não fui a tempo de dar uma espreitadela, mas alguns colegas foram e contaram da diversidade de protestos que ali eram apresentados: contra a guerra no Iraque, por uma Palestina livre, pela protecção do ambiente, contra a globalização, pelos direitos das mulheres, etc. Algumas coisas a que me oponho, mas outras com que até posso concordar. Só não percebo porque faltou uma faixa a pedir a democracia e o respeito pelos direitos humanos em Cuba, ou na Coreia do Norte...

4. Não sei se já posso dizer que tenho cá amigos, mas há algumas pessoas com quem tenho falado mais vezes. O Leopoldo, o meu vizinho brasileiro, com quem fui a uma festa na sexta e ao mercado de Camden no sábado; a Katie, americana, que também pertence à Catholic Society, e com quem já tenho feito o percurso até à escola; o Eduardo, chileno, sorriso sempre aberto, com quem gosto de conversar à mesa; e muitos outros, com quem partilho a sala de aulas, a mesa ou o jogo de futebol. Por cá tudo bem!

sábado, 16 de outubro de 2004

Planet Passfield



Estas são algumas das caras da minha residência. A fotografia foi tirada durante a festa de boas-vindas.
Devemos ser uns 150, e estão cá todos os continentes! Inglaterra, EUA, Canadá, Nova Zelândia, China, Índia, Nepal, Malásia, Singapura, Israel, França, Alemanha, Holanda, Finlândia, Croácia, Polónia, Rússia, Ucrânia, Turquia, Jamaica, Tanzânia, Guatemala, Brasil, Peru, Chile e... Portugal!!
O pequeno-almoço e o jantar (ambos incluídos no preço) são os momentos privilegiados para a conversa. Cada um nunca demora menos de uma hora. Hoje, por exemplo, uma indiana esteve-me a explicar porque é que as vacas são sagradas para os hindus. Os lugares nunca são fixos, cada um vai-se sentando onde calha; não há, ou pelo menos ainda não se nota, grupinhos à parte.
Ao pequeno almoço podemos comer tostas, croissant, leite com cereais, sumo de laranja, tomate, ovo, bacon, salsicha e feijões. Se preferirmos, podemos trocar estes últimos 5 por uma peça de fruta e um iogurte.
Ao jantar há sempre sopa e 4 pratos por onde escolher. E quase sempre se consegue apanhar uma sobremesa óptima (as minhas preferidas são tarte de limão e gelado de Toffee Crisp).
Há ainda uma máquina onde podemos tirar café, chocolate quente ou água quente para chá.
Além do episódio diário dos Simpsons e dos debates entre Bush e Kerry, a sala da televisão enche aos domingos à noite, para a sessão dupla de cinema. E logo ao lado é o bar, aberto até às 23h, que tem preços baixos, em comparação com o mundo "lá fora".
Aos domingos de manhã, há sempre um torneio de futebol, e de vez em quando há também um quiz (uma espécie de Trivial Pursuit por equipas). Há ainda uma mesa de snooker e uma de matraquilhos.
No hall da recepção há uns sofás onde podemos ler vários jornais do dia.
O jardim interior, onde de vez em quando se vê saltitar um esquilo, dá acesso à lavandaria (lavar e secar por 1,6£) e à sala de computadores.
É certo que os quartos são pequenos e não têm casa-de-banho, mas só o facto de ser a residência mais barata e, sobretudo, com melhor ambiente, compensa largamente!
O que é que eu posso pedir mais?

