Pelo Não - 3. Contra o aborto clandestino
Um dos principais argumentos usados do lado do ‘sim’ é a necessidade de acabar com o aborto clandestino. Nisso estamos obviamente de acordo. Mas dar a uma mulher (ou a um casal) a possibilidade de escolher fazer um aborto num hospital ou clínica não é a solução, porque mesmo no ambiente mais asséptico não deixa de se eliminar uma vida.
Em primeiro lugar, a maioria dos casos de “aborto clandestino” (60%, segundo o estudo da APF) foram realizados em hospitais e clínicas – ou seja, com as mesmas condições que qualquer outra intervenção cirúrgica, ainda que às escondidas. Ou seja, boa parte do “aborto clandestino” de hoje é na prática igual ao “aborto legal” que se pretende estabelecer.
E há que deixar bem claro que qualquer aborto, como procedimento delicado que é, mesmo feito com o melhor equipamento e condições de higiene pode sempre levar a complicações físicas: perfurações do útero, septissémia, esterilidade futura...
Mas claro que os riscos para as são muito maiores quando o aborto é feito nas tais casas particulares. Então porque não se denunciam as criminosas “parteiras de vão de escada”? Se pelos vistos todos sabem onde elas estão... Ou será que há quem veja a sua actuação como uma forma “generosa” de livrar uma grávida do seu “problema”?
Ainda que o aborto passe a ser livre até às 10 semanas, o aborto clandestino continuará a existir, não só para os casos acima das 10 semanas como também para algumas mulheres que possam ter vergonha de se dirigir a um hospital ou clínica. Vamos continuar a deixar as abortadeiras, e os médicos que o fazem à margem da lei, por aí à solta?
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