sexta-feira, 15 de outubro de 2004

Quarto1



Passadas 2 semanas de estar aqui instalado, deixem-me apresentar-vos o meu quarto.
Esta fotografia foi tirada no dia em que cheguei, desde então já está um bocadinho mais personalizado. (NOTA: As manchas cor-de-rosa sao apenas um defeito da ma'quina, que ja' esta' a ser arranjada...)
Esta é a visão que tem quem abre a porta.
As paredes são brancas (ou pérola). Na parede da esquerda já pus uma bandeira portuguesa e uma fotografia minha e da "patroa".
O meu colchão é estreito, não chega a ter 4 palmos de largura.
Na cabeceira da cama tenho 5 prateleiras pequenas: em baixo, o cantinho da oração, depois artigos de higiene, luvas, cachecóis e chapéus.
À frente da janela tenho um aquecedor, que ainda nunca senti trabalhar. Em todo o caso, é onde eu estendo a toalha de manhã.
A janela, tapada na fotografia pelos coloridos cortinados, é de guilhotina, e dá para a rua, um prédio em frente (de 3 andares, tal como a residência) e um jardim de cada lado (daqueles com bancos e esquilos, onde os ingleses se sentam a almoçar as sandes).
No início da parede da direita, tenho um lavatório e um espelho. É bom não ter de sair do quarto para lavar os dentes ou fazer a barba, e poder dar uma espreitadela à vaidade antes de sair.
Nessa parede, logo a seguir, colei o espectacular poster multifotográfico que a Francisca me fez, onde tenho as vossas caras que aqui me acompanham. E vou também colando os postais que vão chegando (já tenho 2!).
Como podem ver, o espaço de chão que tenho para as visitas não é muito, tem basicamente o tamanho do meu colchão.

Quarto2



Agora temos a visão de quem olha da janela.
Continuando na mesma parede onde estávamos, tenho uma secretária grande, onde está o portátil, o telefone, o rádio que a Margarida me deu (mas ainda não vem na foto) e alguma papelada.
Por baixo tenho 3 gavetas enormes, onde guardo T-shirts, camisas, boxers e meias (as camisolas estão dentro duma mala, debaixo da cama). Ainda só tive de lavar roupa uma vez, e foi por já não ter boxers, porque do resto ainda não usei nem metade!
Por cima tenho uma estante com 2 prateleiras, agora adornada por umas luzes tailandesas que a Ana Sofia me deu. Aqui moram os (poucos) livros, os CDs, canetas, cabos e demais objectos avulsos.
Tenho ainda uma cadeira de braços, que vai saltando de sítio em sítio, e que ainda não teve o prazer de sentir o meu peso em cima. A bem dizer, acho que só está aqui a ocupar o pouco espaço que tenho...
Ao fundo, a porta da esquerda é o roupeiro, onde tenho pendurados casacos e calças.
Por fim, a porta da direita é a que dá para o corredor. Do lado de fora, colei um papel com o meu nome, telefones e e-mail. As escadas são quase em frente, a casa-de-banho é um pouco mais ao fundo.
No pedaço de chão que sobra, entre a cama e a porta, cabe com jeitinho uma terceira pessoa, embora as regras da residência não o permitam...
Aqui fica a visita virtual. Quem quiser conhecer ao vivo, força!

quinta-feira, 14 de outubro de 2004

Skype

Descobri um programa de computador óptimo, que permite falar através do computador (como o MSN), mas por voz, como se estivéssemos ao telefone. Basta ter um microfone no computador, claro.
Mas o melhor ainda é que permite fazer chamadas para telefones fixos de vários países (incluindo Portugal, Inglaterra ou Brasil), sempre a 0,017€ por minuto! O que é cerca de um terço do que eu pago agora para falar com cartão (e que eu já achava muito barato).
Se quiserem instalar o programa, basta irem a www.skype.com
O meu username é tiagomesquitatavares

Viva Portugal!!

Que grande exibição!
Vi o jogo no Pub Vasco da Gama, na zona de Brixton. Ainda hesitei um bocado entre ir ou não ir, sozinho, para um bairro de má fama a sul do Tamisa. Mas fui, e ainda bem!
Pedi ao balcão (em português, como é óbvio) uma Super Bock (eu que até nem gosto muito) e sentei-me numa das mesas, entre os muitos homens que ocupavam o bar, os habituais comentadores de bancada, de vocabulário refinado como devem calcular...
Sete vezes gritámos golo e batemos palmas.
Amanhã vou fazer questão de puxar o futebol à conversa, ao pequeno-almoço!

quarta-feira, 13 de outubro de 2004

Avé

Vim agora ver os mails, ligo a TVI (que consigo ver online desde ontem) e eis que oiço o Avé de Fátima. Que é também o Avé de Vaqueiros (Serra Algarvia), e de Montes Claros (Brasil). Nunca esquecerei uma procissão a que fomos num bairro vizinho do nosso, em que todo o povo brasileiro o cantou do princípio ao fim.
Estão a transmitir as cerimónias do 13 de Outubro a partir de Fátima, onde também estão os meus Pais e o João. E onde eu estaria certamente, se estivesse em Portugal.
Recordo as dezenas de vezes (mais de cem) que estive em Fátima em momentos importantes: quando o João nos anunciou que ia para o seminário, em 1988; nas 3 vindas do Papa (1982, 1991 e 2000); à chegada (ou no último caso, partida) de 6 peregrinações a pé; nas muitas vigílias de 13 de Maio e Outubro, nos últimos anos; de visita com amigos, uns mais crentes e praticantes, outros menos, como a Mafalda, o Pedro, o Diogo, o Vasco ou a Ana Sofia.
Lembro também o relato do Milagre do Sol, que aconteceu faz hoje 87 anos, e que mais que uma vez ouvi da boca de quem lá esteve nesse dia, a nossa santa amiga Irmã Conceição.
Recordo a entrega que fui fazendo das minhas pequenas missões a Maria, naquele Santuário, e confio-lhe, de novo, esta missão que me trouxe aqui a Londres, e a Missão maior que é a vida.

terça-feira, 12 de outubro de 2004

Domingo e segunda

Ainda estou a aprender a ganhar disciplina, e longe de o conseguir, o que podem constatar pelas horas a que escrevo.
O meu domingo foi muito preenchido. Depois do "brunch", que não é mais do que um pequeno-almoço em que podemos escolher 5 em vez de 3 "salgados" (entre salsicha, bacon, feijões, cogumelos, batata, tomate), fui jogar à bola para um campo aqui perto. Tinham afixado um papel pela residência a convocar quem quisesse para vir jogar, e aparecemos 13. Primeiro fizemos 3 equipas e um campeonato: 10 minutos cada jogo. A minha equipa perdeu o primeiro jogo por 3-1 e empatou o segundo (4-4), mas perdemos nos penalties e não fomos à final. Depois fizemos um jogo, 6 contra 6, e aí sim, tive alguma oportunidade para mostrar o pouco que ainda sei (se é que alguma vez fiz melhor...). Estive bem na defesa e marquei 2 golos, fiquei mesmo orgulhoso. Mas, na verdade, a média do talento dos jogadores era bem baixa, por isso...
De seguida fui para uma manifestação pro-life. Tinha visto um papel numa igreja, e apesar de não ser inglês, achei que devia participar e ouvir o que eles tinham para dizer. Aqui o aborto é totalmente livre até aos 6 meses de gravidez (é a única "operação" que o Serviço Nacional de Saúde paga, se for preciso, numa clínica privada) e a eutanásia está prestes a ser debatida no Parlamento.
Voltei a pé para casa (acho que já lhe posso chamar casa), estou-me a tornar um fervoroso adepto da caminhada.
Jantei às 5h30 e depois fui à missa à Newman House, uma residência católica a 5 minutos daqui. Éramos quase só universitários, incluindo o coro.
As noites de domingo são de cinema em Passfield Hall, e ontem o primeiro filme foi o Big Fish, que revi com todo o gosto. Como todos aqui dizem, Passfield é a melhor residência onde se pode estar!
Hoje, segunda, tirei a manhã para pôr o sono em dia. Depois fui lavar a roupa pela primeira vez! Não tem nada que saber: é só pôr a roupa e o detergente dentro da máquina, mais 1,60£ na ranhura, e eis a roupa fica limpa e seca! Depois é só dobrar com cuidado, para evitar ter de passar a ferro.
À tarde fui à faculdade tratar de uma troca de cursos. A minha escolha final vai para "Foundations of Health Policies" e "Social Security Policies", além da obrigatória "Social Policy - Goals and Issues".
Depois do jantar, fui à Newman House ouvir uma conferência sobre "Tolkien, O Senhor dos Anéis e o Catolicismo", dada por David Alton, deputado. Tolkien era católico, e naturalmente espelhou os seus valores na sua grande obra, não pretendendo, no entanto, que ela seja uma alegoria do imaginário religioso, mas que ela se possa reportar às situações da vida, de acordo com a interpretação do leitor. Lord Alton exaltou o papel de Sam, o hobbit que acompanha e protege Frodo na sua missão, espelho da humildade e fidelidade que é pedida cada cristão; nas palavras de Madre Teresa, "não somos chamados a ser pessoas de sucesso, somos chamados a ser fiéis". Quem estiver interessado pode encontrar a conferência em www.davidalton.com/tolkien.htm
Para acabar de fazer a digestão, fui dar um passeio noturno até Oxford Street, antes de me entregar aos prazeres da comunicação virtual no quarto.

sábado, 9 de outubro de 2004

Sábado

Hoje a Margarida e o Chris vieram passar o dia comigo.
Vieram ter aqui à residência ao meio-dia, e trouxeram-me de presente um rádio com alarme e CDs!
Depois de eu lhes mostrar as fotografias da viagem pelo Reino Unido (cujo primeiro ponto de paragem foi precisamente a casa deles), fomos almoçar a um pub aqui perto. A seguir, fomos ver o Inglaterra-Gales (2-0) para outro pub.
Andámos um bocado pelas ruas de mais movimento, ainda tentámos arranjar bilhetes para um musical, mas acabámos por ir jantar a um restaurante espanhol de tapas (chouriço, presunto, almôndegas, sangria...). A comida e a decoração, mas sobretudo a companhia!, fizeram este jantar de anos muito especial.
É especialmente divertido estar com a Margarida, que conheço desde sempre, e falarmos em inglês...

Surpresa!!

Pensava eu que o dia ia acabar sem grandes emoções, mas não!
Estava a jantar com uma chinesa, quando aparece a Piquita (irmã da Francisca) com o Miguel (namorado). Eles estão a fazer o doutoramento por cá, e este fim-de-semana vinham a Londres e aproveitaram para me vir dar os parabéns.
Depois subimos até ao quarto. Eu estava a mostrar-lhes as minhas coisas e a minha irmã sempre no MSN a insistir para falarmos. Quando finalmente liguei a câmara, aparece-me do outro lado uma multidão lá em casa a cantar-me os parabéns: Pais, Isabel e sobrinhas, Francisca, Mafalda, Inês, João, Marcos, Madalena e Vera. Ao mesmo tempo, a Piquita deu-me deste lado uma vela para eu soprar, e um donut de chocolate que foi o meu bolo de anos! Não estava nada à espera de mais uma surpresa (duas semanas depois da fantástica festa em Sintra)...
Depois acabei por passar a noite quase toda no Messenger, a falar com cada um. A parte mais comovente foi quando a Teresinha foi para o teclado e escreveu (ou ditou...) "Tio Tiago gosto muito de ti", aí não me aguentei...
Ao final da noite, fui tomar um chocolate quente com a Ana Magalhães a Leicester Square.
Foi sem dúvida um óptimo dia de anos!!

sexta-feira, 8 de outubro de 2004

Dia de anos

Afinal não custa assim tanto passar os anos longe! Sobretudo graças aos telefonemas, mensagens e mails que tenho recebido. Muito obrigado a todos!!
Entrei nos 24 a dançar, numa festa de boas-vindas que houve aqui na residência. Depois dos discursos, da free food and drink e do concurso Yard of Ale (que consiste em ver em quantos segundos conseguem beber um copo de 2 litros de cerveja de penalty), a sala da televisão transformou-se numa animada pista de discoteca, com DJ e tudo! As músicas do momento e algumas de todos os tempos mantiveram-nos a dançar... até à meia-noite e meia! O que aqui já é muito tarde...
A Ana Sofia foi a primeira a telefonar à meia-noite, e hoje de manhã, pouco depois de acordar, recebi o telefonema de parabéns da Francisca (e família!), foi muito bom!
De manhã tive a primeira aula de Social Policy - Goals and Issues, que é obrigatória, e no fim o professor convidou-nos para um café numa sala do Departamento, para nos conhecermos todos melhor. Novamente um mix de culturas: fiquei à conversa com um mexicano, uma norte-americana, uma sul-africana, uma coreana e dois ingleses (são poucos, mas também os há...).
Fui almoçar a um restaurante brasileiro de comida a peso, no início da Oxford Street, e depois andei a passear no meio da multidão e das lojas, para arejar. O frio que já se faz sentir e as nuvens escuras no céu não proporcionaram uma sesta num dos jardins da cidade...
Agora vou jantar e depois vou dar uma volta pelos pubs com os amigos beatos.
Amanhã de manhã vêm cá a Margarida e o Chris, vamos almoçar e ver o Inglaterra-Gales num pub.

PS1: Ontem encontrei a primeira portuguesa na LSE. Chama-se Marta, é psicóloga no Porto e está a fazer um Master em European Social Policy. Estava eu a entrar na sala onde ia ter uma aula de Segurança Social quando vi numa das mesas um maço de Português Suave...

PS2: Apesar do frio, continuo a encontrar Havaianas (das verdadeiras) aqui pela cidade! E o xanato em geral está por aqui tão fashion como esteve este Verão em Portugal.

quinta-feira, 7 de outubro de 2004

Amanhã...

Se por acaso me quiserem dar os parabéns amanhã (please!!!), podem fazê-lo...
- por mensagem para o telemóvel português, a qualquer hora;
- telefonando para o telemóvel inglês (0044 7910072326), a qualquer hora excepto entre as 11 e as 12h;
- telefonando para o quarto (0044 8700366666, ext 4840), das 9h30 às 10h30, das 15h às 18h, ou das 19h às 20h.
À noite vou para um "pub crawl"...

No more beans!!

Já não consigo comer mais baked beans ao pequeno-almoço! Eu até gosto daquilo, mas todos os dias não dá! Ainda por cima a cozinheira filipina, para ser simpática, põe-me sempre uma dose muito abundante. Vou ter de me contentar com os cereais, tostas e croissant com manteiga e doce, sumo de laranja e chocolate quente! Frugal, como podem ver... O que vale é que tudo isto me tem feito "funcionar" muito bem!
Ontem, a conversa com o professor foi muito agradável: ele pôs-me à vontade, disse para eu não me assustar com as "reading lists" porque não ia ter de ler tudo e nos exames só tinha de responder a 2 ou 3 perguntas entre 7 ou 8, por isso não tinha de saber as matérias todas. Quanto ao trabalho, eu disse-lhe os meus interesses (exclusão social, pobreza, educação) e ele ficou de me arranjar um supervisor nas próximas 2 semanas.
Hoje só tenho aulas à tarde. Vou sair agora, passear um bocadinho na Oxford Street e depois ouvir um concerto de piano lá na Faculdade à 1h. Rica vida...

quarta-feira, 6 de outubro de 2004

Catholic Society

Fui agora à missa na Faculdade. Há uma "society" de catolicos, que se reune todas as terças para discutir temas e tem missa todas as quartas na capelania, seguida de almoco (sandes). Estavam umas 30 pessoas (numa sala minima!), de todos os continentes. No final falei com pessoas da Finlandia, Espanha, Zimbabwe, Republica Dominicana e Mexico. Sexta à noite há uma festa da Society numa residencia muito perto da minha, acho que vou passar lá a noite dos meus anos.
Daqui a uns minutos vou ao gabinete do director do curso, para me apresentar e comecarmos a falar de áreas de interesse para a dissertacao que tenho de fazer no Verao (para entregar dia 1 de Setembro, por isso até vou regressar cedo). Gostava de fazer qualquer coisa sobre a importância da educação no combate à desigualdade social, com base em dados de Portugal, mas ainda não sei bem o que. Aceito sugestões.

Laptop

Finalmente consegui ligar o portatil 'a internet! Custou-me uma hora de espera nos servicos de informatica, mas agora ja' posso usar a internet e falar no Messenger sem ter de sair do quarto.
Ontem tive uma aula de Social Policy Research, mas ja' sabia de antemao que era uma cadeira que eu nao iria escolher, fui so' para ver como era e e' possivel que va' a algumas aulas durante o ano. Ensina a fazer e avaliar pesquisas nesta a'rea, e a nao confiar em qualquer noticia que diga "estudo recente prova que..." sem perceber bem como esse estudo foi feito.
Hoje de manha tive duas horas de Health System and Policies, essa sim, sera' uma das minha opcoes. Como funciona o sistema de saude, como deve ser pago, quem deve beneficiar dele...
A meio da tarde vou falar com o Director do curso, para ele comecarmos a pensar num tema para a dissertacao.
'As duas da manha fui levar a Rita a Victoria Station, de onde foi para o aeroporto. Foi muito bom te-la ca'! Agora tenho de me desenrascar por minha conta...

terça-feira, 5 de outubro de 2004

Chiquíssimo!

Hoje esteve um dia de sol e aproveitamos para dar passeios por sitios mais distintos!
Primeiro fomos ver o Render da Guarda e tirar as fotos da praxe. Depois andamos 'a procura de umas lojas super XPTO que vinham no guia: a Paxton & Whitfield , que vende centenas de queijos diferentes, e a Charbonnel et Walker, que vende chocolates carissimos.
Depois compra'mos o almoco num take-away chines e fomos comer para a Leicester Square.
Para contrastar um pouco, fomos ate' Camden, onde vimos as lojas mais estranhas... umas muito giras, outras simplesmente estranhas!
Ao jantar, conhecemos o Leopoldo, o brasileiro que mora no quarto ao lado do meu. Tem 27 anos, e e' de Sao Paulo. Ao pequeno-almoco tinhamos estado 'a conversa com uma rapariga do Tibete, budista. O encontro de culturas nao pa'ra!

Telemóvel

A partir de hoje tenho um telemovel ingles, que vai andar sempre comigo. O numero e' o 0044 7910072326.
A partir de um TMN, telefonar de 2a/6a custa 0,45€/minuto e ao fim-de-semana 0,38€/minuto. Mandar uma mensagem custa 0,22€.
A partir de um Vodafone, telefonar de 2a/6a custa 0,55€ e ao fim-de-semana 0,35€.
Mas continuo a receber mensagens no meu TMN!

segunda-feira, 4 de outubro de 2004

Hakuna matata!



Valeu mesmo a pena ir ver The Lion King! E' sempre giro ver um musical, mas este tem qualquer coisa de especial... por um lado, as musicas ja' nos sao familiares; por outro, a forma como os actores "vestem" os animais esta' muito bem conseguida. E e' impossivel nao passar o resto do dia a cantar "alimboe, alimboe... in the jungle..." ou "I just can't wait to be king"!
Depois do teatro, a Ana veio ter connosco e fomos jantar a um restaurante brasileiro na Oxford Street.

domingo, 3 de outubro de 2004

Curiosidades...

Algumas notas:
1. A biblioteca da Faculdade e' mesmo enorme, e tem na recepcao aqueles audioguias (como ha' nos monumentos), para podermos conhecer os va'rios pisos e saber onde devemos procurar as coisas;
2. Anteontem foi o primeiro debate entre Bush e Kerry. Quando me fui deitar ja' passava da uma hora (o que para aqui e' especialmente tarde), passei na sala da televisao e estavam la' uns 10 americanos 'a espera que comecasse a transmissao.
3. Todos os dias chove um bocadinho. Um dia levei guarda-chuva para a faculdade, mas acho que tao cedo nao o volto a fazer, e' muito chato depois carrega'-lo o dia inteiro. Na rua faz algum frio, mas tanto se ve pessoas com grandes casacos como de manga curta...
4. Descobri ontem que telefonar do meu quarto para Portugal custa apenas 3 pence (4,6 centimos) por minuto! Mais barato que falar entre telemoveis em Portugal.
5. Ascensao, num destes dias estava eu 'a espera do comboio e eis senao quando comecaram a soar aos meus ouvidos... os Sigur Ros!!!

sábado, 2 de outubro de 2004

Sexta e sábado

Desculpem nao escrever mais, mas ainda nao consigo aceder 'a internet atraves do portatil, acho que so' na segunda vou conseguir.
Ontem foi a apresentacao do meu curso. O professor que o dirige recebeu-nos com cafe e biscoitos. Devemos ser uns 30 alunos: metade sao ingleses ou americanos, mas tambem ha pessoas da Irlanda, Quenia, Coreia, Russia... Alguns professores vieram apresentar as cadeiras que vao dar, e eu fiquei ainda mais indeciso sobre que cadeiras devo escolher. No fim ainda nao deu para enturmar muito, foi tudo embora...
Ao jantar, conheci o Roberto, da Guatemala, a Phria, da India, o Carlos, do Peru e o Carl, da Alemanha. Aos poucos a residencia vai-se tornando mais familiar!
Ja' tarde, chegou a Rita com algumas surpresas: uma recarga de sapatos e te'nis, o DN, bolos e chocolate.
Hoje de manha (depois do brunch, que e' parecido com o pequeno-almoco mas ainda mais abundante!), fomos ao mercado de Borough, onde vendem fruta, vegetais, carne e bolos, numa parafernalia de cores e cheiros - muito giro!
Depois fomos para o mercado de Notting Hill, onde nos encontra'mos com a Ana. Anda'mos pelas bancas e lojas, e ate' estivemos na Travel Bookshop do filme.
Acaba'mos a tarde em Covent Garden, e depois fica'mos horas 'a conversa no McDonalds (e' verdade, ja' me estreei...).
Amanha e' o Rei Leao!!

sexta-feira, 1 de outubro de 2004

Pequeno-almoço

2 tostas e um croissant com manteiga e doce, cafe' com leite, sumo de laranja, ovo estrelado, 2 salsichas, baked beans e fish (sem chips)! Aguardo as consequencias...
Conheci a Usha, das Ilhas Mauricias, o Alenka, da India, e o Jhit (?), da Tanzania.
O caminho para a Faculdade parece-me cada vez mais curto!

quinta-feira, 30 de setembro de 2004

E viva o Sporting!

E viva a internet que nos permite acompanhar os jogos, mesmo sem televisao...
Depois do episodio dos Simpsons (o tal em que toda a residencia se reune em volta da televisao), vim para a sala dos computadores seguir o Rapid-Sporting.
Ao jantar ja' conheci algumas pessoas: um londrino que e' da Associacao de Estudantes da LSE, uma turca e um neozelandes que sao os "subwardens" da residencia (warden e' o responsavel). Com o barulho de 180 pessoas a jantar e a minha falta de habituacao ao ingles, nao percebi muito do que disseram...
O jantar estava optimo: uma especie de fiambre grosso com ananas, batatas e salada, e um iogurte. Todas as empregadas do refeitorio sao filipinas, e muito sorridentes.
Amanha vou finalmente conhecer as pessoas do meu curso!

Finalmente!

Ola' amigos!
Finalmente consigo parar um bocadinho para vos dar noticias...
Lembram-se daquela cena da "Residencia Espanhola" em que ele anda a tratar de toda a burocracia em camara acelerada? Pois bem, essa parte aqui esta' despachada!
Fiz o check-in na residencia, fui buscar o cartao da faculdade e hoje abri uma conta no banco. Ja' sou praticamente um cidadao britanico!
Dormi as ultimas 2 noites em casa da Margarida, em Reigate (a 1 hora de comboio de Londres), e que bem me soube aterrar ca' num ambiente familiar. Ela e o Chris foram-me buscar ao aeroporto na terca, ontem de manha foi a odisseia de trazer as malas ate' aqui ao centro e hoje ainda trouxe de la' as coisas que ca' deixei em Agosto. Rapidamente percebi que trouxe coisas a mais... por isso acho que quem me vier ca' visitar escusa de trazer mala, o que aqui tenho chega para va'rios!
O primeiro impacto foi a chegada ao quarto, que fica no segundo andar da residencia e tem janela para a rua (se olharem para a foto de baixo, e' a janela do segundo andar que fica mesmo por cima da porta). Ao principio achei-o demasiado pequeno: abrindo os bracos na horizontal, so' fica a faltar um palmo para tocar nas 2 paredes, e da porta ate' 'a janela sao 5 passos. Mas depois de arrumar os 50kgs de roupa e livros que trouxe, ja' me pareceu bem mais simpa'tico! Tem uma cama, um lavato'rio, uma secretaria com telefone, uma cadeira de bracos, duas estantes na parede e um arma'rio grande. Assim que possa ponho aqui umas fotografias.
Ainda nao consegui ligar o porta'til 'a internet, falta-me um cartao especial e o cabo Ethernet que deixei em casa. Espero amanha 'a noite ja' conseguir.
O ambiente na residencia pareceu-me optimo mas para dizer a verdade ainda nao passei la' muito tempo. So' hoje e' que vou fazer a minha primeira refeicao la' (o jantar e' servido das 6h 'as 7h, imaginem so'!, e ao fim-de-semana e' das 5h 'as 6h!!!). Tem duas salas com televisoes grandes, e todos os domingos ha' uma sessao de cinema depois do jantar. De hoje a uma semana ha' a "welcome party" la' na residencia.

Estou a escrever da Biblioteca, "a maior biblioteca de ciencias sociais do mundo". A Faculdade tem va'rios edificios que ocupam um quarteirao. Setenta por cento dos alunos nao sao ingleses, por isso podem imaginar a miscelania que isto e'! Ontem houve uma sessao de introducao 'a Faculdade, com o Director e alguns responsa'veis dos servicos, e hoje estive numa sessao de apresentacao do Departamento de Politica Social. Amanha e' a primeira sessao so' com os professores e alunos do meu Master, vai ser a altura de comecar a socializar!
De resto, e nos intervalos do "processo de instalacao", ja' apanhei chuva, ja' almocei uma salada do Tesco (mantenho-me fiel, amigos da viagem!) sentado num banco de jardim a ver um esquilo a brincar, ja' vi gente de todos os formatos, enfim... Londres e' lindo!!
Agora vou ter com a Ana Magalhaes. E' giro combinar por mensagem: "encontramo-nos 'as 15h na Trafalgar Square, 'a porta da National Gallery", como quem diz "'a hora x na Mexicana"...
E por agora e' tudo!
PS1: Comprei agora os bilhetes para O Rei Leao, vou ver no domingo com a Rita!
PS2: Esta noite devo estar no MSN, mais que nao seja para acompanhar o Sporting!
PS3: A falta de acentos e cedilhas no teclado faz-me confusao! Viva o meu porta'til!

terça-feira, 28 de setembro de 2004

Eis a minha nova casa!


Passfield Hall is a small corner of liberal enlightenment in civilised Bloomsbury 20mins walk from the LSE. A grand row of Georgian townhouses facing Tavistock and Gordon Squares, it is very much part of London’s distinct university quarter with the UCL bar and all the facilities of ULU (gym, swimming pool, a zillion societies, a pub, etc.) nearby. Only a few more minutes’ walk will take you to Oxford Street and Soho for retail therapy and diverse nightlife. It is because of its more basic infrastructure that Passfield has evolved a unique esprit des corps based on mutual respect rather than authoritarian rules. The Hall is renowned for its relaxed approach and budget accommodation along with a friendly atmosphere. Shared mealtimes (2 meals a day are included in the rent), paper-thin walls and floors, and mixed bathrooms, mean that peace, privacy, and happiness are completely dependent upon the good sense of students. The place isn’t completely without creature comforts, however: an inner garden (well, patch of grass with some trees), a cosy bar, daily newspapers ,vending machines , satellite TV ( Simpson communal viewing after dinner is a long standing tradition), table football, arcade games, a computer room and LSE network links in every room. At the end of the day, though, the thing which sets us apart from all the rest – other than the colours of our sometimes bizarre, sometimes hideous interior decoration- is our community spirit. As the year progresses, the Passfield community becomes the envy of the school. If you are hoping to make friends at the LSE there is no better place to start.